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"A Europa tem de regular menos e tributar menos" se se quiser posicionar como um ator relevante numa economia mundial que será cada vez mais moldada pelo potencial da inovação e da inteligência artificial em todas as áreas, defendeu Paulo Portas, comentador e professor auxiliar convidado da Nova SBE, no evento "O futuro das organizações na era da inteligência artificial", na conversa conduzida pela diretora do Negócios, Diana Ramos.
Vários indicadores mostram que a região está a perder terreno para os Estados Unidos e para a China em matéria de inovação e estes dois fatores estarão entre os mais críticos para a capacidade de atrair e fixar investimento de inovação na Europa, na perspetiva do comentador e professor universitário.
"A pergunta que os europeus devem fazer é: porque é que tendo a Europa cientistas e capital, em áreas como as tecnologias biomédicas ou a inteligência artificial, os cérebros europeus preferem ir para a Ásia desenvolvida ou para os Estados Unidos trabalhar?", questionou, lembrando que o ritmo dos avanços mais recentes da inteligência artificial generativa tende a vincar ainda mais as diferenças entre regiões, se nada mudar.
"O tempo de transformação de uma boa ideia num negócio foi abreviadíssimo, sobretudo em países com muito venture capital e boas relações entre universidades e empresas, mesmo que nem todas as boas ideias subsistam depois de escalarem rapidamente", reconheceu.
A região já foi ultrapassada pela China em volume de despesa de I&D. No top 10 das empresas mais valiosas do mundo e no ranking das que mais investem em inovação, quase não tem presença. "Na economia da internet, neste momento a UE não conta", lamentou.?
Portas concedeu que a "força dos Estados Unidos está no capitalismo, na inovação e na ciência, em ter as melhores empresas e as melhores universidades", numa dinâmica que tem favorecido o desenvolvimento tecnológico, mas que a prazo também expõe as falhas da falta de regulação. Uma das relevantes, numa altura em que um pequeno grupo de empresas tem um poder sem precedentes nesta economia da internet, está no facto de a legislação americana permitir a desresponsabilização quase total das grandes plataformas, por quase tudo o que nelas acontece.?
Neste domínio, as preocupações do ex-político vão sobretudo para o impacto da desinformação, que lidera o ranking dos riscos mais relevantes nos próximos dois anos, elaborado pelo Fórum Económico Mundial.
"As eleições americanas que se avizinham serão o primeiro grande teste ao poder da tecnologia - e da IA em particular - para influenciar aquele ato democrático." Independentemente dos resultados, Portas não antecipa alterações à orientação e prioridades do país em matéria de inteligência artificial. A prioridade continuará a ser liderar na inovação. A maior preocupação continuará a ser a possibilidade de a tecnologia ser disruptiva em termos de defesa e segurança nacional. A potencial ameaça mais vigiada vai continuar a ser a China, concluiu.
Vários indicadores mostram que a região está a perder terreno para os Estados Unidos e para a China em matéria de inovação e estes dois fatores estarão entre os mais críticos para a capacidade de atrair e fixar investimento de inovação na Europa, na perspetiva do comentador e professor universitário.
"A pergunta que os europeus devem fazer é: porque é que tendo a Europa cientistas e capital, em áreas como as tecnologias biomédicas ou a inteligência artificial, os cérebros europeus preferem ir para a Ásia desenvolvida ou para os Estados Unidos trabalhar?", questionou, lembrando que o ritmo dos avanços mais recentes da inteligência artificial generativa tende a vincar ainda mais as diferenças entre regiões, se nada mudar.
"O tempo de transformação de uma boa ideia num negócio foi abreviadíssimo, sobretudo em países com muito venture capital e boas relações entre universidades e empresas, mesmo que nem todas as boas ideias subsistam depois de escalarem rapidamente", reconheceu.
Eleições americanas vão ser um teste ao poder da IA para destabilizar democracia
Paulo Portas acredita que a Europa precisa de criar um ambiente mais propício à inovação das empresas e ilustra com a diferença de abordagens UE-EUA ao tema. "Os Estados Unidos têm como princípio básico primeiro inovar e depois regular."?Na Europa, inverte-se a ordem e paga-se o preço.A região já foi ultrapassada pela China em volume de despesa de I&D. No top 10 das empresas mais valiosas do mundo e no ranking das que mais investem em inovação, quase não tem presença. "Na economia da internet, neste momento a UE não conta", lamentou.?
Portas concedeu que a "força dos Estados Unidos está no capitalismo, na inovação e na ciência, em ter as melhores empresas e as melhores universidades", numa dinâmica que tem favorecido o desenvolvimento tecnológico, mas que a prazo também expõe as falhas da falta de regulação. Uma das relevantes, numa altura em que um pequeno grupo de empresas tem um poder sem precedentes nesta economia da internet, está no facto de a legislação americana permitir a desresponsabilização quase total das grandes plataformas, por quase tudo o que nelas acontece.?
Neste domínio, as preocupações do ex-político vão sobretudo para o impacto da desinformação, que lidera o ranking dos riscos mais relevantes nos próximos dois anos, elaborado pelo Fórum Económico Mundial.
"As eleições americanas que se avizinham serão o primeiro grande teste ao poder da tecnologia - e da IA em particular - para influenciar aquele ato democrático." Independentemente dos resultados, Portas não antecipa alterações à orientação e prioridades do país em matéria de inteligência artificial. A prioridade continuará a ser liderar na inovação. A maior preocupação continuará a ser a possibilidade de a tecnologia ser disruptiva em termos de defesa e segurança nacional. A potencial ameaça mais vigiada vai continuar a ser a China, concluiu.