- Partilhar artigo
- ...
Um transmontano nascido em Angola. Foi em Trás-os-Montes, onde cresceu, que ganhou a inspiração para a cozinha. O produto. O produto. O produto. É nele, que se quer fresco, que deposita toda a sua atenção. E não hesita em dizer que o produto é o seu guru.
A primeira vez (e segunda) que recebeu uma estrela Michelin trabalhava em Amarante, feito que repetiu, já em Lisboa, em 2011 e 2012 no restaurante Feitoria, no Altis Belém.
Agora é por conta própria que espera alcançar o reconhecimento. Um sonho tornado realidade é a abertura no Terreiro do Paço (Praça do Comércio) do seu restaurante e que levará o seu nome. A abertura está prevista ainda para o corrente mês de Agosto, um espaço onde José Cordeiro apresentará, como gosta de caracterizar, a sua cozinha genuína, os pratos que gosta de cozinhar, que "convida a ficar à mesa e a relaxar".
*
O meu ingrediente favorito
Não tenho nenhum ingrediente favorito. Seria injusto, da minha parte, nomear um. Adoro-os todos. Frescura é essencial. Sendo fresco, tem a minha preferência.
O meu guru na cozinha
O meu guru na cozinha será sempre o produto.
A explicação
Sem um excelente produto não temos chefes de cozinha, nem cozinheiros em nenhuma parte do mundo. A nossa principal função é a de transformar um bom produto numa experiência gustativa inesquecível e apresentá-lo de modo a captar os todos os sentidos.
O meu sonho
Sonhos, tenho muitos. Felizmente, conservo essa característica dos tempos de criança e, na minha opinião, é o que nos faz andar para a frente. Estou agora a concretizar um dos meus sonhos: abrir o meu primeiro restaurante na Praça do Comércio,em Lisboa, e estou contente por poder mostrar ao portugueses os pratos que gosto de cozinhar para os amigos e que gosto de ter na minha mesa. Comida genuína que convida a sentar à mesa e a relaxar. Sempre com base nas receitas que fui desenvolvendo. Vão à Praça do Comércio e procurem o restaurante "Chefe Cordeiro". Eu estarei lá para vos receber de braços abertos, a dar o meu melhor todos os dias.
A minha receita de verão
A minha salada quente e fria de bacalhau da Noruega com feijão verde e pimentos assados
4 pessoas
450 g Bacalhau do lombo da Noruega já demolhado
600 g Feijão verde fresco
350 ml Azeite virgem
200 g Pimentos vermelhos ((pode utilizar pimentos morrones)
25 ml Vinagre vinho branco
15 ml Vinagre vinho tinto
100 g Maionese
4 Ovos frescos
15 g Alho
10 g Sal fino
5 g Pimenta preta moída na hora
5 g Salsa
Bringir (colocar em água a ferver durante dois minutos) o feijão verde fresco já cortado em juliana (tiras finas) e arrefecer rapidamente em gelo. Reservar. Assar ou grelhar os pimentos vermelhos e abafá-los com um saco de plástico para conseguir pelar melhor. Após pelados, cortar em juliana fina e temperar com azeite, sal fino, vinagre de vinho branco, vinagre de vinho tinto e pimenta preta. Se escolher pimentos morrones de lata, terá apenas de lavá-los, laminar em juliana fina e temperar da mesma forma. À parte, misturar bem a maionese com o alho picado muito finamente e reservar no frio. Levar o bacalhau ao forno, regado com azeite, durante 10 minutos a uma temperatura de 180 graus. O bacalhau irá lascar, mas no interior estará meio cru. Retirar as espinhas e pele e deixar em lascas grandes. Cozer um ovo mal cozido (durante quatro minutos) por pessoa e descascar. Numa forma de inox com o formato que desejar, coloque no fundo primeiro o feijão verde já bem escorrido e de seguida a salada de pimento. Para terminar as camadas, colocar feijão verde novamente e depois as lascas grandes de bacalhau, ainda húmidas e quentes. Termine com uma colher de sobremesa de maionese de alho, o ovo cozido em rodelas e um pé de salsa fresca ou outra erva aromática ao seu gosto pessoal. Sirva de imediato.
*
A minha dica de verão
Aproveitem bem o calor e comam saladas frescas.
Dediquem-se a cozinhar para a família e amigos e façam grelhados no carvão. Temos excelente pescado na nossa costa, que só precisa de um toque de sal para brilhar na grelha. Além de saudável, é um prato que apela ao convívio entre todos.