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Siza Vieira aposta numa recuperação rápida

No fim de 2020, o PIB, a dívida em percentagem do PIB e a taxa de desemprego devem estar ao nível de 2015.

22 de Abril de 2020 às 11:00
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"Este será o trimestre mais duro da nossa história económica. Abril, provavelmente, vai ser o pior mês de todos os que vamos passar", afirmou Pedro Siza Vieira, ministro da Economia, na webconference Liderança à Prova, organizada pelo Negócios com o apoio da GoContact. Só em março, segundo as estimativas do Governo, a atividade económica terá registado uma contração de 10%.

Como o retorno à normalidade será feito de forma gradual em Portugal, na Europa e a nível internacional, "vamos chegar ao fim de 2020 com o PIB ao nível de 2015. A dívida em percentagem do PIB também deverá regressar aos níveis de 2015 e o mesmo deverá acontecer com a taxa de desemprego", avisou Siza Vieira. O governante afirmou ainda que os esforços são para "ter uma recuperação mais rápida" do que na anterior recessão em que só em 2018 se chegou ao PIB de 2008.

"O mais importante é construir condições de confiança para a população e as empresas, para que todos possamos voltar a trabalhar e a consumir. Tal como o Governo não mandou as pessoas para casa, foram as pessoas que o fizeram por iniciativa própria, o Executivo também não pode, simplesmente, dizer às pessoas para saírem de casa", sublinhou Pedro Siza Vieira.

"O que precisamos de assegurar é que as pessoas têm a confiança de que estão protegidas na sua saúde e que o retorno à economia não vai causar um aumento incontrolável dos níveis da pandemia." Esse esforço está a ser feito através da "capacitação dos serviços de saúde" para dar resposta às necessidades, com a adaptação dos locais de consumo e de trabalho à proteção das pessoas, "possibilitando o distanciamento social e as condições de higienização".

"Não se desliga a economia de um momento para o outro, esperando, depois, ligar o interruptor e tudo voltar ao normal. Sabemos que há empresas que vão ficar pelo caminho e que há empregos que se vão perder irremediavelmente", conclui Pedro Siza Vieira.

As lições que Pedro Siza Vieira retirou da crise

Humildade
Numa situação em que se navega em águas desconhecidas, tem de se estar disponível para aprender, ouvir, mudar decisões, o que resulta da experiência imediata que se vai adquirindo como aconteceu com o lay-off simplificado, que foi publicado a 11 de março de 2020 e depois foi corrigido.

Paciência
A paciência é uma virtude e é importante uma vez que "esta epidemia está aqui para durar". Numa situação em que a incerteza é elevada, não se pode reagir nem ter certezas absolutas.

Envolvimento da comunidade
Ouvir, partilhar, procurar o envolvimento de todos e por isso antes de cada momento decisivo se ouviram os partidos, os parceiros sociais e outros stakeholders.

Não ter medo
Tem de se tomar decisões e estas vão ter impactos nas pessoas, e é papel do Governo não ter medo de tomar decisões, mas estas devem ser capazes de distribuir os impactos de forma equilibrada.