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António Redondo: “Floresta é sustentabilidade”

António Redondo salientou que as florestas plantadas bem geridas estão no centro da solução para alterações climáticas e “a transição de uma economia fóssil e linear, para um novo modelo de bioeconomia circular, neutra para o clima”.

06 de Abril de 2022 às 14:30
Mariline Alves
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"Este prémio poderia chamar-se Floresta é Sustentabilidade em vez de Floresta e Sustentabilidade." A imagem é traçada por António Redondo. "A CELPA e as empresas suas associadas não concebem olhar para a floresta sem a inclusão das vertentes ambiental, social e económica nos objetivos de gestão, razão pela qual, para nós, floresta é sinónimo de sustentabilidade", afirmou o presidente da CELPA e também presidente executivo da Navigator.

Na abertura do prémio, António Redondo fez uma abordagem aos desafios que a floresta enfrenta, como "a indissociável ligação entre as práticas de gestão sustentável e a floresta plantada", porque sem esta "a área florestal em Portugal seria muito reduzida, uma vez que a área da chamada floresta nativa ou primária não atinge sequer 1% da área total de floresta".

Na sua opinião, a floresta plantada e com gestão ativa e sustentável concorre para o ordenamento territorial, a formação de solo, o combate à erosão, a biodiversidade e a regulação do ciclo da água doce, os denominados serviços de ecossistema, fixa populações e cria emprego e riqueza, sobretudo em zonas economicamente mais desfavorecidas, e contribui para a produção de oxigénio e a fixação de CO2, promovendo a redução do consumo de combustíveis fósseis e de derivados de petróleo, como os plásticos de uso único.

Eucalipto e carbono

Para António Redondo, em Portugal existe equilíbrio entre espécies, sendo que "as espécies autóctones representam cerca de 72% da floresta nacional, e as principais espécies exóticas, nas quais se inclui o eucalipto, aqui naturalizado há 200 anos, encontram-se muito bem adaptadas às condições existentes em Portugal".


Redondo frisa que a floresta sustentável aliada a uma gestão ativa concorre para o ordenamento.



"O eucalipto globulus, que plantamos em Portugal e é matéria-prima de excelência para produtos papeleiros de referência a nível mundial, desempenha um papel especialmente eficaz num dos serviços do ecossistema que atrás referi: o sequestro de CO2. Anualmente, e por hectare, esta espécie sequestra cerca de 11,3 toneladas de CO2, o maior nível de sequestro anual das espécies presentes na floresta nacional", afirmou António Redondo.

Para o responsável, com um aumento de produtividade em 20%, a capacidade de sequestro subiria de 11,3 para 13,6 toneladas de CO2/hectare ao ano, que seria 50% do aumento de sequestro da floresta nacional entre 2021 e 2030, ou seja, de 8,7 milhões de toneladas de CO2 para 12,7 milhões de toneladas até 2030.