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À mesa: O Prego da Peixaria está a olhar lá para fora

O que é que um "prego" tem a ver com peixe? Até agora nada. Mas três empresários decidiram misturar as duas coisas. Foi assim que nasceu O Prego da Peixaria. Um restaurante lisboeta que quer ir para além das fronteiras.

Filipa Lino flino@negocios.pt 21 de Agosto de 2014 às 10:36
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Os três sócios de O Prego da Peixaria, da esquerda para a direita: João Vaz (área financeira), António Querido (área comercial) e Rui Gaspar (responsável pela parte operacional). 

 

 

Rui Gaspar, um dos três sócios de O Prego da Peixaria, faz-me uma visita guiada ao restaurante. Toda a decoração, rústica, foi pensada ao pormenor. O empresário pede-me para olhar para o tecto. Está forrado com telha de zinco. "Comprámos num ferro velho", explica. Mais à frente pede-me para entrar na casa de banho. "Veja os cabides atrás da porta". Entro e reparo que são dois pregos pregados na madeira velha da porta. "Caríssimos", diz a rir.


No pátio interior, iluminado pela luz natural, o pé direito é enorme. Numa parede está uma horta de ervas aromáticas e na outra um "grafitti" inspirado na figura de Fernando Pessoa. Esta é talvez a única "extravagância" do espaço. As bebidas são servidas em frascos de vidro e as batatas fritas, que acompanham os pratos, vêm dentro de canecas de alumínio. Dá para ver que as mesas e cadeiras já tiveram muito uso.

 

O Prego da Peixaria é um dos restaurantes da moda em Lisboa. Mas não adianta ligar para marcar mesa. Neste restaurante não se aceitam reservas. A marca surgiu em plena crise, Novembro de 2013, e já tem dois pontos de venda. Um no Príncipe Real (Rua da Escola Politécnica, 40), outro no Mercado da Ribeira. Este não é o primeiro projecto dos três sócios. Rui Gaspar (responsável pela parte operacional), António Querido (área comercial) e João Vaz (pelouro financeiro) são também os donos do Sea Me, no Chiado. Foi aliás por causa desse restaurante de peixe e marisco que surgiu O Prego da Peixaria.

 


O conceito foi desenhado quando perceberam o sucesso que o prego em bolo do caco do Sea Me estava a ter. "Havia imensas pessoas que iam ao Sea Me especificamente para comer o prego", explica António Querido. "Porque não pegar num produto tipicamente português, dar-lhe o nosso toque de modernidade e criar um conceito de pregos? "Foi este o ponto de partida. Viajaram pelo mundo, visitaram inúmeros restaurantes para se inspirarem e testaram em vários eventos os pratos que pretendiam vender. Quando definiram a carta do restaurante quiseram inovar mas jogaram pelo seguro "para reduzir o risco do insucesso". Foi assim que surgiram os hambúrgueres de peixe (bacalhau, salmão e choco e camarão), uma matéria-prima que já conheciam bem.


Lisboa primeiro, depois o mundo

Para quem investe em tempo de crise as coisas são mais difíceis. "Não há milagres", afirma António Querido. Arrancaram o projecto com capitais próprios e estabeleceram parcerias estratégicas com a Sumol + Compal, a Delta Cafés e a distribuidora dos vinhos da Bacalhôa, a Viborel, com que têm contratos de exclusividade. Garantem que o negócio está a crescer e esperam fechar o ano com um volume de negócios nos dois restaurantes da marca de dois milhões de euros. A abertura de um novo ponto de venda no Saldanha está agendada para o final do ano. Para além dessa querem abrir mais três unidades em Lisboa. Mas o "franchising" está fora de questão. "Se crescermos no território português é a empresa que vai assumir esse encargo e esse risco", sublinha. Certa é já a internacionalização da marca. Espanha e os países de língua oficial portuguesa são mercados que interessam mas já receberam propostas de investidores para países como a Austrália ou o Dubai. Ir para fora é quase "um facto consumado, mas queremos ir com calma", diz o empresário.

 

 

 

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Ficha técnica


Neste restaurante não se aceitam reservas. Os clientes são atendidos por ordem de chegada. Também não são feitas entregas ao domicílio, mas pode sempre optar pelo serviço de "take away". Basta ligar para lá, azer a encomenda e ir buscar a comida à hora combinada.


O Prego da Peixaria tem dois pontos de venda. Um na Rua da Escola Politécnica, número 40 (no Príncipe Real) e outro no Mercado da Ribeira, ambos em Lisboa. Vai abrir uma terceira unidade no final do ano no Saldanha, também em Lisboa.


Está aberto todos os dias da semana a partir das 12h30. De segunda a quinta e domingo fecha às 24H00. Sexta e sábado encerra à 1h00.


O preço médio de uma refeição é 11,5 euros (inclui um prego, uma dose de batatas e uma bebida).


O restaurante é pequeno e tem poucos lugares sentados. É aconselhável chegar cedo para conseguir mesa. O espaço não é adequado para grupos grandes.

 

 

 

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O segredo

 

A "estrela" da ementa deste restaurante é o prego. Existem várias versões. Quase todas com carne do lombo.


O que muda são os outros ingredientes e o pão que pode ser: bolo do caco, papo-seco, pão do coração, bolo do caco de alfarroba ou bolo do caco da Tandoori. Mas há mais. Os hambúrgueres de peixe também já ganharam adeptos. Há de salmão e choco, de bacalhau e camarão.


Todos estes petiscos são acompanhados por dois tipos de batatas fritas. As tradicionais e os palitos de batata doce.


O Prego da Peixaria só serve algumas marcas de bebidas. Tem contrato de exclusividade com a Sumol + Compal, com os vinhos da Bacalhôa e com a cerveja espanhola Estrella Damm. O café é Delta. Quem preferir pode optar pelos sumos naturais ou chás gelados da casa.

 

 

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