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Investir em Saúde: Serviços em função dos doentes

Jaime Melancia, presidente da PSO Portugal, sublinha que “sempre houve grande dificuldade de acesso às consultas de dermatologia no Serviço Nacional de Saúde e agora agravaram-se ainda mais, com tempos de espera mais longos.

08 de Outubro de 2021 às 13:00
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“No caso dos doentes que fazem medicação biológica ,existiram situações de interrupção da terapêutica, tanto por receio de interferência no sistema imunitário como por dificuldade de acesso às farmácias hospitalares para recolha da medicação, situação entretanto ultrapassada com a entrega em proximidade”, referiu Jaime Melancia, presidente da PSO Portugal, num balanço sobre os principais impactos da pandemia de covid-19.

Jaime Melancia recorda que “a psoríase é uma doença fortemente influenciada pela ansiedade e stress, o contexto pandémico só por si pode ser fator de agravamento dos sintomas da doença”. Os receios de contágio e as dificuldades de acesso seguro aos consultórios, tanto nos hospitais do SNS como nas clínicas privadas, levaram muitos doentes a não fazerem as suas consultas regulares com o dermatologista, o que também teve impacto negativo no controlo da doença.

Jaime Melancia sublinha que “sempre houve grande dificuldade de acesso às consultas de dermatologia no Serviço Nacional de Saúde e agora agravaram-se ainda mais, com tempos de espera mais longos. A recuperação vai ser um processo demorado, mas há que aproveitar para a reorganização dos serviços no sentido de otimizar o acesso”.

Considera que “há muito a fazer em termos de reorganização e em pôr realmente o doente no centro dos processos”, por isso, Jaime Melancia defende que se devem gerir “os serviços não só em função dos profissionais de saúde, mas também e sobretudo em função das necessidades dos doentes. Existem exemplos de boas práticas em diversos hospitais e que deveriam ser replicados por todo o país. São quase sempre os que mais necessitam que mais dificuldades têm no acesso aos cuidados de saúde”.