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Gerês - Águas cristalinas e vestígios romanos

A cada recanto uma lagoa, a cada caminhada um novo encanto. Quem quer desbravar terreno tem de levar calçado confortável. Mas há quem opte pelos banhos termais

28 de Agosto de 2013 às 10:22
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"Há sítios do mundo que são como certas existências humanas: tudo se conjuga para que nada falte à sua grandeza e perfeição. Este Gerês é um deles."
Miguel Torga

 

 

 

Paisagens verdejantes a perder de vista. Cascatas que se precipitam sob lagoas de águas cristalinas. O chilrear dos pássaros que ecoam por entre as copas das árvores. "Há sítios do mundo que são como certas existências humanas: tudo se conjuga para que nada falte à sua grandeza e perfeição. Este Gerês é um deles". As últimas frases, que completam a descrição, foram escritas por Miguel Torga corria o ano de 1945, mas podiam ter sido escritas ontem ou hoje. "O deslumbramento pela beleza da paisagem é a principal marca que o Gerês deixa nas pessoas", garante José Carlos Pires, presidente da Gerês Viver Turismo.


"As nossas pedras, o nosso granito tem uma energia especial que nos conforta e muitas vezes basta sentar-nos num bloco de granito para que isso aconteça. Torga só o podia fazer em determinadas alturas do ano, nós fazemos todos os dias e não cansa", atestou José Carlos Pires numa conversa telefónica com o Negócios, acrescentando que a "diversidade muito grande de elementos" ajuda a surpreender a cada passo, mesmo quem lá vive.


Quem quer conhecer bem o Gerês tem de estar preparado para palmilhar quilómetros e saltar obstáculos. E precisa, no mínimo, de três dias. As mais belas paisagens naturais - como rios, lagoas e cascatas - só se encontram, em muitos casos, no final de caminhos sinuosos, como é o caso das cascatas do Tahiti.


Se vai com um espírito mais de aventura, além das caminhadas pode optar por fazer outras actividades que o colocam em contacto com a natureza, como canoagem, o rafting, a BTT, o rappel e a orientação.

 

 

São precisos pelo menos três dias para conhecer alguns dos encantos do Gerês, em Terras de Bouro, distrito de Braga. Com uma fauna e uma flora ricas, paisagens a perder de vista e vestígios da civilização romana, não faltam motivos de interesse.

 


Mas o Gerês - inserido no Parque Nacional da Peneda-Gerês - não se resume a actividades radicais. Pode optar por um roteiro natural, menos cansativo e de menor risco, e aí não pode deixar de visitar a Mata da Albergaria, onde encontrará a via Romana que ligava Braga a Espanha, dando um salto no tempo e recuando à civilização romana.


Para estes passeios pela montanha os períodos mais aconselháveis são o Outono e a Primavera que é quando as cascatas têm mais água e as cores das árvores e flores estão mais brilhantes. "No Outono temos florestas que só se vêem nas fotografias e em filmes. A mistura de cores é deslumbrante", resumiu José Carlos Pires.


Conhecidas pelos seus poderes curativos em determinadas patologias, as termas do Gerês são também muito procuradas pelos turistas. Em torno das termas têm sido desenvolvidos uma série de outros serviços como hotelaria e SPA.

 

 

 

Locais a não perder
Paisagens a fugir de vista, águas frias e cristalinas, trilhos pela montanha, riqueza da fauna e da flora e vestígios romanos. O Gerês cativa pela sua beleza natural e também pela riqueza arqueológica. Quem quer conhecer alguns dos sítios mais bonitos da Serra, inserida no Parque Nacional da Peneda-Gerês, tem de ficar por lá pelo menos três dias. Primavera e Outono são as melhores alturas.

 

Tahiti Cascatas de água cristalina
Há quem diga que esta é uma das paisagens mais belas do Parque. As lagoas e as cascatas de Tahiti estão localizadas nas Caldas do Gerês e as águas são provenientes do Rio Arado. À maior queda de água só se pode chegar por caminhos pedestres muito sinuosos. A queda de água termina numa calma e serena lagoa com margens de areia e águas cristalinas. A descida deve ser feita pelo lado direito da ponte de madeira sobre o rio, que se encontra na direcção de Cabril. Encontrará moinhos abandonados e pequenas quedas de água e lagoas.

 

Geira A via e os vestígios romanos
Classificada em Maio como monumento nacional, a estrada de Geira, também conhecida como Via Nova, no concelho de Terras de Bouro, é uma via romana que ligava Braga a Astorga (em Espanha). Este que é o mais monumental complexo arqueológico romano localizado no parque Nacional da Peneda-Gerês mantém as suas pontes, muros, casas e dezenas de marcos a assinalar as várias milhas, muitos dos quais epigrafados com incrições datáveis entre o final do século I e o século IV d.C. A Geira consta da rota dos Caminhos de Santiago.

 

Furnas A aldeia submersa
A aldeia comunitária de Vilarinho das Furnas está submersa há mais de 40 anos pela albufeira da barragem do rio Homem. Mas quando a barragem é esvaziada para limpeza ou quando desce o nível das águas em períodos de seca, podem ver-se ainda as ruínas das casas, os caminhos e os muros da antiga aldeia, situada a quatro quilómetros da sede da freguesia Campo do Gerês. Quem lá vai relata o silêncio total. Encontra-se a primeira referência a Vilarinho no Tombo da Igreja de São João do Campo, de 1540, mas não se conhece a sua origem.

 

Termas A eficácia das águas
A eficácia das águas medicinais aliadas à constante modernização das infra-estruturas, fazem do Gerês uma das estâncias termais mais procuradas no País. As referências históricas remontam à época dos Romanos, mas só em 1897 é iniciada a construção do primeiro estabelecimento no Gerês. Têm sido reconhecidas às águas termais do gerês propriedades curativas, nomeadamente em doenças do aparelho digestivo, do metabolismo e doenças endócrinas, do sistema circulatório, do aparelho músculo-esquelético e até do foro psicológico.

 

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