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A inovação é o resultado combinado da criatividade do engenho humano com a aplicação de tecnologias que ajudam uma sociedade ou organização a crescer, melhorar, evoluir e descobrir novos processos de aprendizagem.
O país está a fazer um esforço para melhorar a competitividade nos mercados internacionais. Um dos vetores que contribuem para o crescimento do Produto Interno Bruto nacional é a aposta em inovação, qualificação e transformação digital. Mais inovação significa mais crescimento económico, mais produtividade, mais emprego qualificado e melhor qualidade de vida.
diretor executivo do novo Centro de Excelência para a Inovação e Novos Negócios do BPI
"Mais inovação aumenta a produtividade, que por sua vez gera mais crescimento. É um círculo virtuoso que se autoalimenta, mas que, no entanto, é difícil de iniciar. Normalmente, a inovação precisa de capacidade de investimento e da assunção de risco, duas condições que muitas vezes não são fáceis de reunir", explica Afonso Fuzeta Eça, diretor executivo do novo Centro de Excelência para a Inovação e Novos Negócios do BPI.
Os dados mais recentes do Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional (IPCTN), relativos a 2021, indicam um aumento do investimento em inovação e desenvolvimento (I&D), em que o setor privado é responsável por 57% do investimento nacional. Outro estudo de 2021, desta vez do European Innovation Scoreboard, mostra que Portugal ficou no 19º lugar num total de 27 países que são analisados neste relatório estatístico da União Europeia, sendo identificado como um "inovador moderado".
Há áreas em que Portugal compara bem com os seus parceiros europeus, como nas infraestruturas ou nas condições para promover a digitalização, mas continua a ter muitos parâmetros nos quais está abaixo da média comunitária.
associate dean da Nova SBE Executive Education
Aproveitando a infraestrutura existente, um setor que pode beneficiar a economia portuguesa é a massificação da transformação digital das organizações. Um processo que é muito mais do que uma simples modernização tecnológica. É uma mudança cultural que afeta processos, hábitos e comportamentos de grandes e pequenas organizações, sendo uma peça fundamental da evolução natural de adaptação ao futuro e aos desafios que a economia e a sociedade colocam. Sérgio Silvestre, diretor-geral da Claranet Labs, entende que a gestão da inovação é um tema estratégico para o desenvolvimento de qualquer organização, seja pública ou privada, e identifica que "a transformação digital é um dos caminhos que muitas organizações estão a percorrer e que mexe, de forma profunda, com os processos, os modelos de negócio e que desafia as equipas a pensar de forma diferente - mais ágil e mais orientada à experiência dos clientes ou cidadãos, dos colaboradores e dos restantes ‘stakeholders’". E em Portugal são muitas as organizações que já passaram esta fase e que se encontram a planear e a concretizar as seguintes fases associadas aos estádios de desenvolvimento da transformação digital.
Incentivar uma cultura de inovação
O Jornal de Negócios dá o seu contributo para melhorar e promover a cultura da inovação em Portugal com o lançamento do Prémio Nacional de Inovação (PNI), uma iniciativa desenvolvida em parceria com o BPI, a Claranet e a Nova SBE na qualidade de "knowledge partner".
A primeira edição do PNI está dividida em dois grandes eixos, um relacionado com a dimensão da organização (grandes empresas, PME e Administração Pública) e outro relacionado com as tecnologias utilizadas.
Associado à iniciativa, no primeiro semestre de 2023, o Negócios realizará quatro eventos dedicados à inovação, e será criada uma área de informação direcionada para a inovação e a transformação digital, que será desenvolvida por uma equipa de jornalistas com uma ampla experiência na área da transformação digital e terá como curador o ex-diretor do Semana Informática, Carlos Marçalo.
Questionado sobre a importância do Prémio Nacional de Inovação, Afonso Fuzeta Eça refere que num contexto de velocidade de mudança cada vez mais acelerada "a inovação torna-se essencial como fonte de crescimento e prosperidade económica. Estamos a falar de inovação em toda a sua plenitude: muitas das inovações que reconhecemos têm uma forte componente tecnológica. Mas, se nos focarmos no passado recente, em especial no período da pandemia, tivemos de ser bastante inovadores a reformular a forma como trabalhávamos, quebrando algumas barreiras que existiam há décadas." Um exemplo que mostra como a inovação em geral e este prémio em particular devem ser encarados, "como uma forma de dar palco ao que de melhor se faz em termos de inovação no nosso país, proporcionando o merecido destaque a várias iniciativas que já se encontram em curso, e tentando trazer ímpeto para muitas outras que ajudem a tornar o país mais competitivo e atrativo."
managing director da Claranet Portugal
Posição semelhante é a de António Miguel Ferreira, managing director da Claranet Portugal, ao sublinhar que "a inovação definirá o futuro e a capacidade competitiva das empresas e organizações nacionais". Atendendo aos desafios que a economia portuguesa enfrenta, o Prémio Nacional de Inovação "é um contributo para a dinamização da economia do nosso país e, em particular, a economia baseada na digitalização, na inovação e, portanto, na capacidade de as organizações nacionais se afirmarem não só em Portugal, mas num mundo globalizado", defende António Miguel Ferreira, assumindo que a Claranet, ao ser uma empresa de serviços tecnológicos, tem "uma responsabilidade acrescida em apoiar a evolução mais acelerada do nosso país."