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Pedro Abrunhosa e Afonso Cruz, um filho da terra que o cantor apresentou como escritor, ilustrador, cineasta, poeta, músico e... fabricante de cerveja, encerraram a edição dos Encontros Fora da Caixa que decorreu na Figueira da Foz. Uma conversa que teve desde logo como mote o facto de um estudo da Fundação Gulbenkian ter revelado que, em 2021, 61% dos portugueses não leu um único livro. Um "feito" que Afonso Cruz desvaloriza até porque, quando nasceu, explicou o artista, um quarto da população portuguesa não sabia ler nem escrever. "E quando o meu pai nasceu, metade da população era analfabeta", dando a entender que o caminho está a ser feito. Ou seja, o copo estará meio cheio, comentou Pedro Abrunhosa.
Afonso Cruz admite que a sociedade evoluiu muito em todos os sentidos, nomeadamente a acessibilidade ao livro que era muito restrita. "Hoje, quase toda a gente lê. Podem não ser leitores assíduos, mas são leitores. A maioria das crianças lê, nem que seja na escola".
O autor é da opinião que as pessoas têm alguma vergonha em se mostrarem ignorantes, por exemplo porque não conseguem fruir de um quadro que está pendurado num Museu, achando por isso que aquele espaço cultural não é para elas. "Existe um fosso entre como a arte é mostrada e a possibilidade de fruição das pessoas".
Seguir os exemplos
A relação com a literatura deve ser recursiva, defende Afonso Cruz, admitindo ser importante que as crianças vejam os pais ter contacto com o livro. Uma ideia corroborada por Pedro Abrunhosa que herdou dos progenitores o amor pelo livro, que define como "uma aventura, quase um objeto místico que permite a curiosidade". No caso de Afonso Cruz, a relação com o livro foi simples já que era filho único, introspetivo e tinha muitos livros disponíveis. "É o que chamo de cultura antropométrica. A cultura estava ao alcance do braço, faz diferença".
Autor de ficção, Afonso Cruz, que escreveu a Enciclopédia da Estória Universal, diz que este género tem uma interessante particularidade: porque não é real, está sempre a acontecer. susana marvão
Afonso Cruz admite que a sociedade evoluiu muito em todos os sentidos, nomeadamente a acessibilidade ao livro que era muito restrita. "Hoje, quase toda a gente lê. Podem não ser leitores assíduos, mas são leitores. A maioria das crianças lê, nem que seja na escola".
O autor é da opinião que as pessoas têm alguma vergonha em se mostrarem ignorantes, por exemplo porque não conseguem fruir de um quadro que está pendurado num Museu, achando por isso que aquele espaço cultural não é para elas. "Existe um fosso entre como a arte é mostrada e a possibilidade de fruição das pessoas".
Seguir os exemplos
A relação com a literatura deve ser recursiva, defende Afonso Cruz, admitindo ser importante que as crianças vejam os pais ter contacto com o livro. Uma ideia corroborada por Pedro Abrunhosa que herdou dos progenitores o amor pelo livro, que define como "uma aventura, quase um objeto místico que permite a curiosidade". No caso de Afonso Cruz, a relação com o livro foi simples já que era filho único, introspetivo e tinha muitos livros disponíveis. "É o que chamo de cultura antropométrica. A cultura estava ao alcance do braço, faz diferença".
Autor de ficção, Afonso Cruz, que escreveu a Enciclopédia da Estória Universal, diz que este género tem uma interessante particularidade: porque não é real, está sempre a acontecer. susana marvão