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Há 35 anos que se iniciou a exploração da mina de Neves-Corvo. Um dos principais desafios da Somincor é a maior complexidade operacional "decorrente das maiores profundidades e menores teores de metal, situação que tem tendência a agravar-se à medida que a exploração mineira avança, agora já na sua quadragésima década de exploração", revela António Salvador, administrador-delegado da Somincor, empresa do Grupo Lundin Mining e que venceu a categoria Exportações - Multinacional na 12.ª edição dos Prémios Exportação e Internacionalização, referente a 2022, uma iniciativa do Jornal de Negócios e do Novo Banco, em parceria com a Iberinform Portugal.
Para compensar este decréscimo de teor nos metais e o aumento do custo de exploração, "torna-se necessário um constante incremento de produtividade, só assim é que podemos assegurar a nossa sustentabilidade futura, importantíssima para todos os stakeholders, incluindo a região e o país", considera António Salvador.
Nos últimos anos, a empresa fez investimentos e, fruto de um projeto de expansão de 363 milhões de euros, concluído no ano passado, tem em curso a duplicação de produção de metal zinco. Estima que a produção de zinco ultrapasse as 100 mil toneladas este ano e suba para 130 mil a 140 mil toneladas, em 2024, e para as 150 mil toneladas, em 2025. Também prevê que produção de cobre em Neves-Corvo atinja as 40 mil toneladas, nos próximos dois anos.
Como explica António Salvador, do ponto de vista da produção, "o nosso concentrado de cobre representa cerca de 10% de todo o cobre vendido pela Lundin Mining. Relativamente ao zinco, o nosso concentrado deste metal representa mais de 60% do total vendido. A nossa empresa tem uma importância estratégica no contexto nacional e europeu pois somos na Europa a sexta maior produtora de cobre e a primeira produtora de zinco."
À espera do sexto jazigo
Neves-Corvo é uma mina subterrânea com 700 metros de profundidade. Existem cinco jazigos de sulfuretos maciços: Neves, Corvo, Graça, Zambujal, Lombador, Semblana e Monte Branco, estando concessionada à Somincor desde 1980 depois de, em 1977, ter sido descoberto um depósito de sulfuretos com quantidades significativas de metais básicos como cobre, estanho e zinco.
A exploração começou em 1988 através de uma joint-venture entre o Estado português e a multinacional Rio Tinto, e, em 1989, iniciou-se a produção de cobre e, em 1990, a produção de estanho. Em junho de 2004, a Somincor foi adquirida pela Eurozinc Mining Corporation, e, de dois anos depois, após a transformação da lavaria de estanho numa lavaria de zinco, passou a fazer a produção de zinco. Em novembro de 2006, fez-se a fusão entre a Eurozinc e a Lundin Mining. Atualmente, a empresa produz concentrado de cobre, zinco e chumbo.
"O principal projeto para o futuro prende-se com a entrada em produção de um sexto jazigo, Semblana, que contém um depósito fundamental para o eventual prolongamento da vida da mina", revela António Salvador. Mas este novo investimento está dependente da roleta dos preços e do apoio do Estado. "Para que este projeto possa vir a ser viabilizado é necessário um novo investimento elevado para o qual é indispensável uma normalização dos preços dos metais de base nos mercados internacionais, bem como algumas decisões estratégicas por parte do Estado português", adianta António Salvador.
Telecomunicações, ambiente e energia
Com a Lundin Mining a gestão passou a centrar-se na melhoria do desempenho operacional da mina e na exploração de novos recursos e reservas nas zonas adjacentes. O minério é processado em Neves-Corvo, onde existem duas lavadeiras, unidades de transformação com capacidade para processar 2,8 milhões de toneladas por ano de cobre e 2,5 milhões de toneladas por ano de zinco. Os rejeitados são depositados na instalação de resíduos do Cerro do Lobo, a cerca de três quilómetros das lavarias, e os concentrados são transportados por via ferroviária (cobre e zinco) e rodoviária (chumbo) para as suas instalações portuárias em Setúbal, o que faz desde 1988. Estes produtos têm como destino várias metalúrgicas de cobre e zinco localizadas principalmente na Europa, nomeadamente para a Alemanha, Finlândia, Noruega, Espanha, Montenegro, Bulgária e Suécia. Fora da Europa, o grande mercado é a China para onde exportam principalmente chumbo.
Uma das principais linhas de investimento operacionais tem sido em novas tecnologias e na automatização, "o que faz, com que a Somincor seja uma das únicas minas subterrâneas em todo o mundo a ter uma rede móvel de 4G/LTE instalada tanto no subsolo bem como à superfície", refere António Salvador.
Como sublinha este gestor com grande experiência mineira, "em termos ambientais, continuamos a ter uma gestão proativa de todos os nossos impactos, sendo de destacar o facto de tratarmos e reutilizarmos 100% da água utilizada na produção de concentrados. Esta gestão da água é fundamental, sendo ainda mais relevante por operarmos num território que se encontra em seca extrema há já vários anos e que se debate constantemente com a falta de água."
No domínio das energias renováveis, que têm impacto na redução de pegada ecológica e na redução de custos energéticos, têm previsto o investimento, em breve, na construção de um parque solar, "que será um dos maiores da Europa para consumo privado, e que vai permitir mitigar e estabilizar os custos elétricos da nossa operação", avança António Salvador.
Para compensar este decréscimo de teor nos metais e o aumento do custo de exploração, "torna-se necessário um constante incremento de produtividade, só assim é que podemos assegurar a nossa sustentabilidade futura, importantíssima para todos os stakeholders, incluindo a região e o país", considera António Salvador.
Nos últimos anos, a empresa fez investimentos e, fruto de um projeto de expansão de 363 milhões de euros, concluído no ano passado, tem em curso a duplicação de produção de metal zinco. Estima que a produção de zinco ultrapasse as 100 mil toneladas este ano e suba para 130 mil a 140 mil toneladas, em 2024, e para as 150 mil toneladas, em 2025. Também prevê que produção de cobre em Neves-Corvo atinja as 40 mil toneladas, nos próximos dois anos.
Como explica António Salvador, do ponto de vista da produção, "o nosso concentrado de cobre representa cerca de 10% de todo o cobre vendido pela Lundin Mining. Relativamente ao zinco, o nosso concentrado deste metal representa mais de 60% do total vendido. A nossa empresa tem uma importância estratégica no contexto nacional e europeu pois somos na Europa a sexta maior produtora de cobre e a primeira produtora de zinco."
À espera do sexto jazigo
Neves-Corvo é uma mina subterrânea com 700 metros de profundidade. Existem cinco jazigos de sulfuretos maciços: Neves, Corvo, Graça, Zambujal, Lombador, Semblana e Monte Branco, estando concessionada à Somincor desde 1980 depois de, em 1977, ter sido descoberto um depósito de sulfuretos com quantidades significativas de metais básicos como cobre, estanho e zinco.
A exploração começou em 1988 através de uma joint-venture entre o Estado português e a multinacional Rio Tinto, e, em 1989, iniciou-se a produção de cobre e, em 1990, a produção de estanho. Em junho de 2004, a Somincor foi adquirida pela Eurozinc Mining Corporation, e, de dois anos depois, após a transformação da lavaria de estanho numa lavaria de zinco, passou a fazer a produção de zinco. Em novembro de 2006, fez-se a fusão entre a Eurozinc e a Lundin Mining. Atualmente, a empresa produz concentrado de cobre, zinco e chumbo.
"O principal projeto para o futuro prende-se com a entrada em produção de um sexto jazigo, Semblana, que contém um depósito fundamental para o eventual prolongamento da vida da mina", revela António Salvador. Mas este novo investimento está dependente da roleta dos preços e do apoio do Estado. "Para que este projeto possa vir a ser viabilizado é necessário um novo investimento elevado para o qual é indispensável uma normalização dos preços dos metais de base nos mercados internacionais, bem como algumas decisões estratégicas por parte do Estado português", adianta António Salvador.
Telecomunicações, ambiente e energia
Com a Lundin Mining a gestão passou a centrar-se na melhoria do desempenho operacional da mina e na exploração de novos recursos e reservas nas zonas adjacentes. O minério é processado em Neves-Corvo, onde existem duas lavadeiras, unidades de transformação com capacidade para processar 2,8 milhões de toneladas por ano de cobre e 2,5 milhões de toneladas por ano de zinco. Os rejeitados são depositados na instalação de resíduos do Cerro do Lobo, a cerca de três quilómetros das lavarias, e os concentrados são transportados por via ferroviária (cobre e zinco) e rodoviária (chumbo) para as suas instalações portuárias em Setúbal, o que faz desde 1988. Estes produtos têm como destino várias metalúrgicas de cobre e zinco localizadas principalmente na Europa, nomeadamente para a Alemanha, Finlândia, Noruega, Espanha, Montenegro, Bulgária e Suécia. Fora da Europa, o grande mercado é a China para onde exportam principalmente chumbo.
Uma das principais linhas de investimento operacionais tem sido em novas tecnologias e na automatização, "o que faz, com que a Somincor seja uma das únicas minas subterrâneas em todo o mundo a ter uma rede móvel de 4G/LTE instalada tanto no subsolo bem como à superfície", refere António Salvador.
Como sublinha este gestor com grande experiência mineira, "em termos ambientais, continuamos a ter uma gestão proativa de todos os nossos impactos, sendo de destacar o facto de tratarmos e reutilizarmos 100% da água utilizada na produção de concentrados. Esta gestão da água é fundamental, sendo ainda mais relevante por operarmos num território que se encontra em seca extrema há já vários anos e que se debate constantemente com a falta de água."
No domínio das energias renováveis, que têm impacto na redução de pegada ecológica e na redução de custos energéticos, têm previsto o investimento, em breve, na construção de um parque solar, "que será um dos maiores da Europa para consumo privado, e que vai permitir mitigar e estabilizar os custos elétricos da nossa operação", avança António Salvador.