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Taikai: Desafiar para encontrar soluções

A Taikai construiu uma plataforma que vai estimular a colaboração entre empresas e talentos, através do lançamento de desafios que vão resolver os seus problemas reais.

16 de Abril de 2019 às 14:15
Mário Alves acredita poder internacionalizar a sua start-up dentro de um ano. Paulo Duarte
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Taikai significa, em japonês, coopetição. Ou seja, a palavra designa uma situação em que as empresas cooperam e competem ao mesmo tempo a fim de obter um objetivo comum. Este é o termo que está na origem desta start-up tecnológica que está a arrancar a atividade na Reactor, um hub de inovação tecnológica instalada na Lionesa, em Leça do Balio, no concelho de Matosinhos.

A ideia surgiu pela mão da Bright Pixel, parceira da Reactor e investidor nesta nova empresa, que detetou a necessidade de estabelecer uma ligação entre as grandes empresas e as start-ups de cariz tecnológico ou empreendedores que possam desenvolver soluções interessantes para resolver os problemas dos desafiadores. O caminho encontrado foi o desenvolvimento de uma plataforma que faça uma ponte entre os desafios das grandes empresas e os inovadores, que poderão ser start-ups ou estudantes universitários.

A Taikai quer fazer a ponte entre grandes empresas e start-ups que lhes resolvam problemas reais. 


Desafiado por Celso Martinho, CEO da Bright Partners, a desenvolver esta plataforma, Mário Alves criou a Taikai para este efeito. E explica o conceito: a Taikai incentiva empresas a colocar desafios na sua plataforma e vai surgindo assim uma comunidade que dará seguimento a esses mesmos desafios empresariais. "A comunidade será incentivada pelo prémio que é colocado em jogo, que pode ser monetário, pode ser um contrato com aquela empresa, ou que vai depender daquilo que a empresa pretenda oferecer", explica o CEO da Taikai.

CTT e Nos lançam desafios

A empresa foi criada em agosto do ano passado - a Bright Pixel é a investidora financeira, tendo mais cinco pessoas no capital - e já tem uma equipa de seis elementos que tem vindo a desenvolver a plataforma. Neste período, a Taikai tem abordado empresas que possam ter interesse neste tipo de soluções de forma proativa, para validar o conceito e avaliar o seu interesse em participar nestes desafios. Uma das lacunas muitas vezes apontadas pelas empresas é a falta de ligação entre o mundo empresarial e o mundo académico, ou seja, entre o talento e as necessidades do mercado. "Este é o próximo passo na criação, por exemplo, de novas empresas. Uma equipa que consiga resolver com sucesso dois ou três desafios para diferentes empresas, dentro da mesma área ou de áreas diferentes, poderá dar origem também a uma start-up", explica Mário Alves. Para estudantes ou finalistas de vários cursos, a participação em desafios pode constituir um bom cartão de visita para um possível empregador, pois têm já um portefólio de trabalho para mostrar.

São várias as empresas que já colocaram desafios na plataforma, alguns dos quais já foram concluídos, sendo CTT e Nos as próximas a colocar um desafio na Taikai. Por exemplo, o desafio Insert Coin Live, lançado pela Bright Pixel e terminado em março último, tinha um valor em jogo de 31 mil euros.

Tome nota

Uma ponte entre dois mundos empresariais

O negócio da Taikai sustenta-se num pagamento mensal por parte das empresas, que têm assim direito a um determinado número de desafios na plataforma.

Pagamento mensal
A Taikai não sobrevive sem receitas e, por isso, conforme explica Mário Alves, o modelo de negócio sustenta-se num "fee" mensal que cada empresa pagará para ter acesso a um determinado número de desafios. Também se consegue assim criar uma cultura de envolvimento com a plataforma.

Plataforma assente em "Blockchain"
Foram os conhecimentos do CEO nesta área do "blockchain", que envolve segurança nas transações da internet, que permitiram ter a plataforma associada a esta tecnologia. Esta segurança é importante para a existência de uma moeda virtual, que não tem valor monetário, mas poderá servir como pagamento de serviços dentro da plataforma ou poder querer lançar os seus próprios desafios.

Internacionalizar dentro de um ano
"Daqui a um ano acreditamos já estar no caminho da internacionalização", afirma Mário Alves. A porta de saída será, certamente, através de multinacionais presentes em Portugal, que eventualmente levem a Taikai para outros mercados europeus. A nível internacional há já plataformas idênticas, como as de inovação, mas que se focam mais em desafios académicos ou nichos muito específicos, como o Kaggle, que faz desafios só dentro do "data science" (ciência dos dados). Os prémios envolvidos nestas plataformas são, geralmente, elevados. 

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