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Prémio Personalidade
José António dos Santos "honra a história mas olha para o futuro" e na sua carreira de 66 anos nos negócios "escreveu-se uma história muito longa ligada ao setor da ciência animal, da agroalimentar", referiu Emídio Gomes, membro do júri sobre o Prémio Personalidade do Prémio Nacional da Agricultura de 2020.
José António dos Santos e o irmão gémeo, António José dos Santos, nasceram em 1941, e vieram estudar, em 1955 para Lisboa e ficaram a trabalhar com o tio. Em maio de 1963 faleceu Manuel dos Santos e os dois irmãos à medida que cumpriam o serviço militar regressavam ao negócio recriado por Manuel dos Santos, de que eram os continuadores e que tivera origem em 1875.
Em 1966, a família Santos, composta pelos quatro irmãos António José dos Santos, José António dos Santos, Manuel dos Santos, Maria Júlia dos Santos Ferreira e o primo Armando Custodio regressaram à Marteleira para abrir o primeiro centro de abate de aves da futura empresa, e segundo matadouro de aves privado instalado na Península Ibérica.
José António dos Santos
Presidente do Grupo Valouro
Foi o princípio do Grupo Valouro, que hoje conta com mais de 40 empresas dos setores da agricultura, indústria de rações, multiplicação de aves, abate e transformação de aves, distribuição e comércio alimentar, transportes, produção de energia, seguros e turismo. A faturação consolidada de 2018 foi 362,8 milhões de euros, em 2019 foi de 409,9 milhões de euros.
A liderança dos negócios tem sido feita pelos dois irmãos gémeos, que pensam da mesma maneira, mas têm valências diferentes. António José dos Santos, com inclinação para as engenharias, concebeu a fábrica de rações da Valouro, e patenteou um comedouro de restrição automática para as aves de criação. José António sempre foi o homem das contas e da área comercial e que definiu a filosofia do grupo: "Há três coisas que são estritamente necessárias: a primeira é o trabalho, a segunda é a honestidade, essa é a principal de todas, e a terceira ter visão. Eu costumo dizer que temos de ver para lá da parede."
Ainda no âmbito da economia circular, na viragem do século "iniciamos no Alentejo a construção de um complexo agrícola com capacidade para produzir 15 milhões de frangos por ano". Na Herdade Daroeira estão instaladas a fileira da carne de frango, o tratamento térmico dos subprodutos do matadouro utilizados no fabrico de alimentos para animais de companhia e ainda a compostagem dos estrumes retirados das camas das aves para fertilização agrícola.