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Filipa Costa: “Apenas 3% dos dados em saúde são usados para gerir e melhorar o sistema”

Filipa Costa sublinhou que a informação existe, mas é necessária tecnologia para se extrair conhecimento da informação existente.

03 de Outubro de 2024 às 15:30
Bruno Colaço
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"Com mais tecnologia é possível trazer mais resultados e um sistema de saúde mais sustentável e, por diversas vias, com melhor gestão, melhores decisões clínicas e por uma melhor experiência do doente no sistema de saúde", afirmou Filipa Costa, managing director da Johnson & Johnson Innovative Medicine Portugal, na abertura da conferência "Investir em Saúde - Mais Tecnologia, Melhores Resultados", uma iniciativa da Johnson & Johnson Innovative Medicine e do Negócios.

Existem estudos que apontam para um desperdício entre 20% e 30% da despesa dos sistemas de saúde, mas o desperdício no SNS poderá atingir os 40%, seja pela duplicação de exames ou pela repetição de atos médicos. "É urgente gerir e medir para, de facto, otimizar a gestão do sistema de saúde, o que libertará os profissionais e permitirá alcançar uma maior sustentabilidade, além de melhorar a experiência do doente. Mais dados e tecnologia significam menos desperdício no sistema", disse Filipa Costa.

O potencial dos dados

Filipa Costa acentuou que a informação existe, mas é necessária tecnologia para se extrair conhecimento da informação existente. "No mundo inteiro, dos triliões de dados criados diariamente, 35% são gerados pelo setor da saúde, o que mostra a qualidade e a quantidade de dados que existe".

Por outro lado, sublinha que 97% destes dados de saúde são utilizados na interação entre o médico e o paciente, mas a verdade é que só 3% são utilizados para gerir e melhorar o sistema. "Esta realidade evidencia o grande potencial existente para utilizar os dados na melhoria do sistema de saúde", salientou Filipa Costa. Concluiu a sua intervenção com sinais de esperança na transformação digital da saúde em Portugal, mencionando o registo de saúde eletrónico e destacando que "Portugal foi o segundo país europeu que mais aumentou a sua maturidade no acesso aos dados digitais em saúde."