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Os três vencedores da 2.ª edição do Investir em Saúde

Projetos na gestão de blocos operatórios, de acompanhamento online de doentes com cancro da mama e um call center para doentes covid-19 foram os galardoados na edição de 2020.

Negócios 18 de Novembro de 2020 às 14:30
Os médicos Pedro Pacheco e Rui Malha DR
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Na 2.ª edição do Prémio Investir em Saúde 2020, que pretende distinguir os melhores trabalhos científicos e não científicos com o objetivo de reconhecer e premiar as boas práticas na área da saúde foram recebidas 20 candidaturas, que o júri considerou de grande qualidade.

O júri é formado por Alexandre Lourenço, presidente da APAH - Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares, Ana Sampaio, presidente da Associação Portuguesa de Doença Inflamatória do Intestino, Fernando Araújo, presidente do Centro Hospitalar Universitário de São João, Filipa Mota e Costa, diretora-geral da Janssen, e Filipe Costa, professor assistente da Nova SBE.


Value-Based Healthcare
Projeto - Macroprocesso de gestão do doente cirúrgico
Instituição - Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central

Joana Seringa, autora do projeto vencedor

"Este projeto nasceu da necessidade sentida pelos profissionais para a existência de um instrumento único orientador em cada uma das etapas do percurso do doente cirúrgico, desde a referenciação à alta clínica do pós-operatório", referiu Joana Seringa, gestora de blocos operatórios do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central.

Teve como base a metodologia do focus group, em que participaram diversos profissionais do centro hospitalar que desenvolvem a sua atividade dentro e fora do bloco operatório. Os seus conhecimentos e competências contribuíram "para o desenvolvimento deste instrumento que explana não só as atividades a desenvolver, mas também os principais intervenientes e os timings em que deve ocorrer", sublinhou Joana Seringa.

Com o objetivo de melhorar e enriquecer este macroprocesso de gestão do doente cirúrgico, numa das próximas etapas, que está em desenvolvimento, vão ser incluídos formalmente os contributos dos utentes.


Inovação Hospitalar
Projeto - Oncommunities
Instituição - Instituto Português de Oncologia de Coimbra Francisco Gentil

Piedade Leão, autora do projeto vencedor

Faz o acompanhamento online de doentes com cancro da mama durante o primeiro ano de diagnóstico através de uma aplicação de telemóvel. Esta aplicação permite o acesso dos doentes aos quatro níveis de cuidados de saúde como a triagem e monitorização, orientação, e uma rede social privada para os doentes comunicarem com os profissionais de saúde, podendo esclarecer dúvidas em cerca de 30 minutos, e acompanhamento intensivo.

"Temos a oportunidade de ter um projeto que é inovador, com recurso a novas tecnologias, que de facto é muito interessante, e para as nossas doentes é de fácil acesso para todas as faixas etárias", garante Piedade Leão, coordenadora Oncommunities do IPO de Coimbra.

"Este desafio foi muito interessante para nós como equipa de termos uma nova ferramenta que também nos vem estimular a fazer mais, a fazer diferente" disse Piedade Leão.

Em tempos de pandemia e com a limitação de recursos humanos, em termos de médicos, enfermeiros, psicólogos, "a equipa tem necessidade de fazer um esforço grande para garantir que todos os dias acede à plataforma e responde às questões que são colocadas", disse Piedade Leão. Os objetivos para o futuro são manter esta aplicação e se possível alargar o seu âmbito.


Participação do doente
Projeto - Call Center CoViDTempo para profissionais e centralidade o utente
Instituição - ARSLVT - ACES - Almada Seixal - USF Cova da Piedade

Pedro Pacheco, autor do projeto vencedor

A ideia foi de Pedro Pacheco, médico de família da USF da Cova da Piedade, de recorrer a um serviço disponibilizado pela Amazon Web Services (AWS), o Amazon Connect e criar um call center virtual que permitia aos médicos de família parametrizar os acompanhamentos das situações covid-19 e ao mesmo tempo reduzir a necessidade de contactos.

"A principal dificuldade era a incapacidade de modernização das estruturas de telecomunicações, mas, pelo facto de optarmos por uma solução inteiramente cloud esse handicap foi automaticamente obviado. Conseguimos redefinir fluxogramas de acompanhamento dos doentes para que os profissionais pudessem dispor de mais tempo que outros doentes necessitavam que eram os outros doentes não covid-19 que continuavam a carecer de cuidados", refere Pedro Pacheco.

"O nosso principal objetivo futuro seria replicar este modelo de vigilâncias para o resto do país, no entanto, queremos continuar, a inovar este modelo de vigilância centralizado sempre no utente tanto na gestão da doença como no isolamento, mas mantendo a sua segurança e reduzindo ao máximo o contacto por parte dos profissionais de saúde", salientou Rui Malha, interno de medicina geral e familiar da ACES - Almada Seixal.