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Portugal tem condições para ser uma potência exportadora e do lado das empresas tem havido uma evolução significativa. “Há empresas com uma capacidade, não só de liderança, mas de inovação dos seus produtos e serviços, que não se compara com há 10 anos. Estão muito mais bem preparadas para os mercados externos e para terem um papel relevante em alguns dos nichos que operamos a nível internacional”, considerou Pedro Magalhães, diretor internacional da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP) no Encontro Fora da Caixa, uma edição organizada pela Caixa Geral de Depósitos (CGD) com o Jornal de Negócios que decorreu na cidade da Maia, no TECMAIA.
“O desígnio da internacionalização” foi o tema aprofundado por Pedro Magalhães no evento, corroborando a opinião de outros intervenientes na conferência, a de que Portugal tem condições para ser uma potência exportadora. Mas admite haver ainda um longo percurso a percorrer.
Pedro Magalhães é da opinião de que nem todas as empresas são “obrigadas” a internacionalizarem-se, apelando ao que chamou de “exercício interno” no sentido de perceberem qual o melhor caminho e abordagem aos mercados internacionais.
Relativamente à CCIP, o diretor diz ser contactado quer por empresas já internacionalizadas quer por negócios que só agora dão os primeiros passos em mercados além-fronteiras. As já internacionalizadas procuram desenvolver mais contactos num determinado mercado ou até mesmo explorar novas geografias e, numa parte operacional e de business development, querem colocar-se frente a frente com os principais players ou potenciais clientes em geografias estratégicas. Já as empresas sem experiência de internacionalização são ajudadas pela CCIP na preparação, a definir mercados e a planear uma estratégia, recebendo inclusive formação. “Depois, ajudamos na operação de conseguir chegar aos players certos para que daí possam resultar negócios.”
Inovação é vital
Neste contexto das exportações, o papel da inovação é “fulcral”, nas palavras de Pedro Magalhães. “Inovação que pode ser desde o preço, qualidade, produto, serviços ou processos”, referiu. “Hoje existem inúmeras empresas em diferentes partes do mundo a fazerem exatamente o mesmo das portuguesas. Por isso, sem uma dose de inovação, seja em que vertente for, não sei se teremos grande capacidade para exportar, onde teremos custos de contexto.”
Pedro Magalhães enaltece o facto de setores como o têxtil, calçado, metalomecânica ou moldes registarem fatores de inovação que competem com qualquer empresa a nível internacional. “Isso foi fruto de um investimento nesses setores e que permitiu termos empresas de ponta a nível internacional.”