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Regaleira, um lugar "a que não se pode ficar indiferente"

As palavras são de João Cruz Alves, administrador-executivo da Quinta da Regaleira, um museu a céu aberto que é um “expoente ao mais alto nível do romantismo” e um “caso único e excepcional no panorama não só dos jardins do mundo, como da fusão entre a arquitectura e a paisagem”.

22 de Setembro de 2015 às 00:01
Bruno Simão
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Estacionar é talvez o maior desafio para quem deseja visitar  este lugar. Uma vez superado, o visitante segue munido de um mapa que é facultado à entrada. À sua espera está um palácio, uma capela, inúmeras esculturas, grutas misteriosas, caminhos subterrâneos e um poço iniciático. Tudo isto plantado em plena Serra de Sintra, onde o tempo segue nublado, salientando o verde carregado de uma vegetação densa e criando o ambiente ideal para visitar esta misteriosa quinta, edificada em 1904 às ordens de António Augusto Carvalho Monteiro – conhecido por "Monteiro dos Milhões" - e projectada pelo arquitecto italiano Luigi Manini.

A Regaleira, adquirida pela Câmara de Sintra em 1996, começou a ser gerida pela Fundação Cultursintra um ano depois. Esta instituição é incorporada por várias entidades públicas e privadas, tendo as primeiras entrado com dinheiro e as segundas com "experiência e prestígio". É "um exemplo de boas práticas" de uma parceria público-privada, onde a participação dos sectores "tem sido rica e frutífera", diz João Alves.

"Nós somos uma instituição com total autonomia financeira", explica o administrador-executivo, acrescentando que "é a receita turística que vai permitir não só assegurar todo o plano de actividades cultural, como o plano de investimentos em recuperação". Até 7 de Setembro mais de 350 mil pessoas já tinham visitado a quinta este ano, mais 30% do que no período homólogo  de 2014, representando receitas de cerca de 1,7 milhões de euros.

A par da visitação – livre ou guiada – é ainda possível usufruir de "18 projectos culturais diferentes, com perto de 500 eventos" promovidos pela Fundação Cultursintra na Quinta da Regaleira, entre eles, peças de teatro, ciclos de concertos e espectáculos de dança.

O maior desafio actualmente "decorre da excepcional adesão de públicos" e da necessidade de "desenhar a experiência do visitante". Para que a Quinta "não se converta num espaço visitável sobre stress", o que "depreciaria não só a própria experiência, como constituiria um facto de maior risco para a própria preservação do edificado", estão a estudar-se alternativas para melhor gerir os fluxos de visitação, entre elas, um reforço da informação disponível ao visitante, a diversificação horária dos eventos promovidos, a "compra antecipada de bilhetes e a definição de algumas experiências temporizadas" nas zonas mais sensíveis da Quinta, "onde as condições de escoamento são fisicamente mais limitadas".

João Alves vai fazendo de guia. E escolhe "os três momentos imperdíveis da Quinta da Regaleira": o Palácio, a Capela e o Poço Iniciático. "Quando as pessoas têm pouco tempo eu mostro só as coisas mais importantes e falo daquilo que elas perderam para que voltem mais tarde, para se darem a oportunidade de viver toda a riqueza deste lugar", ao qual, assevera, "não se pode ficar indiferente".

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