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Com a pandemia do Covid-19 o desemprego aumentou, os problemas de saúde mental que já estavam identificados agravaram-se "por força da obrigação de ficarmos em casa privados da nossa vida social. Como nos colocamos para dar resposta a uma comunidade que envelhece todos os dias, que não seja apenas a institucionalização e a criação de lares", disse Patrícia Seromenho, provedora da Santa Casa da Misericórdia de Albufeira, na abertura da discussão do tema Ação social, conceito para o futuro, no âmbito da Albufeira 21 Summit.
Mas alertou que esta não é a filosofia nem a estratégia da União Europeia. Esta "pensa em respostas domiciliárias, na comunidade, mantendo as pessoas nas suas casas e que as estruturas do Estado em conjunto com as IPSS possam encontrar soluções para dar resposta no seu dia-a-dia", afirmou Patrícia Soromenho.
"É o grande desafio nas várias áreas de intervenção do setor social que são da infância e da juventude, o envelhecimento, passando pela deficiência e incapacidade, a qualificação e requalificação das pessoas, o apoio das famílias mais fragilizadas nas necessidades do momento dando comida quando têm fome, roupa quando precisam, mas sem esquecer que, e isso é o reinventar do conceito de ação social e de intervenção social, o nosso êxito é quando deixamos de ter os nossos utentes. Toda a ação tem de ser focada para que o utente de hoje, o deixe de ser amanhã", afirmou Patrícia Seromenho.
"No contexto pandémico de Covid-19, com todos os seus efeitos, Albufeira, pela sua dependência do turismo, tinha todos os elementos para uma tragédia social e para que as coisas corressem muito mal", destacou Valdemar Saleiro, presidente da Fundação António Silva Leal.
"Mas a ação da Câmara Municipal teve um grande papel, sobretudo na capacidade de estarem disponíveis, com as instituições, para responder a estas pequenas questões, que são grandes questões na vida de uma pessoa".
Em termos de olhar para o futuro, considerou que o mais preocupante é a "a sustentabilidade das instituições, porque todas estas melhorias de qualidade nos serviços e nas instalações têm custos. Os salários no setor social são baixos e se queremos qualificar as pessoas, temos de saber que estamos a criar expectativas e que temos de ter capacidade para responder em termos financeiros e dos direitos das pessoas", considerou Valdemar Saleiro.
Para o padre Pedro Manuel, presidente do centro paroquial de Paderne, há a necessidade de desenhar novos horizontes e dar "respostas muito concretas às necessidades que nos aparecem". Na opinião de Nuno Neto, presidente da APEXA (Associação de Apoio à Pessoa Excecional do Algarve) "a formação parental não tem sido uma prioridade e tem de passar a ter um maior papel".