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As aplicações das tecnologias

”A inteligência artificial não é questão, a questão é saber onde pode ser aplicada”, referiu João Simão, diretor da USIC da Polícia Judiciária.

05 de Novembro de 2024 às 14:30
Dado Ruvic/Illustration/Reuters
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"Os nossos clientes, na Polícia Judiciária, estão sempre um passo à frente, pois têm acesso aos melhores recursos, tanto humanos como tecnológicos, e não enfrentam problemas de contratação nem de dotações orçamentais", sublinha João Simão, diretor da Unidade de Sistemas de Informação e Comunicações (USIC) da Polícia Judiciária, na mesa redonda organizada pelo Negócios, em parceria com a Eviden, para debater a transição digital e a Inteligência Artificial (IA).

Com a necessidade de digitalizar os processos, começou-se a trabalhar em rede a nível europeu e com a Europol, permitindo ganhos em confiança, rapidez e agilidade. João Simão
Diretor da USIC da Polícia Judiciária

O papel da área de sistemas de informação, além de encurtar a distância relativamente aos criminosos, como no caso do cibercrime, inclui a responsabilidade pelas infraestruturas de sistemas, comunicações e equipamentos de segurança. "Temos um vasto processo de transformação, automação e estruturação de dados". Acrescentou ainda que, durante a pandemia, "com a necessidade de digitalizar os processos, começou-se a trabalhar em rede a nível europeu e com a Europol, que congrega as polícias europeias, permitindo ganhos em confiança, rapidez e agilidade."

O desafio é olhar para dentro e identificar onde podemos ganhar em eficiência e segurança, tornando a empresa mais competitiva.Nélio Marques
Diretor de IT, Transformação Digital e Inovação da Bondalti

A Polícia Judiciária enfrenta outros desafios. João Simão explicou que lida com dados específicos para os quais precisa desenvolver modelos: "A inteligência artificial não é a questão; a questão é saber onde ser aplicada". Outro desafio é a componente técnica dos serviços, onde as dificuldades de contratação, entre outros obstáculos, levaram a recorrer à colaboração com universidades, que também se revelam uma fonte de inovação.

IA na segurança

Na Bondalti, a transformação digital incluiu a aplicação de inteligência artificial em áreas como a segurança da informação, das instalações e das pessoas. "Como estamos mais afastados do cliente final, o desafio é olhar para dentro e identificar onde podemos ganhar em eficiência e segurança, tornando a empresa mais competitiva", conclui Nélio Marques, diretor de IT, Transformação Digital e Inovação da Bondalti.

"Para contrabalançar os ataques informáticos diários, temos utilizado inteligência artificial para proteger os e-mails", revela Nélio Marques. A Bondalti produz cloro e anilina, e as suas fábricas, que se estendem por quilómetros, como a de Estarreja com um pipeline para a Dow Chemicals, recebem diariamente muitas pessoas e cerca de 200 camiões cisterna, o que exige elevados níveis de segurança.

A fábrica gera milhões de dados que são aproveitados por ferramentas para prever eventuais avarias causadas pelo desgaste dos materiais, o que, numa fábrica que nunca para, "se ocorrer uma interrupção, tem um impacto gigantesco, de valor enorme".

O modelo superapp dos CTT

A transformação digital nos CTT surgiu por uma questão de sobrevivência, uma vez que a digitalização reduziu drasticamente o negócio do correio, que representava cerca de 90% da sua faturação.

Carlos Machado, head of Corporate Transformation & Intelligent Process Automation dos CTT, explica que tiveram de se reinventar e reposicionar no mercado, diversificando para a área financeira, mas principalmente expandindo o negócio expresso e, num mundo cada vez mais digital, oferecendo mais serviços digitais aos clientes. Hoje, os CTT operam quase como uma superapp, até com serviços relacionados com criptomoedas.