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"Mais do que pensar se atingimos o pico da inflação é pensar se atingimos ou não o pico da globalização. Diria que sim, globalização rima com expansão, não rima com recessão. A globalização baixa os preços, e os níveis de inflação inexistente ou negativa são sustentados por uma globalização das cadeias produtivas", referiu Rui Alpalhão, professor associado convidado da ISCTE Business School, durante a conferência "O Futuro dos Mercados Financeiros", uma iniciativa do Jornal de Negócios e do Banco Carregosa.
Acrescentou que "a deslocalização das cadeias de produção e a sua maior proximidade do consumidor parecem-me inevitáveis, pelo menos nos tempos mais próximos. Do ponto de vista da globalização temos de ser relativamente realistas e reconhecer que os próximos anos são anos de desglobalização."
Capital barato
"A geopolítica conta", sublinhou Rui Alpalhão, mas lembra que as necessidades significativas de investimento para a eficiência climática e de recompor as fontes de energia já existiam antes do conflito na Ucrânia. "Estas necessidades exigem muito investimento, mas é curioso que vêm na sequência de uma década de capital ridiculamente barato, que foi aplicado em ativos financeiros e não em ativos reais."
Considera que se a pandemia foi um evento extraordinário, já se conheciam as necessidades dos investimentos na eficiência climática e nas fontes energéticas. Na opinião de Rui Alpalhão, "o investimento com o capital barato foi dirigido a engordar balanços dos bancos centrais, a comprar títulos líquidos, o que se compreende do ponto de vista da gestão das carteiras". No entanto, "do ponto de vista do investimento, com a inflação baixa em permanência, não resultou grande coisa, além de ter cortado uma boa parte do acesso ao capital para investimento produtivo". Rui Alpalhão lembra que o sistema bancário não financia investimento produtivo. "Financia outras coisas e até pode financiar crédito à habitação, investimento produtivo é que não pratica assim muito."
Acrescentou que "a deslocalização das cadeias de produção e a sua maior proximidade do consumidor parecem-me inevitáveis, pelo menos nos tempos mais próximos. Do ponto de vista da globalização temos de ser relativamente realistas e reconhecer que os próximos anos são anos de desglobalização."
Capital barato
"A geopolítica conta", sublinhou Rui Alpalhão, mas lembra que as necessidades significativas de investimento para a eficiência climática e de recompor as fontes de energia já existiam antes do conflito na Ucrânia. "Estas necessidades exigem muito investimento, mas é curioso que vêm na sequência de uma década de capital ridiculamente barato, que foi aplicado em ativos financeiros e não em ativos reais."
Considera que se a pandemia foi um evento extraordinário, já se conheciam as necessidades dos investimentos na eficiência climática e nas fontes energéticas. Na opinião de Rui Alpalhão, "o investimento com o capital barato foi dirigido a engordar balanços dos bancos centrais, a comprar títulos líquidos, o que se compreende do ponto de vista da gestão das carteiras". No entanto, "do ponto de vista do investimento, com a inflação baixa em permanência, não resultou grande coisa, além de ter cortado uma boa parte do acesso ao capital para investimento produtivo". Rui Alpalhão lembra que o sistema bancário não financia investimento produtivo. "Financia outras coisas e até pode financiar crédito à habitação, investimento produtivo é que não pratica assim muito."