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A inovação incremental é importante e pode fazer a diferença na saúde e na vida das pessoas, mas, como assinala Vítor Virgínia, director-geral da MSD Portugal, assiste-se a uma fase que "é particularmente entusiasmante", já que é de "verdadeira mudança de paradigma em algumas áreas". Este é um momento de "breakthrough" . Há o exemplo da imuno-oncologia em que, "após anos de pesquisa e expectativa, estão já disponíveis nos Estados Unidos e espera-se que ainda este ano na Europa surjam medicamentos que, pela primeira vez, colocam o próprio sistema imunitário a combater as células cancerígenas".
As associações de doentes estão atentas a estas situações. "Parece-me que a novidade se mantém na linha de investigação ‘ortodoxa’ enquanto a disruptiva ‘corta’ com os conhecimentos e linhas de actuação, enveredando por novos caminhos. O exemplo: quimioterapia por imunossupressão versus imuno-oncologia em que se propõe a estimulação dos mecanismos imunológicos e de defesa", defende Arsisete Saraiva, presidente da Associação Nacional de Doentes com Artrite Reumatóide (ANDAR).
Estes medicamentos inovadores, da imuno-oncologia à hepatite, "vão ao encontro de necessidades médicas não preenchidas" e "proporcionam mais vida com mais qualidade". Mas não têm todos o mesmo impacto. No campo da diabetes, segundo José Manuel Boavida, coordenador do Plano Nacional Contra a Diabetes, "vive-se no momento de aparecimento de uma plêiade de medicamentos. Se me disserem que têm vantagens, muitas vezes têm, facilitam a vida das pessoas, têm menos complicações. Contribuem menos para o aumento da obesidade, provocam menos hipoglicemias, são melhores em alguns aspectos relacionados com a segurança. Mas não são disruptores".