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Albufeira tem margem para criar mais valor no turismo

No melhor cenário a retoma do turismo, como era em 2019, só em 2023, mas há sinais de esperança nos planos de vacinação europeu e britânico, diz João Fernandes, presidente da Região de Turismo do Algarve.

09 de Abril de 2021 às 10:40
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Albufeira recebeu 1,75 milhões de hóspedes em 2019 (contra 5,06 milhões no Algarve) e representava 8,5 milhões das 20,9 milhões de dormidas na região. E dos 909 milhões de euros de proveitos registados no Algarve, Albufeira representava mais de 315 milhões. "Tem menos peso nos proveitos e portanto tem margem para criar mais valor por dormida", sublinhou João Fernandes, presidente da Região de Turismo do Algarve na abertura do tema Turismo que marcou o início do segundo dia do Albufeira21Summit.

 

 "O turismo não vai acabar e será o que mais vai crescer. Nos últimos oito anos pré-pandémicos foi o setor económico que mais cresceu e venceu crises como a de 2001, 2009 e 2011", afirmou João Fernandes. Em 2019 representou 18,4 mil milhões de receitas, 20% das exportações e mais de 400 mil empregos. No setor económico que mais crescia antes da pandemia, Portugal era o 12.º mais competitivo do Mundo e os que lideram são os países mais desenvolvidos, por isso dizer que "o peso do turismo em Portugal equivale a um país subdesenvolvido, o que não é verdade". Acrescentou que é o primeiro setor em Portugal que nos pode ajudar a sair da crise. Sem o turismo a nossa balança comercial seria sempre negativa nos últimos 15 anos, assinalou.

 

As necessidades urgentes de curto prazo são o controlo da pandemia, a ajuda às empresas e aos trabalhadores, com o desemprego mais elevado do país, retoma das ligações aéreas e promoção do destino, referiu João Fernandes.

 

Neste último caso foi antecipada a contratualização com as principais companhias aéreas. As duas bases da Easyjet e Ryannair valem de 60% dos passageiros. "Pela primeira vez estão baseadas no Algarve, e é importante porque todas as companhias aéreas estão a reduzir frota e tripulação e vai provocar queda de rotas, por isso é importante ter do nosso lado dois players destes para aproveitar essas lacunas. Continuamos em negociações com a TAP para reforço das ligações aéreas Faro-Lisboa e ligações com os nossos hubs para reduzir tempos de espera em Lisboa e ponto a ponto. Não abdicamos desta aposta", considerou João Fernandes.

 

No melhor cenário a retoma do turismo, como era em 2019, só em 2023, mas há sinais de esperança nos planos de vacinação europeu e britânico, e este que é o principal mercado está muito avançado na vacinação e poderá ter regras para viajar mais homogéneas do que em 2020.

 

João Fernandes prevê que haja melhoria na abertura de mercados no Verão como Espanha, Reino Unido e Irlanda mas há riscos com uma nova vaga ou novas estirpes. Pode haver riscos no desemprego e de falências tanto na oferta como na procura e distribuição. Estas tensões já são anteriores como mostra a falência da Thomas Cook e a falência de 36 companhias aéreas na pandemia.

 

O Algarve representou 20,9 milhões de dormidas, (29,8% do total), 35,6% de oferta em termos de empreendimentos turísticos e mais de 900 milhões de proveitos totais em 2019. Albufeira representa 40,4% da oferta e nos últimos anos cresceu 17% em termos de oferta. Em termos de alojamento local representa 22,5%, a maior da região. "A diversificação económica tem de ser feita mas não podemos esquecer a galinha dos ovos de ouro que nos tirou da última crise, nos vai tirar desta crise", salientou João Fernandes.

 

As certificações do ponto de vista ambiental são no Algarve ainda exíguas – 19 unidades de alojamento - e é preciso uma aposta na eficiência hídrica, energética melhor gestão de resíduos.