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"Os sistemas económicos, tal como os conhecemos, há muito tempo que dão sinais de não sustentabilidade, mas ainda não encontrámos modelos que se implementem para criar crescimento sustentado, mas não estou a falar de grandes arquiteturas societais para organizar toda a humanidade", afirmou Sandro Mendonça, professor auxiliar do Departamento de Economia do ISCTE.
Fez ainda uma análise sobre os setores que podem ser a fonte de crescimento no futuro. "Há todo o setor das economias limpas que tem sido falado e que há progresso técnico, das energias eólicas, das fotovoltaicas, curva de aprendizagem muito elevada e acelerada nessas tecnologias, nos setores que transportam a produção dos bens de equipamento finais e isso leva a que haja comparação ao nível de custos e depois o seu take up", disse. Mas adiantou que "é fácil perder dinheiro alocando a esses setores, que dependem muito do setor institucional que os acolhe e dos incentivos dados de fora, do perímetro político para a economia". Considerou que na Europa existe um compromisso mais credível no apoio das renováveis ao contrário dos Estados Unidos, o que dá alguma previsibilidade ao nível da transição energética.
As megaplataformas
Segue-se o setor da digitalidade que caracterizou como mais assimétrico e em que as plataformas hipermonopolistas globais têm o controlo elevado da quota de mercado na economia da atenção. Referiu que, por exemplo, no mercado de "search" a Google tem 95%, mas como "é uma plataforma convergente, cada vez mais faz correr para o seu interior outro tipo de endereçamento de programas com valor económico para o consumidor final e para as empresas. Há uma fonte de economias de escala e de gama que ainda não vimos até onde pode ir".
Em relação aos setores das telecomunicações mais clássicos "têm tido rendibilidade aquém do prestígio que têm, e da mensagem que projetam na sociedade através da publicidade e a sua reputação como investidores institucionais", sentenciou Sandro Mendonça. Na sua opinião têm tido muita dificuldade em monetizar parte do valor que corre nas suas redes porque ainda sobre elas estão as overtop technologies, (OTT) que são a Google, o Facebook, por exemplo, que monetizam muito o valor da conectividade. "Há dificuldades em termos de reinvenção do seu próprio negócio e quando temos o 5G que vai para além da ligação e tem a possibilidade de envio permanente de doses massivas de dados com um processamento em tempo real de baixa latência, mas onde há uma falta de cobertura extensa".
Concluiu que "as tecnologias são uma construção comum e se não há compatibilização de oportunidades sociais o seu valor económico fica por realizar mas podemos ter o sequestro dessas tecnologias para atividades predatórias e menos simbióticas das atividades económicas na sua diversidade".
Fez ainda uma análise sobre os setores que podem ser a fonte de crescimento no futuro. "Há todo o setor das economias limpas que tem sido falado e que há progresso técnico, das energias eólicas, das fotovoltaicas, curva de aprendizagem muito elevada e acelerada nessas tecnologias, nos setores que transportam a produção dos bens de equipamento finais e isso leva a que haja comparação ao nível de custos e depois o seu take up", disse. Mas adiantou que "é fácil perder dinheiro alocando a esses setores, que dependem muito do setor institucional que os acolhe e dos incentivos dados de fora, do perímetro político para a economia". Considerou que na Europa existe um compromisso mais credível no apoio das renováveis ao contrário dos Estados Unidos, o que dá alguma previsibilidade ao nível da transição energética.
As megaplataformas
Segue-se o setor da digitalidade que caracterizou como mais assimétrico e em que as plataformas hipermonopolistas globais têm o controlo elevado da quota de mercado na economia da atenção. Referiu que, por exemplo, no mercado de "search" a Google tem 95%, mas como "é uma plataforma convergente, cada vez mais faz correr para o seu interior outro tipo de endereçamento de programas com valor económico para o consumidor final e para as empresas. Há uma fonte de economias de escala e de gama que ainda não vimos até onde pode ir".
Em relação aos setores das telecomunicações mais clássicos "têm tido rendibilidade aquém do prestígio que têm, e da mensagem que projetam na sociedade através da publicidade e a sua reputação como investidores institucionais", sentenciou Sandro Mendonça. Na sua opinião têm tido muita dificuldade em monetizar parte do valor que corre nas suas redes porque ainda sobre elas estão as overtop technologies, (OTT) que são a Google, o Facebook, por exemplo, que monetizam muito o valor da conectividade. "Há dificuldades em termos de reinvenção do seu próprio negócio e quando temos o 5G que vai para além da ligação e tem a possibilidade de envio permanente de doses massivas de dados com um processamento em tempo real de baixa latência, mas onde há uma falta de cobertura extensa".
Concluiu que "as tecnologias são uma construção comum e se não há compatibilização de oportunidades sociais o seu valor económico fica por realizar mas podemos ter o sequestro dessas tecnologias para atividades predatórias e menos simbióticas das atividades económicas na sua diversidade".