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A empresa foi fundada em 1944 quando Paul Stricker, refugiado de guerra, começou a ir a casa dos clientes consertar as canetas de tinta permanente. Depois seguiu-se a importação de canetas de França e Itália, e a importação de material de escritório. Mais tarde, nos anos 80 e 90, lançou-se no chamado brinde promocional. Hoje em termos europeus são uns dos principais players deste mercado. “Não somos líderes de mercado mas temo-nos aproximado”, referiu Paulo Stricker, CEO da Stricker e neto do fundador.
Até 2010 a empresa estava focada em Portugal com umas vendas pontuais para Espanha. Nessa altura, implementaram uma estratégia de expansão internacional, e hoje 80% das suas vendas são para exportação para quase 80 mercados. Atrelado às exportações veio o crescimento da empresa, que passou de 7 milhões de euros em 2010, para 110 milhões de euros em 2019.
“A estratégia foi baseada no chavão “think global, act local”, e toda a equipa interiorizou transversalmente uma vontade e uma ambição de expansão internacional, de globalizar a empresa, e, depois, fomos mercado a mercado e preparámo-nos especificamente para cada um dos mercados, porque as realidades são muito díspares”, explica Paulo Stricker.
O gestor deu exemplos das especificidades dos mercados e a forma de os abordar. “Se quiser vender bem em Espanha tenho de abrir um escritório, ter uma presença física, uma equipa espanhola. Se quiser vender bem na Roménia não preciso de estar presente, basta um backoffice em Portugal a fazer chamadas, fazer roadshows e algumas visitas locais. O mercado alemão é extremamente difícil e fechado, tem de sentir que está comprar a uma empresa alemã porque se sentir que está a comprar a uma empresa portuguesa é mais difícil. Só se entendem estas diferenças preparando e conhecendo cada um destes mercados e entendendo como funciona”, concluiu Paulo Stricker.
Trabalha com mais de 200 fábricas, que ficam no Oriente, sobretudo na China e Sudoeste Asiático, e alguns países da Europa. “É uma atividade complexa, a equipa de compras é uma das nossas maiores equipas, só na China temos 40 colaboradores, e em Portugal cerca de 30 pessoas”, referiu Paulo Stricker.
Falando dos produtos da sua empresa, definiu-os como “aqueles em que se possa colocar um logotipo, pode ser um boné, uma caneta, uma t-shirt”. Explicou que a compra deste produto é mais complexa do que em outras situações. “É mais fácil comprar um produto de luxo ou tecnologicamente avançado porque se paga caro, se for procurar um produto em que não se quer saber da qualidade, impera o preço, espremo o fornecedor ao máximo e é fácil comprar”.
No caso de um produto que é oferecido as empresas não querem “gastar uma fortuna com eles”, mas como tem o logotipo da empresa no produto também não querem que seja mau. “Hoje em dia querem um produto que seja sustentável, boa apresentação. Encontrar o equilíbrio entre um produto a um custo acessível que tenha todos os valores que a marca representa, é de facto um desafio grande e que nos faz procurar exaustivamente soluções nos países fornecedores, nomeadamente na China, e em várias fábricas, num processo permanente de procurement. “Estamos sempre a mudar de fornecedores por causa da busca constante de melhores soluções”, concluiu Paulo Stricker.