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Sector agro-alimentar vai ter mais peso no crédito

No Santander peso do sector agro-industrial está em linha com o contributo do sector para o PIB nacional. A tendência será ganhar peso internamente, afirmou Rita Sousa Uva.

06 de Novembro de 2018 às 15:45
Rita Sousa Uva é a representante do gabinete agro-alimentar do Santander. Inês Gomes Lourenço
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"O sector agro-alimentar representa cerca de 4% do endividamento das empresas em Portugal, em termos do PIB, o valor acrescentado bruto é cerca de 2,5% e o distrito de Santarém é o segundo mais importante em termos de agro-indústria", referiu Rita Sousa Uva, representante do gabinete agro-alimentar do Santander.

O banco tem uma estratégia para o sector agro-alimentar que cobre todo o país, alavancado na capilaridade do banco, que se traduz numa proximidade e conhecimento das realidades locais e regionais. Para Rita Sousa Uva, "o peso do sector agro-industrial para o Santander está em linha com o contributo do sector para o PIB nacional. A tendência será ganhar peso internamente, dada a aposta clara do banco no sector, e o crescimento efectivo que se tem verificado".

Esta responsável do Santander salientou que há não só uma mudança no perfil das qualificações a contratar, como falta de mão-de-obra qualificada e indiferenciada. No primeiro caso deu o exemplo de uma exploração está, neste momento, a contratar pessoas de Matemática e de Estatística Aplicada. No segundo caso, sublinhou que "quando analisamos um projecto agrícola, vemos se está muito dependente de mão-de-obra porque é um factor de risco. Se estiver muito mecanizado não depende da vontade de terceiros para prosseguir com as suas culturas e com o ciclo normal da sua produção".

Experiência e tradição

O Santander valoriza a experiência e tradição dos promotores no negócio, bem como a sua capacidade de gestão. Mas na avaliação da viabilidade dos projectos entram, ainda, critérios como a qualidade e solidez financeira dos projectos, bem como o grau compromisso dos sócios e a adequação das garantias oferecidas.

"Estamos atentos aos ciclos de produção e de tesouraria das empresas, bem como à sua capacidade de organização, relevante para obter ganhos de escala na compra de factores de produção e/ou para garantir escoamento dos produtos e fomentar o seu desenvolvimento tecnológico", explica Rita Sousa Uva.

A estratégia prosseguida (mono-produto/cultura ou diversificação) é relevante na análise e a diversificação é valorizada, inclusive a jusante. No caso da agricultura, são questões essenciais a adaptação das culturas às condições edafoclimáticas do local do projecto, a garantia de abastecimento de água em culturas de regadio, a perecibilidade dos produtos. Além de que "no sector primário é ainda imperativo conhecer os mecanismos da Política Agrícola Comum associados, pelo peso relevante que têm na viabilidade dos projectos", concluiu Rita Sousa Uva.

No âmbito da oferta financeira do Santander, tem um factor distintivo dos outros bancos, que é a proximidade que existe entre as universidades e os politécnicos. O Santander coloca estagiários nas empresas por um período experimental e a taxa de colocação final nos quadros das empresas tem sido na ordem os 40% em todo o país. "É um vector em que o banco está inserido e que é a partilha do conhecimento e fazendo a ponte entre as universidades, os politécnicos e as empresas", assinalou Rita Sousa Uva.