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António Gomes considerou que o momento determinante para esta nova prosperidade em Torres Vedras, que é conhecida por horticultura em estufa, foi o ciclone, que, em 2009, devastou o sector. "As estufas foram reconstruídas com novas tecnologias, com mais áreas de produção e capacidade para o mercado de exportação", lembrou. Como recordou Laura Rodrigues, "houve uma mobilização de outros agentes como a ligação de toda a fileira, dos serviços do Ministério da Agricultura, dos parceiros bancários e da Câmara Municipal de Torres Vedras", relembrou.
"Em todos os hortícolas a região do Oeste tem uma palavra a dizer", referiu António Gomes, que é agricultor biológico. É uma região em que, pela influência atlântica, a temperatura é, no Verão, mais amena, do que, por exemplo outras regiões da Península Ibérica, nomeadamente a Andaluzia, que é muito forte na produção de hortícolas. "Conseguimos assim que se produzam produtos de alta qualidade reconhecidamente em toda a Europa e conseguimos encontrar os nichos e os momentos em que são mais valorizados", assinalou António Gomes.
Associação para promoção
"Os produtos hortícolas não têm marca, são couves, alfaces, tomate e é importante criar um valor acrescentado através da criação e promoção de marcas, pois temos produtos diferenciados", referiu António Gomes. A Associação Interprofissional de Horticultura do Oeste (AIHO) foi criada em 2000. Esta associação reúne agentes económicos relacionados com a fileira hortícola da Região Oeste e que reúne todos os players do sector desde os factores de produção, produção, comércio, e até alguns transformadores, "para que todos estivessem unidos numa única associação para ser mais fortes e dinâmicos e actuar sobretudo numa das áreas mais difíceis que é a promoção do nosso produto".
Conta com cerca de 30 associados, entre organizações de produtores, sociedades de agricultura de grupo, agricultores a título individual e empresas. Os cinco principais produtos da região - couve, alho francês, batata, abóbora e tomate - em 7800 hectares. São produzidas 320 mil toneladas, mais de 40 por cento para exportação. Estima-se que mais de metade da produção nacional de hortícolas é produzida na região Oeste.
A horta do Oeste
A horticultura constitui uma das fileiras estratégicas da região Oeste. Existem cerca de 70 produtos agrícolas plantados na região Oeste. Batata, couve, cebola, cenoura, tomate, alface, feijão-verde, pepino, abóbora e alho são os principais. "Somos muito fortes nos hortícolas de ar livre", sublinhou António Gomes, presidente da Associação Interprofissional de Horticultura do Oeste (AIHO).
Nas culturas ao ar livre, e de Inverno, produzem-se 100 mil toneladas de couves, 70% exportada. O alho francês abastece o mercado interno e exporta cerca de 30% da produção. Na Primavera, o domínio é da batata e da abóbora. Metade da produção desta última é exportada. Em estufa, o tomate ocupa 500 hectares e produzem-se 100 mil toneladas por ano, metade para Espanha.
A vez da batata
Recentemente criaram uma associação para a batata que é um produto que não é frutícola nem hortícola, e que em termos europeus não está na OCM europeia de frutas e legumes. A Por-Batata associa todo o sector a nível nacional, porque "era um sector que estava desprotegido e tem grandes players e operadores que, por não estarem juntos, não tinham força", sublinhou António Gomes. Vão lançar uma campanha, a partir de 11 de junho, para combater o mito de que a batata engorda, com a chancela da Associação Portuguesa da Nutrição.
A Bolsa dos legumes
"Somos a única região em Portugal que tem um sistema de comércio e transacções por leilão", referiu António Gomes. Os produtos saem da produção agrícola e ao serem vendidos através dos leilões, "percepciona-se melhor o valor do produto", explicou António Borges. Acrescenta que se "criaram uma série de operadores e de players, que têm vindo a crescer e a encontrar, no mercado europeu, os nichos e os locais onde podemos valorizar melhor os nossos produtos".