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José Ferrari Careto: “Temos uma grande abertura ao exterior”

Este sentido de abertura da E-REDES não se cinge apenas pelos dados. Estão próximos dos municípios, das agências de energia, dos clientes, dos produtores, dos autoprodutores.

28 de Novembro de 2022 às 16:00
José Ferrari Careto, CEO da E-REDES Pedro Ferreira
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"A palavra dados foi muito abordada durante esta conferência, não só porque lançámos o portal Open Data, mas porque os dados são fundamentais neste novo contexto da eletricidade, da energia e da transição energética", afirmou José Ferrari Careto, presidente do conselho de administração da E-REDES durante o encerramento da terceira conferência "E-REDES Academia: Redes para a Transição Energética", em parceria com o Negócios, que teve lugar na Nova School of Business and Economics.

José Ferrari Careto sublinhou que a E-REDES instala cerca de 15 mil contadores inteligentes por semana, tendo já instalados 4,6 milhões de contadores inteligentes dos quais 3,7 milhões comunicam diretamente como a rede. O objetivo é chegar ao final de 2024 com 100% do parque com contadores inteligentes em Portugal.

Com a escala desta rede há uma produção cada vez maior de dados, com a produção de dados a cada 15 minutos, o que pode permitir que os consumidores tomem decisões "mais fundamentadas, inteligentes e que contribuam para uma sociedade mais eficiente na utilização da energia", considerou José Ferrari Careto.

Esta rede inteligente injeta "uma transformação enorme no mercado da energia no sentido de produzir muita informação, de robotizar um conjunto de operações", disse o CEO da E-REDES. Acrescenta que foi este "manancial enorme de dados", que levou à criação do portal Open Data, cujo objetivo é disponibilizar "os dados a quem pertencem, que são todos os portugueses, sejam os cidadãos, a academia, as empresas, a consultoria, os municípios. Na prática, a disponibilização gratuita de estes dados é uma grande aposta na capacidade de tirar partido desta informação para que sirvam os portugueses e a sociedade em geral".

Ligação à academia

Este sentido de abertura da E-REDES não se cinge apenas pelos dados. "Temos uma preocupação muito grande de abertura ao exterior, trabalhamos de perto com várias entidades, como os municípios, as agências de energia, no sentido de darmos o nosso contributo para a transição energética, de sermos seus facilitadores junto das autarquias, dos clientes, dos produtores, dos autoprodutores", salientou José Ferrari Careto.

O presidente do conselho de administração da E-REDES referiu-se ainda à importância da ligação com a academia. "Estamos em águas não navegadas, com muitas questões que para nós são novidades, não só ao nível dos dados, mas também à forma como a rede se comporta perante estes desafios, aos temas mais de economia comportamental."

Para José Ferrari Careto trata-se de "aprender e partilhar problemas com a academia e tentar encontrar soluções. Mas não podemos ficar nas relações com a academia que forma, ensina e investiga engenharia. Estes temas da energia têm um impacto muito transversal na sociedade e temos de contar com a engenharia, mas também com a economia, a gestão, o direito, a arquitetura."


Uma escola próxima das empresas

Rita Cunha, (na foto) deputy dean da Nova SBE, referiu, no discurso de abertura da conferência, que "68% dos alunos de mestrado são internacionais que escolhem pela qualidade do ensino teórico, mas também pela possibilidade que têm de contactar com empresas e organizações e elaborar trabalhos conjuntos". Esta proximidade às empresas está no ADN desde a sua fundação em 1977.

Como salientou Rita Cunha, "este objetivo foi ainda mais reforçado com a construção deste novo campus. A proximidade entre as empresas, os professores e os alunos é uma característica importante para garantir a qualidade do ensino, da investigação, e o nosso papel na sociedade. É fundamental para permitir que os professores de economia, gestão, finanças, data analytics mantenham o contacto com a realidade dos agentes económicos e possam assim tornar a sua investigação mais relevante e de maior impacto."