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Mais duas mulheres com alma de Ferreirinha

A economista Teodora Cardoso é uma voz muito respeitada em Portugal, Raquel Oliveira é uma revelação de excelência na área da ciência. Ganharam o Prémio Dona Antónia.

06 de Julho de 2016 às 10:03
Paulo Duarte
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A novata ressalvou que ainda está no princípio da carreira, a veterana avisou que ainda está longe da reforma. "Tenho um enorme orgulho em fazer parte da família das 'Ferreirinhas'. O meu percurso está no início...", começou por dizer a cientista Raquel Oliveira. "Trata-se de uma consagração que vem um bocadinho cedo", atirou a economista Teodora Cardoso.

Já no entender do júri do Prémio Dona Antónia Adelaide Ferreira, nunca é tarde nem cedo para distinguir mulheres com alma de Ferreirinha - esta segunda-feira, 4 de Julho, em Gaia, Teodora e Raquel receberam este galardão, que pretende distinguir mulheres que tenham replicado "o excepcional exemplo" da lendária Ferreirinha.
cotacao [Teodora Cardoso] é uma personalidade maior da sociedade portuguesa. Um exemplo e referência para todos nós. 
Artur Santos Silva
 Presidente do Júri
Artur Santos Silva, presidente do júri, gracejou com o seu aparente "conflito de interesses" em ambas as escolhas. O "chairman" do BPI lembrou que Teodora Cardoso foi consultora da administração desta instituição financeira, e que Raquel Oliveira fundou o seu laboratório - Dinâmica dos Cromossomas - no Instituto Gulbenkian da Ciência, sendo que Santos Silva preside à Fundação Gulbenkian.

A engenheira bioquímica Raquel Oliveira ganhou o Prémio Dona Antónia na categoria Revelação, que "pretende servir de estímulo a uma carreira com relevância em fase de lançamento ou de desenvolvimento"; enquanto Teodora Cardoso, presidente do Conselho das Finanças Públicas, recebeu o Prémio Consagração de Carreira, que visa "constituir uma homenagem a uma obra realizada e merecedora de inequívoco reconhecimento público".
cotacao O exemplo de Dona Antónia é relevante num momento em que é preciso empresários com iniciativa e de prudência financeira. Teodora Cardoso Pres. Conselho Finanças Públicas
Criado em 1988 pela Sogrape, o galardão distinguiu assim este ano mais duas mulheres portuguesas "cujos valores pessoais e profissionais se identificam com o perfil da vida e obra de Dona Antónia Adelaide Ferreira". Herdeira de uma família abastada do Douro que assumiu a liderança dos negócios familiares no cultivo da vinha e na produção de vinho do Porto, após ter ficado viúva aos 33 anos, Dona Antónia ficou historicamente conhecida como a Ferreirinha.