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Anadia debate a produtividade como fator-chave do crescimento económico

O ciclo de “Conferências de Outono”, organizado pela autarquia local e a FNWAY Consulting, regressa hoje ao Cineteatro da Anadia, agora para debater o crescimento económico e a produtividade.

28 de Outubro de 2022 às 14:00
Getty Images
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O Cineteatro da Anadia volta a ser palco do ciclo de "Conferências de Outono", um evento organizado pela autarquia local e a FNWAY Consulting. O encontro desta sexta-feira, em formato híbrido, explora a produtividade como fator-chave por detrás do crescimento económico. Miguel Frasquilho, economista e ex-secretário de Estado do Tesouro e das Finanças, Óscar Gaspar, economista, ex-assessor económico do primeiro-ministro e ex-secretário de Estado da Saúde e Sandra Maximiano, professora do Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa vão focar-se no facto de países ou regiões mais produtivas acabarem por, em geral, ter níveis de crescimento económico sustentavelmente mais fortes. "Portugal, ao ficar para trás, coloca em causa o crescimento, a sustentabilidade demográfica e o combate à pobreza. Nesta conferência, procurar-se-á perceber que fatores conduzem a maior produtividade e, como tal, a uma maior dinamização da atividade", salienta a organização.

O poder da energia

Em setembro, ocorreu o primeiro encontro, que expôs o tema "Energia: Europa e Guerra na Ucrânia". Luís Mira Amaral, ex-ministro da Indústria e Energia, Demétrio Alves, engenheiro químico, José Allen Lima, ex-diretor da EDP e Vítor Santos, ex-secretário de Estado da Energia, debateram a crise energética, a descarbonização, a falta de investimento em combustíveis fósseis, o aumento de preços, a dependência da Rússia e a seca extrema.

O modelo destas sessões assenta em três oradores convidados e um moderador, contemplando ainda um momento de debate, após as intervenções, onde podem ser colocadas questões sobre o tema da conferência.

Na primeira sessão, sob o tema "Energia: Europa e Guerra na Ucrânia", foi abordada a primeira crise energética em contexto de descarbonização, já que a fortíssima procura de combustíveis fósseis no pós-covid veio gerar o aumento de preços começado antes da guerra na Ucrânia. Um conflito que veio exacerbar a crise que já se sentia, designadamente no gás e na dependência da Rússia. Por cá, a seca extrema diminuiu drasticamente a produção hidroelétrica a que se juntou o encerramento prematuro das centrais a carvão, levando a uma grande dependência das centrais a gás natural e da importação de eletricidade de Espanha.

Economia circular e descarbonização

Para encerrar o ciclo composto por três debates, no dia 18 de novembro Anadia volta a receber Luís Mira Amaral que, acompanhado por Carlos Borrego, ex-ministro do Ambiente e Recursos Naturais, Paula Policarpo, jurista, gestora e mentora do Movimento Zero Desperdício, e Ana Maria Couras, vice-presidente do Conselho Geral da CIP - Confederação Empresarial de Portugal, irá debater a Economia Circular e Descarbonização. "No modelo de economia circular, puxado pela evolução tecnológica e pelas pressões ambientais, tenta-se ir mais longe e aplicar a velha máxima: na natureza nada se desperdiça tudo se transforma e recicla", explica a organização. "Este modelo permite extraordinários ganhos de eficiência produtiva, utilizando em pleno as matérias-primas secundárias e desacoplando o crescimento económico do consumo intensivo de matérias-primas". O objetivo da conferência é explorar até que ponto este contexto permite o surgimento de novos modelos de negócio para as empresas, novos padrões de consumo e novos conceitos logísticos como a logística inversa, levando os produtos utilizados dos centros de consumo para os centros de produção. "É um mundo novo mais ‘lean’, mais eficiente, com produtores e consumidores mais conscientes e responsáveis".