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O roteiro dos desafios

A descarbonização é um desafio global e que está a levar a uma eletrificação da sociedade tendo consequência um maior nível de stress sobre a infraestrutura.

02 de Novembro de 2022 às 14:30
José Ferreira Pinto, diretor da direção de gestão e operação do sistema da E-REDES. DR
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Os primeiros grandes desafios "são os muito intrínsecos à rede, têm a ver com eventos extremos, as alterações climáticas, a que as infraestruturas elétricas são muitos suscetíveis em muitos sítios do mundo mas especialmente em Portugal, em que 80% da rede é aérea, muito exposta a este tipo de fenómenos e de eventos, que são cada vez mais recorrentes", referiu José Ferreira Pinto, diretor da direção de gestão e operação do sistema da E-REDES, durante o debate "Resiliência da rede de distribuição elétrica" na segunda conferência realizada na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, numa organização da E-REDES, em parceria com o Negócios, para debater o contributo das redes de distribuição de eletricidade para a Transição Energética. José Ferreira Pinto salientou que os eventos extremos incluem as ondas de frio e de calor que afetam tanto a infraestrutura como os padrões de consumo de energia, que impactam na rede elétrica.

A descarbonização é um desafio global e que está a levar a uma eletrificação da sociedade tendo consequência um maior nível de stress sobre a infraestrutura. "Os cuidados com o que estamos a operar aumentam, estamos mais no limite, já não podemos ter tantas folgas de segurança, e há uma pressão muito maior sobre a rede e o operador, porque se a energia elétrica é usada para tudo, qualquer problema passa a ter um impacto extremo. Se já hoje é importante, ainda mais crítico vai ser", considerou José Ferreira Pinto.

O diretor da direção de gestão e operação do sistema da E-Redes elencou ainda desafios como a produção distribuída, as cargas móveis, o elevado volume de informação para trabalhar e tirar proveito. Depois falou das mudanças no sistema de distribuição, que "passam por um novo mundo, em que cada um pode ser produtor, utilizador do outro tipo de funcionalidades". Salientou que a evolução do modelo de negócio passa pelos carregadores, comunidades de energia, que vão proliferar, e o "operador tem de ser capaz de operar num novo mundo completamente distinto e a gestão da rede vai ter de ser capaz de evoluir e criar condições para que esses próprios modelos possam evoluir".

José Ferreira Pinto aludiu ainda ao storage de energia que mais não é mais do que um depósito de energia em que, "quando há um excesso, guarda-se e utiliza-se quando for preciso, e, ainda, à chamada resiliência inteligente que é não só em termos da infraestrutura e da capacidade de responder, mas é de usar todas as ferramentas que possam estar à disposição para dar resposta.