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Investimento sustentável em crescimento acelerado

O BNP Paribas organiza amanhã, em parceria com o Negócios, um encontro sobre investimento sustentável. As aplicações em ativos que respeitam critérios ambientais, sociais e de bom governo têm vindo a crescer de forma exponencial. Uma tendência que deverá continuar, empurrada também pela regulação.

Negócios 25 de Junho de 2019 às 15:00
William De Vildjer, economista-chefe do BNP Paribas, será o principal orador da conferência de quarta-feira. Miguel Baltazar
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O BNP Paribas organiza amanhã à tarde, na embaixada de França, uma mesa redonda sobre investimento e crescimento sustentável, com um enfoque na economia de baixo carbono. Segundo o último Global Sustainable Investment Review, os ativos ligados ao investimento sustentável totalizavam 30,7 biliões no início de 2018, a nível global, depois de crescerem 34% em dois anos. E a previsão é que continuem a aumentar.

Com uma adesão crescente da parte dos investidores, o investimento que respeita critérios ambientais, sociais e de "governance" (ESG, na sigla em inglês), conheceu um forte impulso com o ratificação em 2006 dos Principles for Responsible Investing (PRI), uma iniciativa promovidas Nações Unidas no tempo de Annan. De acordo com dados da Reuters, as gestoras de ativos que assinaram os Princípios para o Investimento Responsável (PRI, na sigla em inglês), já gerem em conjunto 83 biliões de dólares.

A crise financeira mundial de 2008 trouxe argumentos e visibilidade acrescida a esta abordagem, que promete uma maior estabilidade nos retornos a longo prazo.

Uma agenda reforçada pela ratificação, em Setembro de 2015, dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (SDG, na sigla inglesa) e o acordo na Conferência do Clima de Paris. A indústria financeira tem um papel fundamental na prossecução destes objetivos, dada a sua influência nas decisões de alocação do capital. No ano passado, 26 bancos de 19 países, incluindo o BNP Paribas, assinaram os Principles por Responsible Banking, reconhecendo o papel do setor na prossecução dos SDG e das metas acordadas na capital francesa.


8,4%
Crescimento
O BNP Paribas financiou 168 mil milhões em projetos relacionados com os objetivos de desenvolvimento sustentável, em 2018.


Os critérios ambientais, sociais e de bom governo começam também a ser impostos por via regulamentar. Na União Europeia estão em preparação vários diplomas que obrigarão a incorporar os princípios do investimento sustentável, seja nas regras do sistema financeiro, seja na comercialização de produtos aos clientes.

O investimento sustentável assume as mais diversas formas: fundos de investimento que só investem em ativos que respeitem critérios ESG, índices especializadas, obrigações dedicadas e várias modalidades de "corporate finance". Uma das mais conhecidas são as "green bonds", que o ano passado voltaram a bater um recorde atingindo os 168,5 mil milhões de dólares, segundo a Climate Bonds Iniciative.

Uma aposta que tem sido acompanhada pelo BNP Paribas. O banco financiou 168 mil milhões de euros em projetos relacionados com a transição energética e os objetivos de desenvolvimento sustentável em 2018, mais 8,4% do que no ano passado. O objetivo de duplicar o financiamento para iniciativas que promovam a transição para uma economia de baixo carbono foi atingido em 2018, com 15 mil milhões de euros financiados.

Debate sobre crescimento sustentável 

A embaixada de França recebe, a partir das 16h de dia 26, quarta-feira, o Leading Change: Driving Sustainable Growth, uma iniciativa do BNP Paribas. O evento será iniciado por Fabrice Segui, CEO do BNP Paribas Portugal e contará com a presença de William De Vijlder, economista-chefe do banco, que fará uma intervenção sobre a influência dos objetivos de sustentabilidade no desenvolvimento sustentável. Segue-se uma mesa redonda onde participam António Martins da Costa, administrador da EDP, Edouard Blin, "chief operating officer" da ClimateSeed, Júlia Seixas, professora da FCT-Nova e Pedro Lago, director de "Sustainability and Circular Economy Projects" da Sonae MC. Em discusão estará o papel do setor financeiro para uma economia de baixo carbono.