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Crescimento internacional mais lento mas sem sinais de recessão

“Não vemos sinais objetivos de uma recessão económica mundial com quedas do PIB, mas um cenário em que o crescimento internacional é mais lento, no entanto ainda há crescimento”, referiu José Luis Vega.

06 de Fevereiro de 2020 às 11:00
José Luis Vega diz que a perspetiva positiva para a Europa cria um cenário de oportunidades para as empresas portuguesas.
José Luis Vega diz que a perspetiva positiva para a Europa cria um cenário de oportunidades para as empresas portuguesas. Fotos: José Gageiro
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"Não vemos sinais objetivos de uma recessão económica mundial com quedas do PIB, mas um cenário em que o crescimento internacional é mais lento, no entanto ainda há crescimento. Esta visão, para o período até 2021, permite concluir que a Europa tenderá a recuperar o ritmo de crescimento, fruto das medidas expansionistas que são esperadas pelos principais governos europeus. Os Estados Unidos manterão o seu dinamismo económico, sendo o bloco com maior crescimento esperado”, assinalou José Luis Vega, diretor da Banca de Empresas do Bankinter Portugal.

Na sua apresentação sobre Negócio Internacional durante a Plataforma Empresarial, uma iniciativa do Bankinter em parceria com o Jornal de Negócios, que se realizou em Guimarães, José Luis Vega dirigiu a sua atenção para o ano de 2020 em termos macroeconómicos, com base num relatório da equipa de research de Espanha e Portugal, do Bankinter, que faz estudos macroeconómicos e sobre moedas e taxas de juro.

Recordou que na última década, em que foi superada uma grave crise financeira, o comércio mundial acumulou crescimento. “Nem o facto de as duas principais potências mundiais estarem numa guerra comercial foi suficiente para travar de forma significativa o comércio mundial. Este tem crescido de uma forma contínua e as oportunidades existem nos diferentes espaços geográficos e económicos”, sublinhou José Luis Vega.

Os riscos globais

Os principais riscos são a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, os impactos do Brexit, e as tensões geopolíticas em várias partes do mundo como o Irão e a Coreia, mas “que já estão identificados e até existem sinais de clarificação em quase todos eles”, referiu José Luis Vega. Por exemplo os Estados Unidos e a China caminham para um acordo que beneficiará tanto os dois maiores blocos comerciais como o restante comércio internacional. Por sua vez, o “hard Brexit”, que seria o que “teria efeitos mais preocupantes”, está ultrapassado depois da vitória de Boris Johnson, por outro lado, as empresas que estavam expostas ao risco Brexit já efetuaram as alterações aos padrões de negócios procurando a diversificação de mercados.

Em Portugal é de destacar o bloco europeu que absorve três quartos das exportações portuguesas de bens. “A nossa previsão para a Europa é positiva o que cria um cenário de oportunidades para as empresas portuguesas na exportação”, disse José Luis Vega. Por outro lado, os Estados Unidos, que representam 5% das exportações portuguesas, apresentam “uma grande oportunidade dado o outlook positivo para a economia americana”. No caso dos mercados emergentes, as oportunidades terão de ser analisadas caso a caso, aconselhou.

A Espanha é o principal parceiro comercial de Portugal, absorvendo 25% das exportações e participando em 30% das importações de bens, além disso existe um fluxo de investimento e de serviços, entre os dois países. José Luís Vega destacou que a dinâmica do PIB dos dois países parece ser mais dinâmico do que a média do PIB da União Europeia, o que “reforça o cenário de oportunidades existentes neste espaço económico ibérico”.

200 empresários em Guimarães

A 2ª edição da Plataforma Empresarial realizou a sua primeira conferência a 23 de janeiro, em Guimarães, com o tema “Negócio Internacional”. Estiveram presentes na sessão cerca de 200 empresários e gestores que assistiram à apresentação de José Luis Vega, diretor de empresas do Bankinter Portugal, e à conversa, moderada por André Veríssimo, diretor do Jornal de Negócios, com Albano Fernandes, CEO da AMF Shoes, Carlos Filipe Vieira de Castro, administrador da Vieira de Castro, Domingos Bragança, presidente da Câmara de Guimarães e Paulo Stricker, CEO da Stricker. Eurico Brilhante Dias, secretário de Estado da Internacionalização, fez o discurso de encerramento.

 

 

Guimarães sabe exportar

“Vamos debater temas-chave para os empresários das regiões, falar de desafios e oportunidades, crescimento, dar a conhecer novos casos de sucesso”, referiu André Veríssimo. Este novo ciclo de conferências vai passar ainda por Leiria, Faro, Porto e Lisboa, e debater temas como inovação e tecnologia, turismo, recursos humanos e sustentabilidade ambiental.

Em Guimarães, o tema principal foi o negócio internacional, porque a “indústria tem um peso muito relevante num concelho que apresenta uma taxa de empresas exportadoras e um volume de exportações muito acima da média nacional”. É um concelho e uma região que sabem exportar, concluiu André Veríssimo.

As exportações deverão ter chegado em 2019 a 43% do PIB mas é um caminho que exige que se continue a pedalar para se conseguir corrigir um dos grandes desequilíbrios da economia portuguesa que é o endividamento externo. “Mas nos últimos meses as exportações têm ficado sistematicamente abaixo das exportações e nos primeiros onze meses de 2019 o excedente externo foi 65% inferior ao de 2018”, advertiu André Veríssimo.

 

 

A escolha do consumidor

O Bankinter Portugal foi eleito Melhor Banco pela “Escolha do Consumidor 2020” na categoria Pequenos e Médios Bancos. Esta seleção foi realizada por um painel independente de consumidores que atribuiu a melhor nota ao Bankinter, com uma avaliação global de 76,77% e de forma espontânea.

Para Alberto Ramos, “esta distinção atribuída pelos consumidores deixa-nos ainda mais motivados para continuarmos a prestar serviços bancários de excelência, trabalhando em proximidade com os nossos clientes na realização dos seus projetos de vida pessoais e empresariais”.