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Potencial de exportação ainda é elevado

As exportações de bens e serviços, que em 2016 foram de 75,8 mil milhões de euros, devem aumentar 8,3% em 2017, com um ganho de quota de mercado superior a 3 pontos percentuais, mantendo-se a balança comercial positiva.

16 de Novembro de 2017 às 11:34
As exportações portuguesas ainda têm muita margem de crescimento. Bruno Simão
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"O crescimento das exportações entre 2010 e 2017 é notável (devendo ultrapassar os 40% do PIB), não só no que diz respeito ao volume, mas também pelo que correspondeu a ganhos de quota de mercado, o que reforça a ideia de que tal corresponde a ganhos de competitividade por parte das empresas portuguesas", refere Nuno Sousa Pereira. As exportações de bens e serviços deverão registar um aumento de 8,3% em 2017, com um ganho de quota de mercado superior a 3 pontos percentuais, mantendo-se a balança comercial positiva.

Mas não há bela sem senão. Parte significativa destes ganhos provêm do turismo, "em que, reconhecendo-se que Portugal tem vantagens competitivas sólidas, a procura externa é volátil, sendo também determinada por factores que fogem do controlo das empresas portuguesas", conclui o professor da Faculdade de Economia do Porto.

"O nível de exportações e internacionalização da economia portuguesa ainda é modesto e está abaixo do nosso potencial", diz Tomás Moreira, presidente da AFIA - Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel, apesar de nos últimos anos as empresas terem desenvolvido "um grande esforço para aumentar as exportações e registado um êxito razoável". Para Nuno Sousa Pereira, "a abertura da economia portuguesa a que temos assistido é das principais reformas estruturais que resultaram da crise económica recente - os empresários portugueses assimilaram que não podem depender do mercado interno e que as oportunidades dos processos de internacionalização superam os riscos".

A exportação e a internacionalização são cruciais para as empresas em Portugal, pois geram "efeitos de volume decorrentes do acesso a mercados com dimensão incomparavelmente maior do que o exíguo mercado português", como explica Tomás Moreira.

A multiplicação dos acordos de livre comércio

O contexto actual do comércio mundial viu surgirem tendências proteccionistas como o Brexit, a política comercial norte-americana sob a égide de Donald Trump, além de crises em mercados importantes para as empresas portuguesas como o Reino Unido e a Espanha/Catalunha. A União Europeia tem procurado fazer acordos comerciais com vários parceiros. O acordo da UE com o Japão seguiu-se ao acordo CETA com o Canadá. Até ao final deste ano, há possibilidades de a UE chegar a acordo também com o México e com os países da América do Sul, agrupados no Mercosur. A UE lançou também negociações para acordos de comércio com a Coreia do Sul, Singapura, Vietname, Indonésia, e está a fazer preparativos para iniciar as negociações de um acordo de comércio livre com a Austrália e a Nova Zelândia.

"Esta intensa actividade coloca Bruxelas, e não Washington, no banco do condutor do comércio global", escrevem Erik Brattberg e James L. Schoff, pois na Europa, cada mil milhões de euros de exportações sustentam 14 mil postos de trabalho. O crescimento anual do comércio mundial foi em média de 6% nos últimos 20 anos e está a crescer duas vezes mais rapidamente do que a produção mundial.

Bankinter faz-se internacional em Portugal 

Desde Abril de 2016 a operar em Portugal, o Bankinter sempre teve como prioridade o mercado empresarial.

O Bankinter nasceu, como Banco Intercontinental Espanhol, a 4 de Junho de 1965, pela mão dos seus dois sócios-fundadores: Banco de Santander e o Bank of America, no número 29 do Paseo de la Castellana em Madrid, que continua a ser a sede social do banco. Em 1972, passou a cotar-se na bolsa de Madrid, tornando-se num banco comercial completamente independente.

O objectivo era ser uma entidade pioneira na oferta de serviços e produtos financeiros. Lançou em 1987 a primeira conta de alta remuneração. Em 1992, criou a sua área de banca telefónica, a qual promoveu em Espanha o nascimento da banca à distância. Foi a primeira entidade do país a operar através da internet, a facilitar o investimento bolsista mediante telemóvel e em promover um sistema de pagamentos com o simples uso desse dispositivo.

A sua história de mais de meio século é marcada pelo facto de ter crescido em Espanha sem participar em processos de fusão, absorção ou aquisição. A excepção a esta estratégia deu-se em Abril de 2016 com a aquisição dos activos do Barclays Bank em Portugal e a criação da sucursal do Bankinter. Com excepção de um pequeno banco no Luxemburgo para clientes de banca privada, é a primeira experiência internacional.

Melhores e diferentes

Este banco tem sido marcado por alguns princípios. "Não aspiramos a ser os maiores, mas sim os melhores", e por outro lado, "pensar diferente" que "é ter a capacidade de nos reinventarmos cada dia, de inovar e de nos anteciparmos ao futuro" como diz Pedro Guerrero, presidente do Bankinter. Além disso, desde o início deram sempre prioridade ao apoio às pequenas e médias empresas.

O objectivo do Bankinter em Portugal é reproduzir o equilíbrio do balanço da casa-mãe em Espanha com 50% em particulares, nomeadamente do segmento "private" e com 50% do negócio proveniente da actividade com empresas.


            "A Plataforma Empresarial será um espaço das empresas e para as empresas", afirma Alberto Ramos.


Nesta estratégia de proximidade com as empresas surge a iniciativa Plataforma Empresarial, organizada pelo Bankinter e o Negócios, que vai decorrer entre Novembro deste ano e meados de 2018, em vários pontos do país, do Porto a Lisboa, passando por Braga, Aveiro e Faro.

Estes debates vão reunir actores locais e internacionais, bem como especialistas e académicos para discutir e analisar diversas vertentes económicas, numa perspectiva local e nacional.

Como enfatiza Alberto Ramos, "country manager" do Bankinter Portugal, "a Plataforma Empresarial que desenvolvemos em parceria com o Negócios é um reflexo natural do nosso apoio e compromisso com as empresas em Portugal" e "será um espaço das empresas e para as empresas".