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Fazer "reset" com os ritmos latinos da Zumba

Tem muita música. Parece uma dança. Mas é um desporto já com muitos adeptos um pouco por todo o mundo. É bom para perder calorias sem dar por isso, sempre num ambiente divertido. E limpa a alma. Isto é a Zumba.

05 de Agosto de 2014 às 11:30
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Lisboa, Clube de Golfe do Lumiar, no Fitness Playground. São 10h00 de um sábado. É cedo, mas dentro do ginásio já é grande o burburinho. Muitos dos alunos, ou melhor, alunas, já estão à espera. Outros estão a chegar de carro, mas não há preguiça. Vêm todas equipadas: tops, t-shirts de alças, calças confortáveis e ténis. Vêm para a Zumba, um desporto que tem vindo a conquistar adeptos, praticado como se de uma dança se tratasse. Durante uma hora, as músicas latinas definem a intensidade do exercício que, diz quem pratica, faz bem ao corpo e à mente.


É Agosto, mas não parece. O céu começa a abrir depois de uma chuvinha fora da época. Mas isso não impede que, mesmo ao ar livre, a roupa utilizada na aula seja o mais fresca (já vão perceber porquê) possível. As alunas - 99% das praticantes são mulheres - tomam as suas posições. Música alta, boa disposição e: "Vamos a isto!", diz Nuno Antas, o instrutor. Está no palco a guiar a turma ao ritmo das músicas que vão passando no computador.


Não há movimentos bruscos. São tudo movimentos ritmados mas, sem que à vista desarmada se perceba, vão começando a pesar no corpo de quem pratica este desporto. Salta no sítio, salta para a frente, para trás, desliza para a esquerda e depois para a direita. E depois lá vem o braço no ar. "É um dois em um. Combina a prática desportiva com uma série de ritmos latinos que nos permite divertir, dançar e fazer exercício físico", conta Cristina Mateus, de 38 anos, que há ano e meio começou a praticar o desporto por "prazer e diversão".


"As pessoas pensam que isto é uma brincadeira, como muitos homens dizem: 'coisa de gaja', mas não é", diz Joaquina Olivais. Homens também há. Ou melhor... há um. "Faço Zumba há dois anos e meio, sempre com poucos homens nas aulas", conta Henrique Martins. O problema está no preconceito. Se não existisse, haveria mais homens na Zumba", diz o praticante de 40 anos. "Não parece, mas tenho", diz. Não parece porque: "Perdi 24 quilos até agora", com a Zumba.


Visto de fora, parece fácil apanhar o jeito da Zumba. Mas há quem não consiga acompanhar. É preciso alguma coordenação para não perder o passo acelerado, constantemente a ser alterado pelo instrutor. "A Zumba é considerada uma modalidade nova e fácil. É a modalidade do futuro porque toda a gente a consegue fazer. São exercícios acessíveis a toda a gente", conta Nuno Antas.


Há gritos. Não só para acompanhar a letra das músicas, mas também já se começam a ouvir alguns suspiros de cansaço. A aula já vai a meio e o suor começa a deixar marca nas t-shirts. A música continua a tocar, sempre com ritmos latinos. E mais "quentes". O ritmo vai aumentando. E já há caras vermelhas, mas há sempre alegria. A ideia é essa: fazer do desporto uma diversão. Custa menos! E "limpa a alma. Esquece-se tudo", diz Henrique Martins. "Vir fazer Zumba é como se fizesse um 'reset'" a tudo, especialmente ao trabalho, remata Cristina Mateus.


Falta menos de um quarto de hora para a aula terminar. Já estão cansados, mas ninguém desiste. "Não posso mais", ouve-se por entre a música. "Mais uma", diz Nuno Antas. Mas, depois dessa, vem ainda outra, mais calma. "Vamos alongar" diz o instrutor. Movimentos mais suaves para aliviar a pressão de uma hora de Zumba que culminam numa salva de palmas. Estão "estourados", mas felizes. É hora de ir tomar um bom banho e aproveitar o fim-de-semana. E o Nuno? Para o Nuno foi só uma aula. Há mais para dar. Há mais Zumba! 

 

 

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Perguntas a


Nuno Antas
Instrutor de Zumba


O que é a Zumba?
A Zumba é uma mistura de movimentos latinos com "fitness". Surgiu por acaso. Quem inventou foi um instrutor de fitness na Colômbia, o Beto Perez, que se esqueceu das cassetes para dar as aulas e foi ao carro buscar o que lá tinha. Trouxe músicas latinas, que era o que ouvia. Deu uma aula ao som desses ritmos e surgiu a Zumba. Mais tarde foi para os EUA. Foi aí que esta modalidade ganhou um impulso.


Como é que entrou em Portugal?
Em Portugal foi uma nova moda, principalmente a partir do momento em que as grandes cadeias de ginásios pegaram nesta modalidade. Tirei a minha formação há quatro anos e nunca trabalhei tanto como de há um ano para cá. Tem sido um processo de evolução muito grande em Portugal.


O número de alunos está sempre a crescer, mesmo no Verão?
Sim. O grande receio que tinha era de que chegados os meses das férias, Julho e Agosto, houvesse um decréscimo muito grande na participação nas aulas. Mas as aulas que dou têm tido uma forte adesão. Hoje, por exemplo, estavam mais 10 pessoas que fizeram a aula pela primeira vez. É bom para nós instrutores que conseguimos impulsionar a modalidade e para as pessoas que saem daqui com um ânimo mais leve.


É para todas as idades?
Sim. A Zumba vai desde os 8 aos 80 anos. É considerada uma modalidade nova e fácil. É a modalidade do futuro porque toda a gente consegue fazer. São exercícios acessíveis a toda a gente, daí as diversas idades. Mas também há aulas específicas para as diferentes idades.


A que é que faz bem?
Acima de tudo, à alma. Já para não falar do físico - eu antes de começar a dar aulas pesava 116 quilos, agora peso 91. A Zumba destaca-se pela alegria com que as pessoas saem da aula. E até se aprende a dançar.


O que é preciso para fazer Zumba?
Roupa confortável e espírito aberto.

 

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