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O desafio do SNS será o registo europeu de saúde

Portugal vai ser um dos países que estará na linha da frente no registo europeu de saúde. “É uma grande revolução e nem todos os países da Europa estão neste patamar de desenvolvimento”, disse Cristina Vaz Tomé, secretária de Estado da Gestão da Saúde.

03 de Outubro de 2024 às 16:00
Bruno Colaço
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Foto em cima: Cristina Vaz Tomé, secretária de Estado da Gestão da Saúde.

"Aos 45 anos o Serviço Nacional de Saúde é um sistema dinâmico e vivo e que tem necessidade de adaptar aos novos desafios, os contextos e as necessidades de prestação de cuidados de saúde, em que a tecnologia é um dos pilares", afirmou Cristina Vaz Tomé, secretária de Estado da Gestão da Saúde, na conferência "Investir em Saúde - Mais Tecnologia, Melhores Resultados", uma iniciativa da Johnson & Johnson Innovative Medicine e do Negócios. Comparou o Serviço Nacional de Saúde (SNS) a uma grande empresa com 150 mil trabalhadores e 10,4 milhões de utentes, "que poderiam ser considerados clientes", e que opera 24 horas por dia, durante os 365 dias do ano. Estes números revelam a dimensão do desafio da transformação digital numa organização como o SNS.

"O SNS não pode parar durante um mês para realizar a migração de sistemas, pois tem de continuar a funcionar." Nos investimentos em tecnologia, é necessário considerar que se trata de "um sistema vivo, no qual os utentes não podem esperar que o sistema seja atualizado", afirmou Cristina Vaz Tomé. Considerou que os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde "fazem um grande trabalho na uniformização e na capacidade de criar uma uniformidade entre as diferentes entidades que fazem parte do SNS".

Na saúde, atualmente o grande desafio são os dados, mas é preciso a definição do tempo, dos acessos, da fiabilidade, da consistência, e quantos sistemas são necessários para ter acesso ao dado, afirmou Cristina Vaz Tomé. Acrescentou que "hoje em dia, esta é a realidade do SNS, que abrange diversas instituições e sistemas. São 45 anos de desenvolvimento de sistemas, acrescendo que algumas destas instituições possuíam os seus próprios sistemas".

Foco nos sistemas

Em 2025 o desafio do SNS será o registo europeu de saúde. Portugal "vai ser um dos países que estará na crista da onda". Salientou que a grande vantagem desta ferramenta é que os dados de saúde dos cidadãos europeus, desde os seus resumos de saúde estejam ativos, podem ser acedidos por um médico, em qualquer país europeu, que pode fazer uma prescrição de medicamentos para serem aviados na farmácia com comparticipação.

"Trata-se de uma grande revolução, e nem todos os países da Europa alcançaram este nível de desenvolvimento. A possibilidade de um utente português, espanhol ou francês poder circular pelos diferentes países europeus e aceder a cuidados de saúde como se estivesse no SNS é um passo gigante no trabalho de digitalização que o SNS está a realizar", salientou Cristina Vaz Tomé.