- Partilhar artigo
- ...
Salientou ainda os sinais positivos do mercado francês, que conhecia pouco Portugal. "Na Madeira começou por chegar em 'low-cost' através de operadores de baixo custo e com preços baixos, mas depois criou a visibilidade do destino e em alguns períodos em Lisboa o mercado francês é o mais forte e foi em cinco a seis anos. Agora vêm os nichos todos" resume José Theotónio.
Director-geral do Ritz
"Em Cascais o principal turista é português, depois o Reino Unido, Espanha e França. Só depois vem o alemão, apesar do investimento constante é um mercado complicado" resume Bernardo Corrêa de Barros, vice-presidente da Associação de Turismo de Cascais.
Vice-Presidente da Associação de Turismo de Portugal
"Não quero ter dependência de nenhum mercado" diz Rodrigo Machaz, Director-geral do Memmo Hotels. "Por uma questão de 'budget' fomos para os mercados de proximidade (Espanha, França, Alemanha e Inglaterra). São mercados naturais no princípio do negócio nem apostámos em Inglaterra porque é um mercado em que se tem de entrar bem. Hoje em dia andamos à volta daqueles mercados que ainda têm tanto para explorar. Prefiro trabalhar bem o mercado europeu até porque o programa Erasmus teve a capacidade de criar o cidadão europeu. Há um espírito europeu, um viajante europeu, é com esse que conto".
Cidades mais diversificadas
As cidades têm um turismo mais diversificado com os americanos e os brasileiros no Inverno, na Primavera continuam a vir os franceses, os alemães, os espanhóis invadem Lisboa e o Porto na Páscoa. "As cidades são mercados muito mais sofisticados e estão a atrair os escandinavos e os italianos, que viajam muito e vêm pouco a Portugal. Mas os grandes mercados vão continuar a ser os ingleses e os alemães e onde temos ainda uma margem de progressão grande e são valores seguros" diz José Theotónio. Por exemplo, o Hotel Ritz tem como principais mercados de origem o norte-americano, brasileiro, angolano, e, por causa dos atentados em Paris e Nice , começaram a vir turistas do Médio Oriente "mas ainda é muito granular" diz Guilherme Costa, o director. "O mercado do alojamento local tem alguma diversidade pois os brasileiros, os latino-americanos, os americanos são uma força grande" refere Eduardo Miranda, presidente da Associação do Alojamento Local.
A novidade da China
No segmento de luxo já se sentiu o despontar do turista chinês nomeadamente por causa de negócios como observa Guilherme Costa, director-geral do Hotel Ritz. A partir de 26 de Julho deste ano Lisboa passa a haver três voos semanais para Hangzhou, na costa leste da China, com paragem em Pequim, operados pela companhia aérea Beijing Capital Airlines, do grupo HNA, que é accionista da TAP. Com esta ligação vai sentir-se um maior fluxo de turistas.
"O mercado chinês tem potencialidades mas é talvez o único mercado que exige preparação e formação específica" adverte Eduardo Miranda, presidente da Associação de Alojamento Local. Há entidades que estão a preparar a certificação do alojamento para o mercado chinês porque é um mercado que tem uma cultura muito própria e com dificuldades de comunicação".
"Os hotéis têm de se preparar porque é um cliente que fala poucas línguas, mas é um mercado promissor no segmento alto" reconhece José Theotónio. Refere que vai "ter um perfil muito excursionista, passa dois ou três dias porque vêm à Europa e não apenas a Portugal". É um mercado em que vale a pena investir "porque vai ser um mercado de futuro, mas não vai ser relevante para Portugal nos próximos quatro ou cinco anos".