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Pro-Drone: Pás eólicas sem segredos para drone inteligente

A Pro-Drone nasceu com a ambição de reduzir custos na energia renovável para que seja a dominante. E deu inteligência ao drone que quer levar a todo o mundo. O negócio não tem fronteiras.

24 de Maio de 2016 às 00:01
Sara Matos
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Já fizeram milhares de horas de voo, mas aqueles drones, que parecem aranhas, quase não viram pás eólicas. Naquele dia, André Moura, fundador da Pro-Drone, olhava para a chuva e esperava que nessa semana o tempo desse tréguas, para que os seus drones pudessem iniciar os testes reais junto de estruturas da EDP.

A Pro-Drone vai ter acesso a quatro dias de testes nas plataformas eólicas da eléctrica, o que espera concluir até ao Verão. Este piloto não é garantia que a EDP se manterá como cliente, mas seria "um parceiro e um cliente fenomenal", até pela presença internacional. O "mindset" da Pro-Drone é um só: internacional.

A Pro-Drone desenvolveu a inteligência - o mesmo é dizer o software - e deu-a ao drone, colocando-lhe um computador a bordo, sensores e câmaras que permitem fotografar ou filmar as pás eólicas de cima a baixo e em todas as suas faces durante o voo. E sem necessidade de um piloto de drone ou de pessoas a subir e descer cordas. É um sistema de recolha de informação autónomo, garante André Moura, explicando que os dados de voo são cruzados com as imagens recolhidas, o que permite verificar com precisão o local de uma eventual reparação.


Não dá ao cliente, garante, uma "pen" ou um CD com milhares de fotografias... "Todas iguais, com pás brancas e céu azul", diz André Moura que com isto explica a sua vantagem: a Pro-Drone desenvolveu uma plataforma que permite a compilação de todos os dados, através da qual as pás são vistas, numa fotografia única, nas suas quatro faces, com escala. Há clientes que fazem a sua própria análise, mas a Pro-Drone admite parcerias com empresas de inspecção para que o cliente possa externalizar a fiscalização.

André Moura também tem na ideia como modelo de negócio o licenciamento da solução, nomeadamente a nível internacional, ficando em dois ou três mercados directamente para poder desenvolver a solução e melhorá-la. André Moura não tem dúvidas: "não somos uma empresa de serviços, somos uma empresa tecnológica".

O biólogo marinho e especialista em oceanografia não sabe código de programação. Mas tem uma ambição: "tinha fome de ter uma contribuição mais relevante neste 'energy shift' e o eólico está perto de conseguir competir ao nível de preço com as energia tradicionais". E acredita que a sua empresa ajuda nessa redução de custos.

Tome nota Ideia nasceu no mar e cresceu com o vento A Pro-Drone está em fase de angariação de financiamento e avançou já no teste de mercado nas eólicas da EDP. É uma nova etapa que abre o futuro.

A ideia
André Moura trabalhou seis anos na WavEC. Viu a forma como se faziam inspecções nas estruturas de energia offshore e os custos que essas fiscalizações tinham. Alguma coisa tinha de mudar, pensou o fundador da Pro-Drone. E assim nasceu a ideia que desenvolveram, com autorização, na WavEC. Pensando, também, que a energia eólica estava a tornar-se dominadora e precisava de ser mais competitiva, baixando custos de operação. "Pus-me a pensar como podíamos optimizar a operação, em tempo e dinheiro. Foi assim que começou a nascer a ideia na minha cabeça".

O nascimento
O "pitch" (apresentação) - feito à KIC-InnoEnergy que fez avaliação de negócios - foi aceite e recebeu 100 mil euros em 2014. André Moura assume que se dedicou ao projecto a partir de Outubro desse ano. Mais tarde recebeu dois prémios internacionais, de 10 mil euros cada. E integrou-se na EDP Starter.

O futuro
Nesta fase, a Pro-Drone está à procura, e em negociações, para uma nova ronda de financiamento, de um milhão de euros para dois anos.
A Pro-Drone não quer ser uma empresa de serviços. Assume que é uma empresa de tecnologia. Por isso, admite partir a nível internacional para um modelo de licenciamento da solução. E quer entrar noutras indústrias, desde que tenham estruturas verticais, como sejam pontes, navios, plataformas "offshores", edifícios. Tudo o que tenha "objectos verticais".
(notícia actualizada a 24/05, às 17h38, com a correcção do nome da empresa)

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