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Município de Matosinhos capta fundos europeus

O município de Matosinhos é o décimo maior beneficiário do PT2020 enquanto concelho, e dentro da esfera municipal é o maior com 56 milhões euros em 70 projetos. No entanto, “a dinâmica não municipal é relativamente mais pobre que a dinâmica do próprio município”, diz Fernando Freire de Sousa.

02 de Julho de 2021 às 12:40
Fernando Freire de Sousa diz que é “necessário trabalhar mais”. Ricardo JR
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Matosinhos é, em termos de estrutura económica, "o mais comercial de todos os concelhos da região Norte com 61,5% da sua atividade e tem uma presença relativamente mais baixa da indústria transformadora com 12,7%", sendo o comércio a "atividade por excelência de Matosinhos", salientou Fernando Freire de Sousa, professor da Faculdade de Economia do Porto e ex-presidente da Comissão de Coordenação da Região Norte. Sugere que no futuro Matosinhos deve caminhar para um maior equilíbrio adquirindo um maior peso industrial, que na sua intervenção começou por fazer um enquadramento genérico da posição de Matosinhos sobretudo em relação aos concelhos congéneres da Área Metropolitana do Porto e ao contexto nacional.

Na segunda parte procurou referenciar outras dimensões do concelho de Matosinhos, uma delas a dimensão cidade, que tem a ver com os fundos europeus. De acordo com o Portal da Transparência, "o município de Matosinhos é o décimo maior beneficiário do PT2020 enquanto concelho, e dentro da esfera municipal é o maior com 56 milhões euros em 70 projetos. Há aqui uma capacidade de organização no sentido de captação de fundos comunitários em projetos de ambiente, valorização de recursos naturais, mobilidade, qualificação urbana, reabilitação habitacional, eficiência energética, escolas e abordagens integradas de integração ativa, Matosinhos digital entre outros".

Depois revelou outra dimensão em que é "necessário trabalhar mais", porque o concelho de Matosinhos é apenas o sexto maior beneficiário do PT2020 a norte (342,4 milhões euros em 2.620 projetos de 1.765 beneficiários). "Isto significa que a dinâmica não municipal é relativamente mais pobre que a dinâmica do próprio município".

Referiu-se ainda à Efacec e à refinaria da Galp que foi desativada, que merecem "especial cuidado pois são duas áreas que têm particular importância porque são grandes instalações que estão no concelho". No caso da Galp trata-se da sua reconversão. Quanto à Efacec, que foi nacionalizada em consequência da debacle do império da empresária angolana Isabel dos Santos e que está em processo de privatização, "esta transição acionista comporta riscos e perigos".

Números de Matosinhos

O concelho de Matosinhos é o décimo mais populoso de Portugal em 2020 (mais de 175 mil habitantes, 1,7% do total nacional) e o quarto da região Norte, depois de Gaia, Porto e Braga.

A região Norte representa 28,2% do volume de negócios total das empresas portuguesas e a Área Metropolitana 16,7%, sendo o concelho de Matosinhos o segundo maior da Área Metropolitana do Porto com 16,8% e 2,8% do total nacional, atrás do Porto, com 3,8% e à frente de Gaia, 2,2%.

Matosinhos exportou, em 2019, mercadorias no valor de 864 milhões de euros com Portugal a exportar 59,9 mil milhões euros, o Norte 22,9 mil milhões euros e a Área Metropolitana do Porto 11,5 mil milhões euros. O valor de Matosinhos corresponde a 1,4% do total nacional 3,8% do total da região Norte e 7,5% do total da Área Metropolitana do Porto .