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"O mistério do poder de uma marca é mais complicado do que o terceiro segredo de Fátima. Esse mistério tem a ver com um ainda maior que é mistério do que está dentro da cabeça do consumidor. Perceber por que é se lembra de uma coisa e não se lembra de outra, gosta de uma coisa mas não gosta de outra. E, depois de se lembrar e de gostar, muda de opinião às vezes por nada", disse Edson Athayde, CEO da FCB Lisboa. Como não é possível compreender o que vai na cabeça dos consumidores, a vida de um publicitário ou de um marketer é "perguntar, sondar, pesquisar, tentar descobrir, indagar, assuntar e estabelecer teorias".
Edson Athayde, que trabalha na publicidade em Portugal há 30 anos, traça a evolução das marcas e da relação com os consumidores. Começou de uma forma lateral: "além do que eu faço como marca, pode ser que eu queira fazer alguma coisa pela sociedade". Depois passou-se para: "no que faço é preciso que tenha em contao o que tenho de entregar para a sociedade". Hoje o consumidor não quer saber do que a marca faz, mas exige que a marca primeira entregue alguma coisa para a sociedade e, depois, o consumidor verá se gosta do que a marca entrega enquanto produto, serviço.
Mas Edson Athayde antecipa um futuro mais exigente para as marcas. Os estudos sobre as gerações pós-millenials mostram consumidores ainda "mais céticos, mais informados, mais exigentes, e que têm uma noção de que todo o consumidor é um cliente". Como diz Edson Athayde, esta conceção traduz-se no facto de um consumidor se sentir como "acionista do sucesso da marca". Por isso vai querer saber tudo sobre a marca: "não me minta, faça o que mando quando quero do jeito que eu digo e mesmo assim não sei gosto de você!".
Os dois universos
O presidente da FCB Portugal, que é um dos publicitários mais premiados em Portugal fala do "influenciador real" e do futuro um "consumidor engajado, que não é uma realidade total, representa uma parte só que esta é a tendência.". Caracteriza-o como o consumido que aceita o compromisso de ser cliente de uma marca, se se tornar leal pode tornar-se influencer no seu grupo social, porque tem acesso a um microfone, uma câmara, uma plataforma, que lhe dão poder e com um post ajuda a marca a vender mais ou leva-a à falência.
Mas este mundo em mudança não se reflete apenas nas alterações dos perfis dos consumidores mas atinge o interior das organizações. A marca já não é uma questão só de marketing e vendas, tem a ver com o que é a empresa. "Entre segunda e quinta no marketing e publicidade vive-se a tentar chegar ao coração das pessoas, mas na sexta alguém bate à porta e pergunta: ‘como é que isso vai ajudar a vender mais?’", afirma Edson Athayde.
Na sua opinião tem de se conseguir navegar nestes dois universos até porque há a consciência disseminada, em quem trabalha em marketing e publicidade hoje, que "quem ficar apenas preocupado com vendas pode vender mais hoje mas não vai vender mais no futuro". O trabalho hoje é como conseguir cruzar estes universos "Vamos conseguindo mas não há uma resposta concreta. Para algumas marcas tenta-se cruzar com causas sociais de vez em quando. Não há uma resposta concreta e única", conclui Edson Athayde.
Edson Athayde, que trabalha na publicidade em Portugal há 30 anos, traça a evolução das marcas e da relação com os consumidores. Começou de uma forma lateral: "além do que eu faço como marca, pode ser que eu queira fazer alguma coisa pela sociedade". Depois passou-se para: "no que faço é preciso que tenha em contao o que tenho de entregar para a sociedade". Hoje o consumidor não quer saber do que a marca faz, mas exige que a marca primeira entregue alguma coisa para a sociedade e, depois, o consumidor verá se gosta do que a marca entrega enquanto produto, serviço.
Mas Edson Athayde antecipa um futuro mais exigente para as marcas. Os estudos sobre as gerações pós-millenials mostram consumidores ainda "mais céticos, mais informados, mais exigentes, e que têm uma noção de que todo o consumidor é um cliente". Como diz Edson Athayde, esta conceção traduz-se no facto de um consumidor se sentir como "acionista do sucesso da marca". Por isso vai querer saber tudo sobre a marca: "não me minta, faça o que mando quando quero do jeito que eu digo e mesmo assim não sei gosto de você!".
Os dois universos
O presidente da FCB Portugal, que é um dos publicitários mais premiados em Portugal fala do "influenciador real" e do futuro um "consumidor engajado, que não é uma realidade total, representa uma parte só que esta é a tendência.". Caracteriza-o como o consumido que aceita o compromisso de ser cliente de uma marca, se se tornar leal pode tornar-se influencer no seu grupo social, porque tem acesso a um microfone, uma câmara, uma plataforma, que lhe dão poder e com um post ajuda a marca a vender mais ou leva-a à falência.
Mas este mundo em mudança não se reflete apenas nas alterações dos perfis dos consumidores mas atinge o interior das organizações. A marca já não é uma questão só de marketing e vendas, tem a ver com o que é a empresa. "Entre segunda e quinta no marketing e publicidade vive-se a tentar chegar ao coração das pessoas, mas na sexta alguém bate à porta e pergunta: ‘como é que isso vai ajudar a vender mais?’", afirma Edson Athayde.
Na sua opinião tem de se conseguir navegar nestes dois universos até porque há a consciência disseminada, em quem trabalha em marketing e publicidade hoje, que "quem ficar apenas preocupado com vendas pode vender mais hoje mas não vai vender mais no futuro". O trabalho hoje é como conseguir cruzar estes universos "Vamos conseguindo mas não há uma resposta concreta. Para algumas marcas tenta-se cruzar com causas sociais de vez em quando. Não há uma resposta concreta e única", conclui Edson Athayde.
Além do que eu faço como marca, pode ser que eu queira fazer alguma coisa pela sociedade Edson Athayde
CEO da FCB lisboa
CEO da FCB lisboa
"Novo consumidor é muito cético exigente e desconfiado" "Sinto muitas vezes que acordei no reino da Bela Adormecida, passaram cem anos todos os anos e estamos sempre em atraso com tudo o que temos de aprender e absorver. São tempos muito desafiantes para os markteers, para todas as pessoas e para as marcas que têm uma dimensão mais holística", diz Isabel Rodrigues. Um dos aceleradores da mudança é um novo tipo de consumidor que é muito cético, exigente e desconfiado. Já não basta parecer. Temos de cumprir com aquilo que parecemos".
Esta exigência de verdade e autenticidade também tem de ser interiorizada não só pelas marcas como pelas suas organizações. Como exemplifica Isabel Rodrigues, "não acredito nessa modalidade de usar embaixadores para comunicar uma marca. O nosso propósito é transformar os nossos consumidores de ocasionais em leais e esses sim vão ser os verdadeiros embaixadores".
Segundo Isabel Rodrigues, "as marcas já não falam apenas com os consumidores, falam de uma forma geral com todos os stakeholders. Estamos a caminhar para uma visão muito mais holística e ética do que é o valor das marcas. Vamos deixar de olhar para as marcas apenas pelas campanhas ou pelo que dizem e muito menos pelo número de likes que têm, e olhar sobretudo para a sua autenticidade, flexibilidade, capacidade de adaptação, essência".
Esta exigência de verdade e autenticidade também tem de ser interiorizada não só pelas marcas como pelas suas organizações. Como exemplifica Isabel Rodrigues, "não acredito nessa modalidade de usar embaixadores para comunicar uma marca. O nosso propósito é transformar os nossos consumidores de ocasionais em leais e esses sim vão ser os verdadeiros embaixadores".
Segundo Isabel Rodrigues, "as marcas já não falam apenas com os consumidores, falam de uma forma geral com todos os stakeholders. Estamos a caminhar para uma visão muito mais holística e ética do que é o valor das marcas. Vamos deixar de olhar para as marcas apenas pelas campanhas ou pelo que dizem e muito menos pelo número de likes que têm, e olhar sobretudo para a sua autenticidade, flexibilidade, capacidade de adaptação, essência".