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| Agricultura Vencedores
. GRANDE EMPRESA: The Summer Berry Company Portugal
O braço português dos frutos silvestres ingleses
A empresa britânica produz anualmente mais de 10 mil toneladas de frutos silvestres em 360 hectares, tanto na costa sul de Inglaterra como na costa sudoeste de Portugal, onde chegou em 2016. Tem uma área produtiva de 140 hectares, sendo a framboesa o principal foco produtivo. "Portugal é um dos poucos locais na Europa onde se consegue produzir durante os 12 meses do ano", afirma Daniel Portelo, diretor de operações da The Summer Berry Company Portugal.
Atualmente, tem um projeto de plantação, até 2028, de 150 mil árvores e arbustos autóctones, sobretudo de sementes recolhidas no interior do parque natural, "germinadas no nosso viveiro", para criar "ecossistemas junto às nossas zonas de produção, dentro dos túneis e utilizando as nossas plantas, aumentando, assim, a resiliência para as pragas e doenças das nossas plantas para produção", afirmou Daniel Portelo.
. PME: Micro Greens
As flores comestíveis dos restaurantes Michelin
A empresa dedica-se à produção de flores comestíveis e microvegetais, tendo nascido em 2013 a partir de um trabalho académico na cadeira de Marketing, durante o curso de Gestão na Universidade Católica Portuguesa, frequentado por Tomás Lancastre. Percebendo a procura existente no mercado, concluiu a licenciatura e iniciou as primeiras experimentações numa estufa com pouco mais de 30 metros quadrados, em Almeirim.
Em 2015, deu início oficial à produção numa área de 140 metros quadrados, que atualmente se estende a 4,2 mil metros quadrados, complementados por cerca de 5 mil metros quadrados de produção ao ar livre na Quinta da Princesa, em Amora.
"Hoje em dia, trabalhamos com 600 dos maiores e melhores restaurantes da Península Ibérica, incluindo alguns que figuram entre os melhores do mundo. Ambicionamos ser a marca de referência de flores comestíveis e microvegetais na Península Ibérica", afirmou Tomás Lancastre, CEO da Micro Greens. De salientar que cerca de 60 restaurantes clientes possuem estrelas Michelin. Os produtos são colhidos manualmente, com entregas realizadas num máximo de 24 horas em toda a Península Ibérica e Baleares. A empresa dispõe ainda de uma loja online robusta e um portefólio de 140 referências produzidas internamente.
. PERSONALIDADE: António Silvestre Ferreira, administrador da Herdade Vale da Rosa
A paixão pelo sabor das uvas de mesa
"O nosso país é um país produtor de sabor, e o sabor dá-nos condições de produzir produtos gourmet, os produtos mais valorizados e requisitados no mercado internacional. Devemos estar atentos à inovação. O Vale da Rosa tem trabalhado no desenvolvimento da uva sem grainha", afirmou António Silvestre Ferreira, administrador da Herdade Vale da Rosa.
Formado em Medicina Veterinária em 1973, António Silvestre Ferreira iniciou a sua carreira na pecuária da Herdade do Pinheiro, propriedade da família, mas cedo teve contacto com a produção de uvas de mesa, atividade iniciada pelo pai em 1965. Juntamente com o irmão Francisco, realizou as primeiras exportações de uvas de mesa em 1972.
Em 1975, após a ocupação da herdade, a família mudou-se para Maringá, no Brasil, onde António começou a produzir uvas de mesa e lecionou como professor do curso de Zootecnia na Universidade Estadual de Maringá. Durante os anos 1980, tornou-se o primeiro fornecedor de uvas de mesa sem grainha no mercado de São Paulo.
Em 2000, após o falecimento do pai, regressou a Portugal para assumir a gestão da Herdade Vale da Rosa, que transformou na maior produtora de uvas de mesa do país, com mais de 20 variedades de uvas sem grainha, uma área de produção de 270 hectares e exportações que representam cerca de 30% da produção.
| Turismo Vencedores
. GRANDE EMPRESA: Details Hospitality, Sports and Leisure
As setas da hotelaria e do desporto
É a plataforma responsável pela gestão dos ativos da Arrow Global nos setores da hotelaria, desporto e lazer em Portugal. Atualmente, gere nove campos de golfe, como a Aroeira, Old Course Vilamoura, Palmares e Pinhal Golfe, além de 18 unidades hoteleiras com cerca de duas mil camas, entre as quais se destacam o Hilton Vilamoura, o Vale d’El-Rei e os hotéis D. Pedro. "O nosso projeto passa por fazer rebranding de hotéis existentes", referiu Francisco Moser, CEO Hospitality da Details.
"O futuro da Details passa muito por continuar a crescer, continuar a fazer bem feito", afirmou Nuno Sepúlveda, CEO Sports & Leisure. "Não seremos nunca, provavelmente, a maior empresa do mundo, mas seremos uma empresa muito boutique, muito direcionada para produtos altamente posicionados, com um grau de especialização e ressegmentação, que é onde acreditamos existir uma grande oportunidade no mercado internacional", concluiu Nuno Sepúlveda.
. PME: HUB
A hotelaria híbrida
A Hub é a denominação social da Wotels, fundada em 2015 por Nuno Constantino, que anteriormente foi fundador da Neoturis e diretor de operações do Grupo Pestana no Brasil. A Wotels é um grupo de hotelaria híbrida que atualmente conta com 15 unidades e cerca de 1.600 camas, abrangendo hostels, guest houses, hotéis, apartotéis e, mais recentemente, unidades de turismo rural.
As suas localizações incluem o Porto, Peniche, Ericeira, Sintra, Lisboa, Costa da Caparica, Almancil e Lagos. "Na nossa visão de futuro, acreditamos que, em 2030, teremos triplicado a nossa faturação, sobretudo em unidades de maior dimensão", afirmou Nuno Constantino, da Whatever Hub.
. PERSONALIDADE: Isabel Costa e João Tomás, administradores do grupo Burel Mountain Hotel
A inspiração empresarial da serra da Estrela
"Foi a natureza que nos inspirou nesta nossa caminhada de aperfeiçoamento, com pessoas, que iniciámos na Serra da Estrela há cerca de 20 anos, deixando as cidades e as nossas carreiras como executivos", afirmou João Tomás ao lado de Isabel Costa.
A nova etapa das suas vidas começou em 2006 com a criação da Casa das Penhas Douradas, a primeira estância de montanha em Portugal. Inspirada por Davos, na Suíça, pioneira da climoterapia na Europa, esta estância é hoje um repositório de arquitetura sanatorial única do século XIX.
Posteriormente, surgiu a Burel Factory, nascida da falência da Lanifícios Império, e centrada na lã e no burel, um dos produtos mais endógenos e valiosos da Serra da Estrela. Recuperaram cardas e teares do século XIX, reempregaram trabalhadores e preservaram conhecimentos e saberes têxteis.
A história repetiu-se em 2018, com a Casa de São Lourenço, transformada num hotel de cinco estrelas que é também um repositório do design contemporâneo português, iniciado por Maria Keil na década de 1940.
Em 2021, resgataram a fábrica do Pisão Novo, na Covilhã, conhecida como A Transformadora, a última unidade em Portugal dedicada a acabamentos e tinturarias laneiras, que estava em risco de encerrar.
"Hoje empregamos mais de 140 pessoas, muitos deles jovens que regressaram ao interior com empregos qualificados. Passaram a viver em Manteigas, constituíram famílias e tiveram bebés nos últimos anos - mais de 16. Estes números são, provavelmente, os que mais nos orgulham", concluiu João Tomás.
| Indústria Vencedores
. GRANDE EMPRESA: Safe-Life Indústria de Componentes de Segurança Automóvel
Os salva-vidas nos automóveis
"A Safe-Life é formada por 1.500 colaboradores e tem quase 25 anos de experiência em salvar vidas na estrada. Isto é um grande orgulho, mas também uma grande responsabilidade, pois tudo o que fabricamos tem de ser bem feito e à primeira", afirmou José Castro, plant manager da Safe-Life.
Esta unidade industrial, dedicada à produção de sacos de airbag e geradores para inflar airbags, está instalada em Ponte de Lima desde 2000 e integra o Grupo ZF, um dos maiores fabricantes mundiais de componentes automóveis. Em 2004, inaugurou uma segunda unidade destinada à montagem de módulos de airbag e, mais recentemente, uma unidade de investigação e desenvolvimento.
De acordo com José Castro, "a visão é ser a primeira escolha para todos os nossos parceiros. Para isso, temos um longo caminho a percorrer para melhorar as condições, a qualidade e a cultura. Temos uma grande equipa, por isso estou certo de que vamos ultrapassar estes desafios".
. PME: 3G Resins
Mobiliário em resinas termoplásticas para o mundo
"É uma empresa familiar que se dedica à produção de mobiliário para hotelaria e jardim, e só faz esse tipo de produtos, desde cadeiras, espreguiçadeiras, mesas, guarda-sóis, floreiras, tudo para o mercado de hotelaria", afirmou Gilberto Ribeiro, general manager da 3G Resins.
Fundada em 2008 e sedeada em Vieira do Minho, a empresa baseia a sua produção em resinas termoplásticas. A 3G Resins nasceu da experiência profissional de Gilberto Ribeiro, engenheiro de polímeros e gestor com passagem por empresas como a Plásticos Joluce.
De acordo com Gilberto Ribeiro, as exportações representam mais de 80% do volume de negócios, estratégia que a empresa pretende manter. "Interessa-nos mais o mercado externo do que o mercado nacional. Vamos continuar a investir na internacionalização", destacou.
. PERSONALIDADE DO ANO: António Rios de Amorim
O imperador da cortiça
"Como podem imaginar, sou apenas o porta-voz de uma grande e vasta equipa que, a partir de Portugal e com presença em 30 países, promove uma matéria-prima nacional, a cortiça. Desenvolvemos uma indústria onde Portugal é líder mundial, tendo na inovação um dos nossos principais pilares de desenvolvimento e na sustentabilidade uma das nossas marcas de diferenciação", afirmou António Rios de Amorim, de 57 anos, presidente e CEO da Corticeira Amorim desde 2001, representando a quinta geração na liderança do grupo corticeiro.
Licenciado em Comércio Internacional pela Universidade de Birmingham, António Rios de Amorim completou estudos executivos em gestão no INSEAD, Stanford e na Universidade de Columbia. Filho de António Amorim e sobrinho de Américo Amorim, a quem sucedeu na liderança da Corticeira Amorim, destacou-se como estratega ao manter o foco no core da cortiça e superando desafios como os vedantes de plástico, as screwcaps ou o TCA (Tricloroanisol), um contaminante da cortiça.
"Acreditamos que, num país pequeno, com poucas grandes empresas e poucas empresas internacionalizadas, promover o sucesso empresarial e divulgar a escala e os resultados destas empresas é uma missão absolutamente fundamental para assegurar o crescimento da nossa economia e do nosso país", considerou António Rios de Amorim.
| Internacionalização
. GRANDE EMPRESA: Critical Manufacturing
Os revolucionários da indústria 4.0
"É uma empresa que, a partir da Maia, cria soluções de software para indústrias avançadas em setores e segmentos industriais de grande sofisticação. Estamos a falar das áreas dos semicondutores, eletrónica, dispositivos médicos, equipamentos industriais e de algumas das maiores empresas do mundo", salientou Francisco Almada Lobo, CEO da Critical Manufacturing.
Esta empresa foi criada em 2009 pela Critical Software e por um grupo de especialistas em semicondutores, tendo, a partir de 2018, passado a integrar o Grupo ASMPT, de Singapura.
. PME: Bach-Fire Protection
Cortinas contra o fogo e o fumo
"É uma empresa que atua no mercado de proteção contra incêndios. Exportamos para 40 países mais de 70% da produção. Fabricamos cortinas de compartimentação ao fogo e cortinas de controlo de fumo. A nossa visão é produzir produtos inovadores, diferenciados e certificados para colocar no mercado, respondendo às necessidades do setor da proteção contra incêndios", afirmou Pedro Morgado, CEO da Bach-Fire Protection e presidente-executivo do Grupo Testa.
A empresa pertence a este grupo e nasceu em 1989 com a criação da Tria Portugal, dedicada à produção de portas técnicas metálicas.
Em 2008, o grupo adquiriu a Bach, então o principal fabricante espanhol de cortinas corta-fogo e de controlo de fumo.
. PERSONALIDADE: Carlos Santos, CEO, e Patrícia Santos, diretora criativa, do Grupo Triva
Os empresários do luxo
"É sempre bom vermos o nosso trabalho reconhecido. Temos uma área muito tradicional, que é o mobiliário, mas feita de uma forma diferente, verticalizada, ou seja, temos todo o processo produtivo, do desenho à produção e à comercialização", disse Carlos Santos. O Grupo Triva detém a Frato, criada em 2010, à qual se juntaram Carlos Santos, que trocou a engenharia pela gestão, e Patrícia Santos, que preferiu a decoração ao Direito. A Frato é uma marca de mobiliário e interiores de luxo, com lojas em Nova Iorque, no Harrods e no South Dome, em Londres, no Dubai, no Tivoli, em Doha, além de uma rede de lojas multimarca. O grupo possui ainda as marcas Altto e Idezi, na área da hotelaria, com projetos em mais de 70 países. "Ainda estamos numa fase inicial; há um potencial de crescimento muito grande", afirma Carlos Santos.
. Sustentabilidade Vencedor: Unicorn Treasure
Uma ferramenta de literacia digital para crianças
A ubbu é uma plataforma portuguesa de literacia digital para crianças criada pela Unicorn Treasure, constituída em 2020. É uma ferramenta de aprendizagem que ensina informática e programação a crianças mediante aulas-jogos. "A ubbu está a empoderar as novas gerações com as competências para terem um futuro mais sustentável num mundo cada vez mais digital", referiu João Magalhães, CEO e cofundador da Unicorn Treasure, que também esteve na base da Academia de Código, hoje Code for All. A ubbu "desenvolveu uma solução chave na mão para qualquer professor, escola ou governo que queira introduzir o pensamento computacional, STEM ou os ODS na educação", concluiu João Magalhães.
| Tecnologia
. GRANDE EMPRESA: Critical Techworks
À velocidade da BMW
É uma joint-venture entre a portuguesa Critical Software e o grupo BMW, fundada em 2018, que se foca exclusivamente no desenvolvimento de software para o grupo BMW e o seu ecossistema digital, o que faz com que a totalidade da sua produção seja exportada.
"A Critical Techworks promove a digitalização dos serviços e produtos do grupo BMW, abrangendo desde a digitalização das fábricas de produção de veículos até à condução autónoma. Estes desenvolvimentos reforçam a Critical Techworks como um pilar de inovação e tecnologia para o grupo BMW", sublinhou Diana Silva, Head of Interactions da Critical Techworks.
A empresa tem uma faturação de 169,6 milhões de euros e conta com cerca de 3 mil colaboradores, organizados em cerca de 40 unidades.
. PME: Evox Technologies
Uma gazela das tecnologias
É uma empresa portuguesa que desenvolveu o 360Waste!, uma ferramenta tecnológica para a gestão de resíduos que utiliza tecnologias avançadas, como otimização de rotas, visão artificial, inteligência artificial, redes sem fios para IoT e Digital Twin. "A nossa missão é simples, mas ambiciosa: revolucionar o mercado da gestão de resíduos mediante inovação tecnológica", afirmou Hélio Silva, CEO da Evox, que fundou a empresa em 2015, em Castelo Branco.
"Na Evox, acreditamos que o futuro está em soluções inteligentes, que tornam os processos mais eficientes, sustentáveis e conectados. Trabalhamos com tecnologia de ponta, como sensores IoT, tecnologias RFID e plataformas digitais integradas, para ajudar empresas e municípios a otimizar as suas operações e a reduzir o impacto ambiental", acrescentou Hélio Silva.
Em dezembro deste ano, a Evox integrou a lista das 10 empresas tecnológicas portuguesas com maior crescimento anual de receitas, ocupando o 8.º lugar, com um crescimento de 490%, no Technology Fast 50 2024 da Deloitte.
. PERSONALIDADE: Manuela Veloso, Head of J.P. Morgan Chase AI Research
Os robôs colaborativos nas finanças
"É uma honra receber este prémio de Personalidade do Ano na categoria de Tecnologia. Esta iniciativa, na sua globalidade, é formidável em dar visibilidade a desenvolvimentos de impacto, em particular na inovação. Espero que este novo ano nos continue a dar oportunidades para explorar o potencial inovador da inteligência artificial, contribuindo para o progresso e para um impacto positivo no nosso futuro", referiu Manuela Maria Veloso, investigadora e responsável pelo J.P. Morgan Chase AI Research desde julho de 2018.
Numa entrevista ao Público, afirmou: "Na J.P. Morgan estou a desenvolver sistemas de IA que são capazes de pedir ajuda quando encontram limitações. É algo que trago do meu passado a desenvolver robôs colaborativos".
Manuela Veloso nasceu em Lisboa, em 1957, e licenciou-se em Engenharia Eletrotécnica no Instituto Superior Técnico de Lisboa, onde também realizou o mestrado na mesma área. Em 1986, mudou-se para os Estados Unidos para realizar o doutoramento em Ciência de Computadores na Carnegie Mellon University (CMU), em Pittsburgh. Desde 1992, é professora no Departamento de Ciência de Computadores da CMU, tendo liderado o departamento de Machine Learning e detendo atualmente o título de "Herbert A. Simon University Professor".
A sua carreira tem sido dedicada à investigação em Inteligência Artificial e Robótica, bem como em Sistemas de Aprendizagem Contínua e na aplicação de IA às Finanças.
. GRANDE EMPRESA: The Summer Berry Company Portugal
O braço português dos frutos silvestres ingleses
José Pedro Salema, Joaquim Pedro Torres, Daniel Portelo, e Gabriela Cruz.
A empresa britânica produz anualmente mais de 10 mil toneladas de frutos silvestres em 360 hectares, tanto na costa sul de Inglaterra como na costa sudoeste de Portugal, onde chegou em 2016. Tem uma área produtiva de 140 hectares, sendo a framboesa o principal foco produtivo. "Portugal é um dos poucos locais na Europa onde se consegue produzir durante os 12 meses do ano", afirma Daniel Portelo, diretor de operações da The Summer Berry Company Portugal.
Atualmente, tem um projeto de plantação, até 2028, de 150 mil árvores e arbustos autóctones, sobretudo de sementes recolhidas no interior do parque natural, "germinadas no nosso viveiro", para criar "ecossistemas junto às nossas zonas de produção, dentro dos túneis e utilizando as nossas plantas, aumentando, assim, a resiliência para as pragas e doenças das nossas plantas para produção", afirmou Daniel Portelo.
. PME: Micro Greens
As flores comestíveis dos restaurantes Michelin
José Pedro Salema, Joaquim Pedro Torres, Tomás Lancastre, e Gabriela Cruz.
A empresa dedica-se à produção de flores comestíveis e microvegetais, tendo nascido em 2013 a partir de um trabalho académico na cadeira de Marketing, durante o curso de Gestão na Universidade Católica Portuguesa, frequentado por Tomás Lancastre. Percebendo a procura existente no mercado, concluiu a licenciatura e iniciou as primeiras experimentações numa estufa com pouco mais de 30 metros quadrados, em Almeirim.
Em 2015, deu início oficial à produção numa área de 140 metros quadrados, que atualmente se estende a 4,2 mil metros quadrados, complementados por cerca de 5 mil metros quadrados de produção ao ar livre na Quinta da Princesa, em Amora.
"Hoje em dia, trabalhamos com 600 dos maiores e melhores restaurantes da Península Ibérica, incluindo alguns que figuram entre os melhores do mundo. Ambicionamos ser a marca de referência de flores comestíveis e microvegetais na Península Ibérica", afirmou Tomás Lancastre, CEO da Micro Greens. De salientar que cerca de 60 restaurantes clientes possuem estrelas Michelin. Os produtos são colhidos manualmente, com entregas realizadas num máximo de 24 horas em toda a Península Ibérica e Baleares. A empresa dispõe ainda de uma loja online robusta e um portefólio de 140 referências produzidas internamente.
. PERSONALIDADE: António Silvestre Ferreira, administrador da Herdade Vale da Rosa
A paixão pelo sabor das uvas de mesa
Amílcar Lourenço, António Silvestre Ferreira, e Ana Dias.
"O nosso país é um país produtor de sabor, e o sabor dá-nos condições de produzir produtos gourmet, os produtos mais valorizados e requisitados no mercado internacional. Devemos estar atentos à inovação. O Vale da Rosa tem trabalhado no desenvolvimento da uva sem grainha", afirmou António Silvestre Ferreira, administrador da Herdade Vale da Rosa.
Formado em Medicina Veterinária em 1973, António Silvestre Ferreira iniciou a sua carreira na pecuária da Herdade do Pinheiro, propriedade da família, mas cedo teve contacto com a produção de uvas de mesa, atividade iniciada pelo pai em 1965. Juntamente com o irmão Francisco, realizou as primeiras exportações de uvas de mesa em 1972.
Em 1975, após a ocupação da herdade, a família mudou-se para Maringá, no Brasil, onde António começou a produzir uvas de mesa e lecionou como professor do curso de Zootecnia na Universidade Estadual de Maringá. Durante os anos 1980, tornou-se o primeiro fornecedor de uvas de mesa sem grainha no mercado de São Paulo.
Em 2000, após o falecimento do pai, regressou a Portugal para assumir a gestão da Herdade Vale da Rosa, que transformou na maior produtora de uvas de mesa do país, com mais de 20 variedades de uvas sem grainha, uma área de produção de 270 hectares e exportações que representam cerca de 30% da produção.
| Turismo Vencedores
. GRANDE EMPRESA: Details Hospitality, Sports and Leisure
As setas da hotelaria e do desporto
Adolfo Mesquita Nunes, Cristina Siza Vieira, Francisco Moser, e Catarina Paiva.
É a plataforma responsável pela gestão dos ativos da Arrow Global nos setores da hotelaria, desporto e lazer em Portugal. Atualmente, gere nove campos de golfe, como a Aroeira, Old Course Vilamoura, Palmares e Pinhal Golfe, além de 18 unidades hoteleiras com cerca de duas mil camas, entre as quais se destacam o Hilton Vilamoura, o Vale d’El-Rei e os hotéis D. Pedro. "O nosso projeto passa por fazer rebranding de hotéis existentes", referiu Francisco Moser, CEO Hospitality da Details.
"O futuro da Details passa muito por continuar a crescer, continuar a fazer bem feito", afirmou Nuno Sepúlveda, CEO Sports & Leisure. "Não seremos nunca, provavelmente, a maior empresa do mundo, mas seremos uma empresa muito boutique, muito direcionada para produtos altamente posicionados, com um grau de especialização e ressegmentação, que é onde acreditamos existir uma grande oportunidade no mercado internacional", concluiu Nuno Sepúlveda.
. PME: HUB
A hotelaria híbrida
Adolfo Mesquita Nunes, Cristina Siza Vieira, Guilherme Pereira, e Catarina Paiva.
A Hub é a denominação social da Wotels, fundada em 2015 por Nuno Constantino, que anteriormente foi fundador da Neoturis e diretor de operações do Grupo Pestana no Brasil. A Wotels é um grupo de hotelaria híbrida que atualmente conta com 15 unidades e cerca de 1.600 camas, abrangendo hostels, guest houses, hotéis, apartotéis e, mais recentemente, unidades de turismo rural.
As suas localizações incluem o Porto, Peniche, Ericeira, Sintra, Lisboa, Costa da Caparica, Almancil e Lagos. "Na nossa visão de futuro, acreditamos que, em 2030, teremos triplicado a nossa faturação, sobretudo em unidades de maior dimensão", afirmou Nuno Constantino, da Whatever Hub.
. PERSONALIDADE: Isabel Costa e João Tomás, administradores do grupo Burel Mountain Hotel
A inspiração empresarial da serra da Estrela
Amílcar Lourenço, Isabel Costa, João Tomás, e Ana Dias.
"Foi a natureza que nos inspirou nesta nossa caminhada de aperfeiçoamento, com pessoas, que iniciámos na Serra da Estrela há cerca de 20 anos, deixando as cidades e as nossas carreiras como executivos", afirmou João Tomás ao lado de Isabel Costa.
A nova etapa das suas vidas começou em 2006 com a criação da Casa das Penhas Douradas, a primeira estância de montanha em Portugal. Inspirada por Davos, na Suíça, pioneira da climoterapia na Europa, esta estância é hoje um repositório de arquitetura sanatorial única do século XIX.
Posteriormente, surgiu a Burel Factory, nascida da falência da Lanifícios Império, e centrada na lã e no burel, um dos produtos mais endógenos e valiosos da Serra da Estrela. Recuperaram cardas e teares do século XIX, reempregaram trabalhadores e preservaram conhecimentos e saberes têxteis.
A história repetiu-se em 2018, com a Casa de São Lourenço, transformada num hotel de cinco estrelas que é também um repositório do design contemporâneo português, iniciado por Maria Keil na década de 1940.
Em 2021, resgataram a fábrica do Pisão Novo, na Covilhã, conhecida como A Transformadora, a última unidade em Portugal dedicada a acabamentos e tinturarias laneiras, que estava em risco de encerrar.
"Hoje empregamos mais de 140 pessoas, muitos deles jovens que regressaram ao interior com empregos qualificados. Passaram a viver em Manteigas, constituíram famílias e tiveram bebés nos últimos anos - mais de 16. Estes números são, provavelmente, os que mais nos orgulham", concluiu João Tomás.
| Indústria Vencedores
. GRANDE EMPRESA: Safe-Life Indústria de Componentes de Segurança Automóvel
Os salva-vidas nos automóveis
Amílcar Lourenço, Mário Belchior, e Ana Dias.
"A Safe-Life é formada por 1.500 colaboradores e tem quase 25 anos de experiência em salvar vidas na estrada. Isto é um grande orgulho, mas também uma grande responsabilidade, pois tudo o que fabricamos tem de ser bem feito e à primeira", afirmou José Castro, plant manager da Safe-Life.
Esta unidade industrial, dedicada à produção de sacos de airbag e geradores para inflar airbags, está instalada em Ponte de Lima desde 2000 e integra o Grupo ZF, um dos maiores fabricantes mundiais de componentes automóveis. Em 2004, inaugurou uma segunda unidade destinada à montagem de módulos de airbag e, mais recentemente, uma unidade de investigação e desenvolvimento.
De acordo com José Castro, "a visão é ser a primeira escolha para todos os nossos parceiros. Para isso, temos um longo caminho a percorrer para melhorar as condições, a qualidade e a cultura. Temos uma grande equipa, por isso estou certo de que vamos ultrapassar estes desafios".
. PME: 3G Resins
Mobiliário em resinas termoplásticas para o mundo
"É uma empresa familiar que se dedica à produção de mobiliário para hotelaria e jardim, e só faz esse tipo de produtos, desde cadeiras, espreguiçadeiras, mesas, guarda-sóis, floreiras, tudo para o mercado de hotelaria", afirmou Gilberto Ribeiro, general manager da 3G Resins.
Fundada em 2008 e sedeada em Vieira do Minho, a empresa baseia a sua produção em resinas termoplásticas. A 3G Resins nasceu da experiência profissional de Gilberto Ribeiro, engenheiro de polímeros e gestor com passagem por empresas como a Plásticos Joluce.
De acordo com Gilberto Ribeiro, as exportações representam mais de 80% do volume de negócios, estratégia que a empresa pretende manter. "Interessa-nos mais o mercado externo do que o mercado nacional. Vamos continuar a investir na internacionalização", destacou.
. PERSONALIDADE DO ANO: António Rios de Amorim
O imperador da cortiça
Amílcar Lourenço, Paulo Dias, e Ana Dias.
"Como podem imaginar, sou apenas o porta-voz de uma grande e vasta equipa que, a partir de Portugal e com presença em 30 países, promove uma matéria-prima nacional, a cortiça. Desenvolvemos uma indústria onde Portugal é líder mundial, tendo na inovação um dos nossos principais pilares de desenvolvimento e na sustentabilidade uma das nossas marcas de diferenciação", afirmou António Rios de Amorim, de 57 anos, presidente e CEO da Corticeira Amorim desde 2001, representando a quinta geração na liderança do grupo corticeiro.
Licenciado em Comércio Internacional pela Universidade de Birmingham, António Rios de Amorim completou estudos executivos em gestão no INSEAD, Stanford e na Universidade de Columbia. Filho de António Amorim e sobrinho de Américo Amorim, a quem sucedeu na liderança da Corticeira Amorim, destacou-se como estratega ao manter o foco no core da cortiça e superando desafios como os vedantes de plástico, as screwcaps ou o TCA (Tricloroanisol), um contaminante da cortiça.
"Acreditamos que, num país pequeno, com poucas grandes empresas e poucas empresas internacionalizadas, promover o sucesso empresarial e divulgar a escala e os resultados destas empresas é uma missão absolutamente fundamental para assegurar o crescimento da nossa economia e do nosso país", considerou António Rios de Amorim.
| Internacionalização
. GRANDE EMPRESA: Critical Manufacturing
Os revolucionários da indústria 4.0
Fátima Vila Maior, Francisco Almada Lobo, e Carlos Pacheco.
"É uma empresa que, a partir da Maia, cria soluções de software para indústrias avançadas em setores e segmentos industriais de grande sofisticação. Estamos a falar das áreas dos semicondutores, eletrónica, dispositivos médicos, equipamentos industriais e de algumas das maiores empresas do mundo", salientou Francisco Almada Lobo, CEO da Critical Manufacturing.
Esta empresa foi criada em 2009 pela Critical Software e por um grupo de especialistas em semicondutores, tendo, a partir de 2018, passado a integrar o Grupo ASMPT, de Singapura.
. PME: Bach-Fire Protection
Cortinas contra o fogo e o fumo
Carlos Pacheco, Joana Matos, e Fátima Vila Maior.
"É uma empresa que atua no mercado de proteção contra incêndios. Exportamos para 40 países mais de 70% da produção. Fabricamos cortinas de compartimentação ao fogo e cortinas de controlo de fumo. A nossa visão é produzir produtos inovadores, diferenciados e certificados para colocar no mercado, respondendo às necessidades do setor da proteção contra incêndios", afirmou Pedro Morgado, CEO da Bach-Fire Protection e presidente-executivo do Grupo Testa.
A empresa pertence a este grupo e nasceu em 1989 com a criação da Tria Portugal, dedicada à produção de portas técnicas metálicas.
Em 2008, o grupo adquiriu a Bach, então o principal fabricante espanhol de cortinas corta-fogo e de controlo de fumo.
. PERSONALIDADE: Carlos Santos, CEO, e Patrícia Santos, diretora criativa, do Grupo Triva
Os empresários do luxo
Amílcar Lourenço, Carlos Santos, e Isabel Rodrigues.
"É sempre bom vermos o nosso trabalho reconhecido. Temos uma área muito tradicional, que é o mobiliário, mas feita de uma forma diferente, verticalizada, ou seja, temos todo o processo produtivo, do desenho à produção e à comercialização", disse Carlos Santos. O Grupo Triva detém a Frato, criada em 2010, à qual se juntaram Carlos Santos, que trocou a engenharia pela gestão, e Patrícia Santos, que preferiu a decoração ao Direito. A Frato é uma marca de mobiliário e interiores de luxo, com lojas em Nova Iorque, no Harrods e no South Dome, em Londres, no Dubai, no Tivoli, em Doha, além de uma rede de lojas multimarca. O grupo possui ainda as marcas Altto e Idezi, na área da hotelaria, com projetos em mais de 70 países. "Ainda estamos numa fase inicial; há um potencial de crescimento muito grande", afirma Carlos Santos.
. Sustentabilidade Vencedor: Unicorn Treasure
Uma ferramenta de literacia digital para crianças
Rita Sampaio Soares, Alice Khouri, João Magalhães, Diana Ramos, e Luís Veiga Martins.
A ubbu é uma plataforma portuguesa de literacia digital para crianças criada pela Unicorn Treasure, constituída em 2020. É uma ferramenta de aprendizagem que ensina informática e programação a crianças mediante aulas-jogos. "A ubbu está a empoderar as novas gerações com as competências para terem um futuro mais sustentável num mundo cada vez mais digital", referiu João Magalhães, CEO e cofundador da Unicorn Treasure, que também esteve na base da Academia de Código, hoje Code for All. A ubbu "desenvolveu uma solução chave na mão para qualquer professor, escola ou governo que queira introduzir o pensamento computacional, STEM ou os ODS na educação", concluiu João Magalhães.
| Tecnologia
. GRANDE EMPRESA: Critical Techworks
À velocidade da BMW
Pedro Santa Clara, Luísa Ribeiro Lopes, Diana Silva, e Jorge Portugal.
É uma joint-venture entre a portuguesa Critical Software e o grupo BMW, fundada em 2018, que se foca exclusivamente no desenvolvimento de software para o grupo BMW e o seu ecossistema digital, o que faz com que a totalidade da sua produção seja exportada.
"A Critical Techworks promove a digitalização dos serviços e produtos do grupo BMW, abrangendo desde a digitalização das fábricas de produção de veículos até à condução autónoma. Estes desenvolvimentos reforçam a Critical Techworks como um pilar de inovação e tecnologia para o grupo BMW", sublinhou Diana Silva, Head of Interactions da Critical Techworks.
A empresa tem uma faturação de 169,6 milhões de euros e conta com cerca de 3 mil colaboradores, organizados em cerca de 40 unidades.
. PME: Evox Technologies
Uma gazela das tecnologias
Pedro Santa Clara, Luísa Ribeiro Lopes, Hélio Silva, e Jorge Portugal.
É uma empresa portuguesa que desenvolveu o 360Waste!, uma ferramenta tecnológica para a gestão de resíduos que utiliza tecnologias avançadas, como otimização de rotas, visão artificial, inteligência artificial, redes sem fios para IoT e Digital Twin. "A nossa missão é simples, mas ambiciosa: revolucionar o mercado da gestão de resíduos mediante inovação tecnológica", afirmou Hélio Silva, CEO da Evox, que fundou a empresa em 2015, em Castelo Branco.
"Na Evox, acreditamos que o futuro está em soluções inteligentes, que tornam os processos mais eficientes, sustentáveis e conectados. Trabalhamos com tecnologia de ponta, como sensores IoT, tecnologias RFID e plataformas digitais integradas, para ajudar empresas e municípios a otimizar as suas operações e a reduzir o impacto ambiental", acrescentou Hélio Silva.
Em dezembro deste ano, a Evox integrou a lista das 10 empresas tecnológicas portuguesas com maior crescimento anual de receitas, ocupando o 8.º lugar, com um crescimento de 490%, no Technology Fast 50 2024 da Deloitte.
. PERSONALIDADE: Manuela Veloso, Head of J.P. Morgan Chase AI Research
Os robôs colaborativos nas finanças
Amílcar Lourenço, Vera Veloso, e Isabel Rodrigues.
"É uma honra receber este prémio de Personalidade do Ano na categoria de Tecnologia. Esta iniciativa, na sua globalidade, é formidável em dar visibilidade a desenvolvimentos de impacto, em particular na inovação. Espero que este novo ano nos continue a dar oportunidades para explorar o potencial inovador da inteligência artificial, contribuindo para o progresso e para um impacto positivo no nosso futuro", referiu Manuela Maria Veloso, investigadora e responsável pelo J.P. Morgan Chase AI Research desde julho de 2018.
Numa entrevista ao Público, afirmou: "Na J.P. Morgan estou a desenvolver sistemas de IA que são capazes de pedir ajuda quando encontram limitações. É algo que trago do meu passado a desenvolver robôs colaborativos".
Manuela Veloso nasceu em Lisboa, em 1957, e licenciou-se em Engenharia Eletrotécnica no Instituto Superior Técnico de Lisboa, onde também realizou o mestrado na mesma área. Em 1986, mudou-se para os Estados Unidos para realizar o doutoramento em Ciência de Computadores na Carnegie Mellon University (CMU), em Pittsburgh. Desde 1992, é professora no Departamento de Ciência de Computadores da CMU, tendo liderado o departamento de Machine Learning e detendo atualmente o título de "Herbert A. Simon University Professor".
A sua carreira tem sido dedicada à investigação em Inteligência Artificial e Robótica, bem como em Sistemas de Aprendizagem Contínua e na aplicação de IA às Finanças.
