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Negócios Iniciativas | Software de gestão industrial com matriz portuguesa

A aquisição em 2018 pelo Grupo ASMPT de Singapura traduziu-se em maior solidez financeira e credibilidade, mas mantém-se operacionalmente separada a entidade principal dedicada ao negócio de software.

Vítor Chi
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Fátima Vila Maior, Francisco Almada Lobo, e Carlos Pacheco na cerimónia de entrega do Prémio Portugal Inspirador em dezembro de 2024.

A Critical Manufacturing foi criada em 2009 a partir de um plano de negócios conjunto entre a Critical Software e um conjunto de investidores individuais oriundos da Qimonda Portugal, filial de um grupo alemão que entrou em insolvência. "Estes investidores decidiram formar uma nova empresa focada na criação de uma nova solução de gestão fabril (MES -Manufacturing Execution System) para segmentos industriais avançados, como o de semicondutores. Desde a sua génese, o plano foi vender essa solução nos mercados internacionais", recorda Francisco Almada Lobo, CEO da Critical Manufacturing. Em 2018 passou a ser detida pelo Grupo ASMPT, de Singapura, que está cotada em bolsa.

Esta mudança trouxe outras "perspetivas de solidez financeira" e uma "associação da marca aos mercados de semicondutores e eletrónica onde o grupo opera. No fundo, aumentou a nossa credibilidade, o que é de vital importância dada a tipologia dos nossos clientes, que estão entre as maiores empresas industriais mundialmente", sublinhou Francisco Almada Lobo. A Critical Manufacturing foi a vencedora na categoria Internacionalização para Grandes Empresas do Prémio Portugal Inspirador, uma iniciativa organizada pelo Negócios, Correio da Manhã e CMTV, com o apoio do Banco Santander e dos knowledge partners Informa DB, Accenture e Nova SBE.

O futuro é mais global

Em termos de estratégia e no portefólio de produtos e serviços, esta alteração acionista fez com que "acelerássemos a adaptação do produto ao mercado de eletrónica e com que pudéssemos colaborar com as equipas de vendas da ASMPT. Mas, tirando isso, mantemo-nos separados operacionalmente do resto do grupo, já que somos a entidade principal dedicada ao negócio de software", afirma Francisco Almada Lobo.

O futuro passa por continuar a fazer uma verdadeira empresa global e liderar os segmentos onde estamos, e aumentando a nossa oferta de produtos de software, sempre na área de manufatura. Francisco Almada Lobo
CEO da Critical Manufacturing

Os principais marcos da empresa foram em 2010, quando lançou o primeiro produto de MES e conseguiu o primeiro cliente. Dois anos depois, em 2012, a consultora Gartner fez uma referência, pela primeira vez, à empresa, considerando que estava no topo dos sistemas de MES. Em 2022, atingiu a liderança absoluta no Gartner Magic Quadrant de MES e, um ano depois, adquiriu duas empresas, uma no México e outra na Malásia, para a expansão nesses mercados.

Em termos geográficos, a empresa opera nos mercados europeu, sobretudo do Norte da Europa, norte-americano e asiático (China, Taiwan e Sudoeste Asiático), exportando entre 98% e 99%. Quanto às indústrias, fornece os segmentos de semicondutores, eletrónica, dispositivos médicos e equipamento industrial, que são "setores muito sofisticados e competitivos", disse Francisco Almada Lobo. Atualmente, conta com mais de 650 trabalhadores, dos quais 450 em Portugal, em Moreira da Maia.

"O futuro passa por continuar a fazer uma verdadeira empresa global e liderar os segmentos onde estamos, eventualmente com expansão para novos mercados geográficos, e aumentando a nossa oferta de produtos de software, sempre na área de manufatura", concluiu Francisco Almada Lobo.

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