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O consórcio Portugal Blue Digital Hub (PBDH), coordenado pela Fórum Oceano, entidade responsável pela gestão do cluster do mar português, quer digitalizar a economia azul portuguesa e fazer do país um polo de inovação digital líder na Europa nesta área.
Esta rede colaborativa, que envolve uma multiplicidade de organizações, é um dos 11 polos de inovação digital que constituem a Rede Nacional de Digital Innovation Hubs. "O Portugal Blue Digital Hub é um polo de inovação digital, ou seja, uma one stop shop de serviços digitais para todos os setores da economia azul, seja uma empresa de pesca, de transformação de pescado, de turismo, de shipping ou de qualquer outro setor, onde estarão à disposição uma série de serviços que ajudarão a digitalizar os processos e os modelos de negócio numa ótica de descarbonização dos mesmos e também de promoção da economia circular. Porque a descarbonização e a circularização dos modelos de negócio e das indústrias só se conseguem com um sistema de informação robusto que mostre como é que os processos impactam ao nível das emissões e de outras dimensões ambientais", explica Ruben Eiras, secretário-geral da Fórum Oceano.
Assim, num único local, será possível aceder a múltiplos serviços, seja de informação, consultoria, aceleração empresarial ou de apoio ao financiamento da solução digital que se quer introduzir no mercado, sendo que o foco é sempre na área digital. "Todos os serviços que o PBDH vai providenciar serão nesta ótica: digitalizar para descarbonizar e tornar circulares os processos e os modelos de negócio para que os produtos e serviços das PME portuguesas da área azul subam no seu valor acrescentado, no seu desempenho ambiental e aumentem a partir daí as suas exportações."
Potencial para liderar na Europa
Um dos grandes objetivos estratégicos do PBDH é catalisar massa crítica. Por isso, para além de transformar a economia azul portuguesa, a ambição do consórcio passa depois por atingir um patamar de liderança na Europa nesta área. "Assim como a Holanda hoje em dia é percecionada como o país da engenharia marítima portuária, dentro de dez anos, porque não pôr Portugal no seguinte patamar: quando se pensa em tecnologias digitais para o mar, para a economia azul, a associação direta seja a Portugal? Essa é a ambição. Existe efetivamente neste momento um nicho de mercado por ocupar nessa área", assinala Ruben Eiras. Isto porque "ainda há muitos gaps de informação sobre o que é que existe e o que é que se passa na coluna da água e no ecossistema marinho. E aí temos vantagens com que podemos jogar. Cerca de 22% da conectividade de dados digitais da União Europeia vai ficar concentrada em Portugal, nos cabos submarinos que ficarão atracados no porto de Sines. Portanto, o porto de Sines, além de ser um porto muito competitivo no físico, também será um porto muito competitivo no digital. Esses cabos atravessam uma boa parte da nossa ZEE [Zona Económica Exclusiva] e ligam a União Europeia à América do Sul e a África. Ora muitos desses cabos podem ser sensorizados e essa dimensão também será integrada dentro do digital innovation hub, para a recolha de dados contínua e permanente do ecossistema marinho por onde esses cabos passam."
O PBDH começará por ser um ponto de acesso único a uma série de serviços digitais, que depois poderão ter expressão física em diversos locais no país, quando as tecnologias em desenvolvimento precisarem de ser testadas em ambiente real ou quase real. Destas infraestruturas físicas de teste farão parte a futura rede de hubs azuis dinamizadores da economia azul em Portugal, prevista no PRR (Plano de Resolução e Resiliência); bem como num hub dedicado à monitorização oceânica que irá nascer no Seixal; também poderão ser feitos testes na Zona Livre Tecnológica (ZLT) que está a ser criada em Troia; e ainda numa infraestrutura mais vocacionada para a área de shipping, em Oeiras.
Assim, para pôr em prática todo o projeto, o consórcio candidatou-se a fundos da Comissão Europeia num valor máximo de 6 milhões de euros, sendo este apoio pago a 50%. Os restantes 50% serão assegurados pelo Estado português. Portanto, no limite, caso Bruxelas não atribua o apoio ao projeto, este irá arrancar com um máximo de cerca de 3 milhões de euros financiados pelo Estado português. Com os resultados da candidatura aos fundos europeus a saírem no próximo verão, a expectativa é que as operações do consórcio arranquem a partir de setembro ou outubro de 2022.
A par, a nível experimental, será testado o financiamento e aceleração de novas tecnologias através de criptomoedas. A ideia, explica Ruben Eiras, "é fazer uma abordagem experimental sobre a ligação direta que poderá haver entre a aceleração de novas tecnologias e das PME que tenham novas soluções de negócio e a sua colocação no mercado para captura de investimento através da tokenização dessas tecnologias. Por exemplo, uma tecnologia poderá ser testada na ZLT de Troia. No final do teste, recebe um selo de qualificação da Marinha, que contém informação do desempenho dessa tecnologia numa série de parâmetros. Quando a tecnologia chega a esse ponto, vai para a plataforma de tokenização do PBDH e é emitido um determinado valor em criptoativos que os investidores podem comprar para essa tecnologia ser desenvolvida. Ou seja, no limite, é fazer crowdfunding, mas com muito mais informação e de cariz institucional de elevado calibre." Ainda que careça de experimentação, o responsável considera que esta poderá ser uma solução "muito interessante para um país como Portugal, que tem dificuldade em aceder a um determinado mercado de capitais e ainda para aceder mais rapidamente à monetização da tecnologia na área azul".
Esta rede colaborativa, que envolve uma multiplicidade de organizações, é um dos 11 polos de inovação digital que constituem a Rede Nacional de Digital Innovation Hubs. "O Portugal Blue Digital Hub é um polo de inovação digital, ou seja, uma one stop shop de serviços digitais para todos os setores da economia azul, seja uma empresa de pesca, de transformação de pescado, de turismo, de shipping ou de qualquer outro setor, onde estarão à disposição uma série de serviços que ajudarão a digitalizar os processos e os modelos de negócio numa ótica de descarbonização dos mesmos e também de promoção da economia circular. Porque a descarbonização e a circularização dos modelos de negócio e das indústrias só se conseguem com um sistema de informação robusto que mostre como é que os processos impactam ao nível das emissões e de outras dimensões ambientais", explica Ruben Eiras, secretário-geral da Fórum Oceano.
Assim, num único local, será possível aceder a múltiplos serviços, seja de informação, consultoria, aceleração empresarial ou de apoio ao financiamento da solução digital que se quer introduzir no mercado, sendo que o foco é sempre na área digital. "Todos os serviços que o PBDH vai providenciar serão nesta ótica: digitalizar para descarbonizar e tornar circulares os processos e os modelos de negócio para que os produtos e serviços das PME portuguesas da área azul subam no seu valor acrescentado, no seu desempenho ambiental e aumentem a partir daí as suas exportações."
Potencial para liderar na Europa
Um dos grandes objetivos estratégicos do PBDH é catalisar massa crítica. Por isso, para além de transformar a economia azul portuguesa, a ambição do consórcio passa depois por atingir um patamar de liderança na Europa nesta área. "Assim como a Holanda hoje em dia é percecionada como o país da engenharia marítima portuária, dentro de dez anos, porque não pôr Portugal no seguinte patamar: quando se pensa em tecnologias digitais para o mar, para a economia azul, a associação direta seja a Portugal? Essa é a ambição. Existe efetivamente neste momento um nicho de mercado por ocupar nessa área", assinala Ruben Eiras. Isto porque "ainda há muitos gaps de informação sobre o que é que existe e o que é que se passa na coluna da água e no ecossistema marinho. E aí temos vantagens com que podemos jogar. Cerca de 22% da conectividade de dados digitais da União Europeia vai ficar concentrada em Portugal, nos cabos submarinos que ficarão atracados no porto de Sines. Portanto, o porto de Sines, além de ser um porto muito competitivo no físico, também será um porto muito competitivo no digital. Esses cabos atravessam uma boa parte da nossa ZEE [Zona Económica Exclusiva] e ligam a União Europeia à América do Sul e a África. Ora muitos desses cabos podem ser sensorizados e essa dimensão também será integrada dentro do digital innovation hub, para a recolha de dados contínua e permanente do ecossistema marinho por onde esses cabos passam."
O PBDH começará por ser um ponto de acesso único a uma série de serviços digitais, que depois poderão ter expressão física em diversos locais no país, quando as tecnologias em desenvolvimento precisarem de ser testadas em ambiente real ou quase real. Destas infraestruturas físicas de teste farão parte a futura rede de hubs azuis dinamizadores da economia azul em Portugal, prevista no PRR (Plano de Resolução e Resiliência); bem como num hub dedicado à monitorização oceânica que irá nascer no Seixal; também poderão ser feitos testes na Zona Livre Tecnológica (ZLT) que está a ser criada em Troia; e ainda numa infraestrutura mais vocacionada para a área de shipping, em Oeiras.
Assim, para pôr em prática todo o projeto, o consórcio candidatou-se a fundos da Comissão Europeia num valor máximo de 6 milhões de euros, sendo este apoio pago a 50%. Os restantes 50% serão assegurados pelo Estado português. Portanto, no limite, caso Bruxelas não atribua o apoio ao projeto, este irá arrancar com um máximo de cerca de 3 milhões de euros financiados pelo Estado português. Com os resultados da candidatura aos fundos europeus a saírem no próximo verão, a expectativa é que as operações do consórcio arranquem a partir de setembro ou outubro de 2022.
A par, a nível experimental, será testado o financiamento e aceleração de novas tecnologias através de criptomoedas. A ideia, explica Ruben Eiras, "é fazer uma abordagem experimental sobre a ligação direta que poderá haver entre a aceleração de novas tecnologias e das PME que tenham novas soluções de negócio e a sua colocação no mercado para captura de investimento através da tokenização dessas tecnologias. Por exemplo, uma tecnologia poderá ser testada na ZLT de Troia. No final do teste, recebe um selo de qualificação da Marinha, que contém informação do desempenho dessa tecnologia numa série de parâmetros. Quando a tecnologia chega a esse ponto, vai para a plataforma de tokenização do PBDH e é emitido um determinado valor em criptoativos que os investidores podem comprar para essa tecnologia ser desenvolvida. Ou seja, no limite, é fazer crowdfunding, mas com muito mais informação e de cariz institucional de elevado calibre." Ainda que careça de experimentação, o responsável considera que esta poderá ser uma solução "muito interessante para um país como Portugal, que tem dificuldade em aceder a um determinado mercado de capitais e ainda para aceder mais rapidamente à monetização da tecnologia na área azul".