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O “open banking” e os pagamentos instantâneos

Os bancos têm investido através da SIBS num conjunto de infraestruturas comuns e hoje a rede integrada tem 60 funcionalidades interbancárias.

12 de Julho de 2019 às 15:15
Mariline Alves
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"Houve dois movimentos na transformação digital dos bancos em Portugal em termos de ‘back end’ que foram muito importantes e tornam a situação bancária portuguesa distintiva em relação à Europa", afirmou Ricardo Chaves, "chief comercial officer" da SIBS Partner In Payments.

O primeiro foi a criação da plataforma de pagamentos instantâneos, "que liga os bancos todos, conta a conta, com a possibilidade de fazer um pagamento em menos de um segundo, e que neste momento está a evoluir para uma ligação à infraestrutura europeia que permite fazer pagamentos com interoperabilidade bancária a nível europeu", explicou Ricardo Chaves. Cerca de 40% dos bancos europeus estão ligados, mas dentro de cinco anos "será a totalidade da banca europeia".

A outra transformação estrutural é o "open banking". Neste momento as API regulatórias estão disponíveis com os bancos a fazer os três meses para mostrar ao regulador que não precisam de utilizar outros mecanismos. "É um processo de aprendizagem, temos os primeiros TPP ("third party providers") a tentarem ligar-se e estamos com equipas para permitir que tudo funcione bem e fiquem afinadas as ligações", referiu Ricardo Chaves.

Evolução das API

O gestor da SIBS Partner In Payments salientou que "estas API regulatórias são importantes mas vão ter evoluções tanto em ‘customer experience’, como na vertente de se tornarem mais amplas do que as bases. Aliás os reguladores têm dito isso".

Explicou também as vantagens que tem o modelo português baseado na SIBS. "Ouvi europeus a dizer que era necessário um esquema de API para standardizar ou um ‘hub’ de API, porque um banco ou um TPP ao chegar a um país e ligar-se a 40 bancos é um inferno por mais que a API seja a mesma e tenha especificações idênticas", refere Ricardo Chaves. "A verdade é que a implementação é ligeiramente diferente e portanto depois têm de gerir 50 ligações. Em Portugal não é assim, com a plataforma liga-se a 19 instituições. Acreditamos que isto é um grande fator de eficiência do mercado português", reiterou Ricardo Chaves.

Os bancos têm investido através da SIBS num conjunto de infraestruturas comuns e hoje a rede integrada tem 60 funcionalidades interbancárias. "Não deve haver outra rede semelhante na Europa, e com tantas vantagens. Por exemplo, não há empresa portuguesa que não tenha pagamentos de serviços por multibanco. Hoje já não é a solução mais inovadora do mundo, mas resolve problemas", salientou Ricardo Chaves.