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Numa avaliação sobre a evolução da prestação de cuidados de saúde em Portugal, a ex-ministra da Saúde Maria de Belém Roseira considerou que "o acesso à saúde sofre de problemas gravíssimos". A responsável lembrou que "a reforma dos Cuidados de Saúde Primários (CSP) resultou num modelo completamente diferente da proposta inicial, que implicava a intersubstituição de equipas, o acesso ao médico de família 24 horas e a introdução da qualidade da produção (e não da quantidade da produção)". Ou seja, "os CSP ficaram a funcionar num horário de escritório, além de ter sido estabelecida uma desigualdade nas remunerações incompreensível no caso das Unidades de Saúde Familiar (USF) modelo B". Por outro lado, "os centros de responsabilidade integrados nos hospitais não avançaram, com uma ou outra exceção", notou.
Por sua vez, na opinião da ex-ministra da Saúde, que também participou na fundação de diversas instituições particulares de solidariedade social, "devíamos transformar em desígnio nacional melhorar a expetativa de vida saudável após os 65 anos". "Tal como fizemos para transformar os indicadores ao nível da saúde materna e da mortalidade infantil, devíamos unirmo-nos e transformar em desígnio nacional melhorar a vida das pessoas com mais de 65 anos", recomendou, defendendo que "não é possível ficar contente por ter uma esperança de vida à nascença equiparada aos países nórdicos e depois uma vida após os 65 anos sem qualidade e sem saúde". Para Maria de Belém Roseira, esta é uma perspetiva com um "potencial transformador, pois terei de trabalhar na saúde antes dela, designadamente na relação com as outras áreas", sobretudo no que se refere aos internamentos sociais, "uma área que está neste momento a asfixiar os hospitais e que custa mais de 100 milhões de euros à saúde".
O papel do setor social é também crítico para uma melhoria dos resultados em saúde, considerando a ex-governante que "este tem de andar de mão dada com a saúde". Paralelamente, na questão da transferência de competências da saúde para as autarquias, defende que o fundamental é que "as autarquias ajudem a saúde pública e a saúde em todas as políticas, uma vez que têm instrumentos para isso, nomeadamente na resolução do problema da casa que não tem condições ou no acompanhar das pessoas com desaproveitamento escolar, porque para existir o autocuidado e literacia precisamos de pessoas cognitivamente desenvolvidas". Por isso, defendeu, "se no século XX a filosofia dos sistemas de proteção social foi garantir segurança às pessoas, no século XXI tem de ser investir nas pessoas, retirá-las da pobreza, da mendicidade, do espírito da falta de autoestima, e investir nelas para as desenvolver e serem cidadãos ativos".
Por sua vez, na opinião da ex-ministra da Saúde, que também participou na fundação de diversas instituições particulares de solidariedade social, "devíamos transformar em desígnio nacional melhorar a expetativa de vida saudável após os 65 anos". "Tal como fizemos para transformar os indicadores ao nível da saúde materna e da mortalidade infantil, devíamos unirmo-nos e transformar em desígnio nacional melhorar a vida das pessoas com mais de 65 anos", recomendou, defendendo que "não é possível ficar contente por ter uma esperança de vida à nascença equiparada aos países nórdicos e depois uma vida após os 65 anos sem qualidade e sem saúde". Para Maria de Belém Roseira, esta é uma perspetiva com um "potencial transformador, pois terei de trabalhar na saúde antes dela, designadamente na relação com as outras áreas", sobretudo no que se refere aos internamentos sociais, "uma área que está neste momento a asfixiar os hospitais e que custa mais de 100 milhões de euros à saúde".
O papel do setor social é também crítico para uma melhoria dos resultados em saúde, considerando a ex-governante que "este tem de andar de mão dada com a saúde". Paralelamente, na questão da transferência de competências da saúde para as autarquias, defende que o fundamental é que "as autarquias ajudem a saúde pública e a saúde em todas as políticas, uma vez que têm instrumentos para isso, nomeadamente na resolução do problema da casa que não tem condições ou no acompanhar das pessoas com desaproveitamento escolar, porque para existir o autocuidado e literacia precisamos de pessoas cognitivamente desenvolvidas". Por isso, defendeu, "se no século XX a filosofia dos sistemas de proteção social foi garantir segurança às pessoas, no século XXI tem de ser investir nas pessoas, retirá-las da pobreza, da mendicidade, do espírito da falta de autoestima, e investir nelas para as desenvolver e serem cidadãos ativos".