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Portugal começa a olhar com curiosidade para as possibilidades criadas pela blockchain para as várias unidades de negócio. Segundo João Viana Ferreira, responsável pela unidade de negócio de "business consulting" da Everis Portugal, começam a surgir projectos embrionários nesta área, sobretudo no sector financeiro. Mas o potencial desta tecnologia disruptiva estende-se a todos os sectores de actividade. Contudo, há questões tecnológicas e regulatórias a resolver antes que a blockchain dê o salto para a realidade.
A Blockchain é uma tecnologia que promete ser revolucionária em várias áreas, nomeadamente no sector financeiro. Como é que Portugal está a preparar-se para esta nova realidade?
Em Portugal, ao contrário de outros países europeus, ainda estamos numa fase de divulgação inicial. Percebemos que existe bastante curiosidade (muito motivada pelas criptomoedas, especificamente pela bitcoin, dado que a blockchain é a tecnologia que suporta o seu funcionamento) e começam agora a surgir alguns projectos embrionários.
Esses projectos são um bom início para começar a obter resultados nesta área?
O importante agora é continuar a divulgar e promover o tema junto de diferentes entidades nacionais (públicas ou privadas), de forma a que possam perceber o potencial impacto da tecnologia, com os respectivos riscos e oportunidades, mesmo que ainda não seja possível, de forma assertiva, dizer qual a dimensão e o impacto final.
Que sectores estão a trabalhar em projectos para testar novas plataformas de blockchain, numa tentativa de criar uma solução que se ajuste à sua actividade?
O sector que está definitivamente a investir mais em pilotos e projectos nas plataformas de blockchain é o financeiro, não exclusivamente bancos, mas outras áreas associadas. No entanto, começam cada vez mais a aparecer outros sectores interessados em falar connosco sobre como podem usar blockchain para potenciar (ou mesmo criar novos) modelos de negócio, como o sector público, "utilities", seguros ou retalho.
A Internet demorou cerca de 30 anos a implementar-se. Com a blockchain o processo poderá ser semelhante ou a implementação será mais rápida?
Um dos prazeres de trabalhar temas mais disruptivos é que, no fundo, não sabemos qual será a velocidade ou o nível final de adopção. Mas alguns indicadores permitem-nos pensar que sim, pois esta tecnologia não só dá resposta a uma série de questões que a própria Internet veio criar - como as questões de segurança e confidencialidade/privacidade ou a disponibilização de conteúdos de forma gratuita, que tanto vieram afectar áreas como os media ou a indústria da música - , como também vai permitir o desenvolvimento de modelos de negócio em sectores tradicionais onde o relacionamento entre as partes requer algo semelhante ao que a blockchain promete, e aqui estou a pensar, por exemplo, no sector de "utilities" e nas necessidades associadas à expansão de veículos eléctricos.
Que outras soluções podem desenvolver-se através da blockchain?
Também já se começam a identificar "soluções novas para problemas antigos", como por exemplo no retalho, em que podemos usar blockchain para fazer a rastreabilidade de uma cadeia de valor de um produto (leite ou carne, por exemplo).
No final, dependerá sempre dos casos de negócio que a tecnologia permita suportar (seja criptomoeda, rastreabilidade, transacções entre diferentes entidades/consumidores), com a particularidade de que em muitas das suas utilizações se trata de uma tecnologia "invisível" ao utilizador final, mas que poderá suportar alterações radicais no seu comportamento.
Quais os principais desafios que têm que ser ultrapassados para que a blockchain possa de facto passar a ser uma realidade e não apenas uma promessa de revolução?
Os desafios para que a blockchain possa de facto passar a ser uma realidade e não apenas uma promessa de revolução prendem-se não só com os resultados que se forem obtendo a nível dos casos de uso, como ao nível regulatório e tecnológico.
Se a nível regulatório será necessário endereçar a questão integrando as componentes globais (a tecnologia não tem fronteiras) com as particularidades locais, a nível tecnológico surgem questões como a escalabilidade, que implica não só o custo associado ao processamento, como aos recursos com conhecimento específico do tema.
Que tipo de soluções é que a Everis está a desenhar e quais os resultados que estão a obter com esses projectos?
Na Everis temos uma abordagem transversal ao tema, em que incorporamos a nossa experiência e conhecimento do negócio e da tecnologia com uma rede de parceiros e start-ups, permitindo-nos desenhar as melhores soluções para as necessidades dos nossos clientes.
Já temos inclusivamente um repositório de casos de uso, mas nenhum deles em Portugal. Mas esperamos inverter esta situação muito brevemente.
A Blockchain é uma tecnologia que promete ser revolucionária em várias áreas, nomeadamente no sector financeiro. Como é que Portugal está a preparar-se para esta nova realidade?
Em Portugal, ao contrário de outros países europeus, ainda estamos numa fase de divulgação inicial. Percebemos que existe bastante curiosidade (muito motivada pelas criptomoedas, especificamente pela bitcoin, dado que a blockchain é a tecnologia que suporta o seu funcionamento) e começam agora a surgir alguns projectos embrionários.
Esses projectos são um bom início para começar a obter resultados nesta área?
O importante agora é continuar a divulgar e promover o tema junto de diferentes entidades nacionais (públicas ou privadas), de forma a que possam perceber o potencial impacto da tecnologia, com os respectivos riscos e oportunidades, mesmo que ainda não seja possível, de forma assertiva, dizer qual a dimensão e o impacto final.
Que sectores estão a trabalhar em projectos para testar novas plataformas de blockchain, numa tentativa de criar uma solução que se ajuste à sua actividade?
O sector que está definitivamente a investir mais em pilotos e projectos nas plataformas de blockchain é o financeiro, não exclusivamente bancos, mas outras áreas associadas. No entanto, começam cada vez mais a aparecer outros sectores interessados em falar connosco sobre como podem usar blockchain para potenciar (ou mesmo criar novos) modelos de negócio, como o sector público, "utilities", seguros ou retalho.
"Começam cada vez mais a aparecer outros sectores interessados em como podem usar blockchain para potenciar modelos de negócio, como o sector público, utilities, seguros ou retalho."
"Em Portugal ainda estamos numa fase de divulgação inicial e começam agora a surgir alguns projectos embrionários."
A Internet demorou cerca de 30 anos a implementar-se. Com a blockchain o processo poderá ser semelhante ou a implementação será mais rápida?
Um dos prazeres de trabalhar temas mais disruptivos é que, no fundo, não sabemos qual será a velocidade ou o nível final de adopção. Mas alguns indicadores permitem-nos pensar que sim, pois esta tecnologia não só dá resposta a uma série de questões que a própria Internet veio criar - como as questões de segurança e confidencialidade/privacidade ou a disponibilização de conteúdos de forma gratuita, que tanto vieram afectar áreas como os media ou a indústria da música - , como também vai permitir o desenvolvimento de modelos de negócio em sectores tradicionais onde o relacionamento entre as partes requer algo semelhante ao que a blockchain promete, e aqui estou a pensar, por exemplo, no sector de "utilities" e nas necessidades associadas à expansão de veículos eléctricos.
Que outras soluções podem desenvolver-se através da blockchain?
Também já se começam a identificar "soluções novas para problemas antigos", como por exemplo no retalho, em que podemos usar blockchain para fazer a rastreabilidade de uma cadeia de valor de um produto (leite ou carne, por exemplo).
No final, dependerá sempre dos casos de negócio que a tecnologia permita suportar (seja criptomoeda, rastreabilidade, transacções entre diferentes entidades/consumidores), com a particularidade de que em muitas das suas utilizações se trata de uma tecnologia "invisível" ao utilizador final, mas que poderá suportar alterações radicais no seu comportamento.
Quais os principais desafios que têm que ser ultrapassados para que a blockchain possa de facto passar a ser uma realidade e não apenas uma promessa de revolução?
Os desafios para que a blockchain possa de facto passar a ser uma realidade e não apenas uma promessa de revolução prendem-se não só com os resultados que se forem obtendo a nível dos casos de uso, como ao nível regulatório e tecnológico.
Se a nível regulatório será necessário endereçar a questão integrando as componentes globais (a tecnologia não tem fronteiras) com as particularidades locais, a nível tecnológico surgem questões como a escalabilidade, que implica não só o custo associado ao processamento, como aos recursos com conhecimento específico do tema.
Que tipo de soluções é que a Everis está a desenhar e quais os resultados que estão a obter com esses projectos?
Na Everis temos uma abordagem transversal ao tema, em que incorporamos a nossa experiência e conhecimento do negócio e da tecnologia com uma rede de parceiros e start-ups, permitindo-nos desenhar as melhores soluções para as necessidades dos nossos clientes.
Já temos inclusivamente um repositório de casos de uso, mas nenhum deles em Portugal. Mas esperamos inverter esta situação muito brevemente.