Outros sites Medialivre
Notícia

Gonçalo Simões: “Estamos a ajudar a construir um planeta melhor”

Gonçalo Almeida Simões, diretor geral da Biond - Forest Fibers From Portugal, destaca a importância de premiar projetos que promovem o valor ambiental social e económico da floresta e que contribuem para uma “bioeconomia circular sustentável”.

08 de Janeiro de 2024 às 14:00
Gonçalo Simões, diretor geral da Biond - Forest Fibers From Portugal, realçou a importância do setor florestal. Paulo Silva
  • Partilhar artigo
  • ...
O Prémio Floresta é Sustentabilidade da Biond, com a conferência de encerramento que acontecerá na próxima primavera, "é um dos grandes fatores de promoção da floresta nacional, da fileira e das bioindústrias representadas pela Biond", disse Gonçalo Almeida Simões, diretor geral da Biond - Forest Fibers From Portugal, em entrevista ao Negócios.

"A aposta em investigação, conhecimento e desenvolvimento tem vindo a permitir uma autêntica revolução ao nível da sustentabilidade, que precisa chegar ao conhecimento da generalidade das pessoas. Os novos produtos, que as empresas associadas da Biond já estão a desenvolver, vão possibilitar às futuras gerações um planeta melhor, por serem soluções naturais, recicláveis e biodegradáveis", afirmou Gonçalo Almeida Simões.

As expectativas que tem em relação à 4.ª edição do Prémio Floresta é Sustentabilidade "são as melhores", até por causa de algumas inovações introduzidas, como a nova categoria Jornalismo, e a entrada de novos elementos para o júri.

Quais são os principais objetivos do Prémio Floresta é Sustentabilidade?
A sustentabilidade é um conceito que, felizmente, entrou definitivamente nas nossas vidas. A Organização das Nações Unidas define sustentabilidade como a satisfação das necessidades do presente sem comprometer a capacidade de gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades.
Há, em Portugal, um setor, uma fileira, que é verdadeiramente sinónimo de sustentabilidade: a floresta e o setor das bioindústrias de base florestal. Ao premiarmos projetos que promovam o valor ambiental social e económico da floresta portuguesa, estamos a ajudar a construir um planeta melhor. Premiando bons exemplos, também por essa via, estaremos a contribuir para a transformação do atual modelo linear e fóssil numa bioeconomia circular sustentável, amiga da natureza e neutra para o clima.

Quais são as expectativas em relação a esta quarta edição?
As expectativas em relação a esta quarta edição são as melhores e temos sérias razões para isso. Conseguimos imprimir um forte "boost" a este prémio com algumas inovações que implementámos. Desde logo, com a evolução na designação do prémio para uma versão mais afirmativa com foco no verbo quando dizemos que "Floresta é Sustentabilidade". Mas também com a reformulação das categorias, com a criação de uma nova - que é a categoria Jornalismo, e com a entrada de novos elementos para o júri que irá analisar e avaliar as candidaturas.

Ao premiarmos projetos que promovam o valor ambiental social e económico da floresta, estamos a ajudar a construir um planeta melhor. Estaremos a contribuir para a transformação do atual modelo linear e fóssil numa bioeconomia circular sustentável, amiga da natureza e neutra para o clima.
Qual é a importância da floresta e das bioindústrias de base florestal para a economia portuguesa?
A importância da floresta e das bioindústrias de base florestal para Portugal é absoluta e inquestionável, sendo que vai muito além da vertente económica. Do ponto de vista social, num país que enfrenta, há décadas, de uma forma crescente, um problema demográfico e territorial, a floresta, mas também a agricultura, é o garante de fixação de população em grande parte do nosso território e a principal fonte de rendimento dessas pessoas.

A floresta é uma grande fonte de rendimento em Portugal?
Sim, garante mais de 135 mil postos de trabalho, é fonte atrativa de rendimento para mais de 400 mil proprietários privados, combate o êxodo, abandono e ausência de gestão do espaço rural, contribuindo, também por essa via, para que tenhamos um território mais seguro, desde logo no que aos incêndios rurais diz respeito.
É um dos principais motores da economia portuguesa. Só o "cluster" da pasta, papel e cartão representa cerca de 3,5 mil milhões de euros de vendas, quase 2% do PIB, é responsável por 4.500 empregos diretos altamente qualificados e por 40.000 a 45.000 empregos indiretos e induzidos. Exporta 2,7 mil milhões de euros, quase 5% do total das exportações nacionais de bens, e, provavelmente, as de maior elevado valor acrescentado nacional, fruto da elevada incorporação de recursos nacionais.

É também uma fonte de diversidade ambiental?
Do ponto de vista ambiental, temos uma floresta na qual convivem, de forma harmoniosa, as mais diferentes espécies, autóctones e naturalizadas, constituindo-se uma extraordinária diversidade num território tão pequeno quanto o nosso. Este pulmão verde, grande parte dele criado pela mão do Homem, constitui o nosso maior ecossistema terrestre em termos de biodiversidade e de armazenamento de carbono.