- Partilhar artigo
- ...
"Gosto da Booking embora perceba a ameaça que representa sobretudo para os 'Booking-dependentes' que abrem hotéis, colocam-nos na Booking e não se preocupam com a distribuição: dura enquanto a maré estiver cheia" admite Rodrigo Machaz. Adianta que no Memmo 38% das reservas são directas através dos canais próprios. "A Booking é boa para captar o cliente pela primeira vez e permite chegar a gente a que nunca se chegaria, mas temos uma vantagem que a Booking não tem, é que por enquanto o cliente dorme no nosso hotel" diz.
A Booking é o melhor amigo
"Não tenho nada contra a Booking, é o meu melhor cliente tendo passado a Tui o ano passado" diz José Theotónio. Mas está ciente dessa dependência e da necessidade de atrair os clientes para as plataformas do Pestana. "Num momento em que a indústria do turismo corre bem, quem tem ganho mais é a Google, a segunda é a Booking ou a Priceline, a terceira é Expedia. Não são os hoteleiros são os intermediários" analisa José Theotónio.
14%
Cerca de 14% dos estrangeiros que vieram a Lisboa reservaram pela Airbnb.
"A hotelaria sempre teve uma guerra com a Booking, que na Europa atingiu um peso dominante", diz Eduardo Miranda. "No alojamento local ninguém sabe o que é receber uma reserva directa. Vemos as plataformas como parceiros naturais porque é um mercado fragmentado, não tem a necessidade de construir uma imagem de marca tão forte com a angariação directa de clientes". Na área do alojamento local dos centros urbanos a Airbnb representa cerca de 70% do mercado em Lisboa, basta ver a taxa turística. Cerca de 14% dos estrangeiros que vieram a Lisboa reservaram pela Airbnb tendo esta recolhido 1,74 milhões de euros desde Maio a dezembro de 2016 de taxa turística da Câmara Municipal de Lisboa.
Estas plataformas digitais "têm um modelo de negócio muito bom, são nativos digitais e respondem ao modo como o cliente hoje se comporta na marcação e para ter esta supremacia em relação aos concorrentes é porque são melhores, muito fortes em agregação, investem muito em melhorias e todos os dias a plataforma de marcação é melhor".
Preço mais transparente
"A internet trouxe uma transparência no preço, que passou a ser semelhante em todos os canais e em todos os mercados" refere José Theotónio. "Recordo-me há muitos anos na Madeira quando só trabalhávamos o mercado de lazer havia preços diferentes para o mercado inglês, escandinavo, alemão para o mesmo quarto e o mesmo serviço e a justificação que os comerciais davam é que uns podiam pagar mais que outros e pagavam". Hoje as unidades hoteleiras têm os preços online os "meta-searchers" reúnem os preços dessas unidades nos vários canais de distribuição "por isso temos de ter uma uniformidade de preços porque é a forma de não perder a face perante o cliente" acrescenta José Theotónio. Aliás é uma das dificuldades das empresas hoteleiras é gerir a complexidade de canais.