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Veículos de combate a incêndios. É esse o negócio da Jacinto Marques Oliveira, uma empresa de Esmoriz que vai já na sua quarta geração de gestão e que abraçou a internacionalização após a remodelação do negócio e uma aposta no que o sócio-gerente Jacinto Reis Oliveira apelidou de “culto da marca”. Num painel de debate sob o tema “A geografia dos negócios no novo comércio global”, o empresário salientou a importância da presença em feiras com produtos inovadores que, no caso da Jacinto Marques Oliveira, foi fulcral no seu processo de expansão para os mercados externos.
Se, em 2007, a empresa de Esmoriz não tinha qualquer experiência de internacionalização, em 2022 cerca de 80% do volume de negócio veio dos mercados além-fronteiras. “Passámos de um volume de faturação de sete milhões de euros para os 33 milhões”, mencionou no Encontro Fora da Caixa, uma edição organizada pela Caixa Geral de Depósitos (CGD) em conjunto com o Jornal de Negócios que decorreu na cidade da Maia, no TECMAIA.
Sonae Arauco: na mira de 80 países
A realidade da Sonae Arauco, que atua no mundo de soluções derivadas da madeira, é diferente. A empresa tem 11 fábricas em quatro países – Portugal, Espanha, Alemanha e África do Sul –, operadas numa lógica de rede. “Temos equipas comerciais para diferentes segmentos de mercados e distintos mercados geográficos”, explicou o CEO da Sonae Arauco Rui Correia. É complicado para o gestor definir o que são exportações da empresa “porque verdadeiramente operamos num mercado global e vendemos para mais de 80 países”. No entanto, e dando a referência de Portugal, a produção no nosso país representou cerca de 23% em volume total da Sonae Arauco, com as vendas em território nacional a representarem apenas 14%. “O que significa que Portugal é claramente uma das bases que utilizamos para exportar para outros mercados.” Ou seja, a operação portuguesa, em termos líquidos, é significativamente exportadora. “Exporta quase o dobro do que produz.”
Colquímica: de Portugal para o mundo
A Colquímica Holding é especializada no desenvolvimento, produção e comercialização de colas industriais, tendo neste momento operações em Portugal, Polónia e Estados Unidos. Sofia Koehler, presidente do conselho de administração da empresa, divulgou no debate que, hoje, o mercado nacional representa 7% da produção. Esta empresa de Valongo, com já 70 anos de história, começou o seu processo de internacionalização na década de 90 do século passado, e foi em crescendo. “Nos anos 2000 registámos um boom através de exportações diretas para os vários mercados, atingindo uma taxa de exportação de 90%.” Sofia Koehler enfatizou que há 10 anos a empresa decidiu dar o primeiro passo de internacionalização através da construção de uma unidade fabril na Polónia, “da qual muito nos orgulhamos”, um percurso que no ano passado voltou a ter como marco a construção de uma nova unidade nos Estados Unidos.
Resiliência exportadora
Armando Santos, diretor central da direção de marketing de empresas da Caixa Geral de Depósitos, admite que uma grande parte da resiliência dos resultados das empresas economicamente viáveis e financeiramente equilibradas passa por um esforço de inovação permanente que alimenta as estratégias de internacionalização. “Temos aqui três claros exemplos”, disse no evento.
O especialista identifica um conjunto de estímulos ou condicionantes à internacionalização, de resto muito debatidos neste evento, desde as tensões geopolíticas ao conjunto de alterações nos fundamentais do negócio das empresas como o problema do aumento dos custos de matérias-primas, energia ou cadeias de abastecimento. “Tudo isto levou a que as empresas se tivessem de adaptar, de diversificar mercados e arranjar novas fontes de fornecimento.”
Neste contexto, Armando Santos diz que a Caixa Geral de Depósitos sente que as empresas necessitam, cada vez mais, de identificar novas contrapartes, quer na perspetiva de comprador como fornecedor, em que a banca pode ter um papel importante a desempenhar, assegurando algo essencial no comércio internacional: a confiança.