- Partilhar artigo
- ...
"2022 é um ano de má memória para os investidores. Foi uma situação de uma tempestade perfeita em que o mercado acionista e o mercado obrigacionista apresentaram quedas simultâneas, o que é inédito numa história de mais de 100 anos. O mercado obrigacionista registou quedas superiores a 15%. No mercado acionista norte-americano, registaram-se quedas superiores a 20%", referiu Mário Carvalho Fernandes, Chief Investment Officer (CIO) do Banco Carregosa na sua comunicação "Perspetivas para os Mercados Financeiros", na 11.ª edição da "Grande Conferência: O Futuro dos Mercados Financeiros", uma iniciativa do Jornal de Negócios e do Banco Carregosa.
Descrevendo a situação como um "cisne negro" em termos de evolução dos ativos financeiros, Mário Carvalho Fernandes explicou que "a destruição dos valores dos ativos transacionados nos mercados financeiros em 2022 acabou por ser muito superior à que tivemos em 2008, que ficou apelidada como grande crise financeira.
Em termos reais, após a inflação, as perdas ainda são mais relevantes. Em termos nominais, estas perdas de valor para os investidores foram ainda maiores porque foram delapidadas pela inflação, o poder de compra dos seus investimentos ficou deteriorado ainda em mais cerca de 10%. Estamos perante uma situação em que foi destruída uma grande percentagem da riqueza mundial e que poderá ter os seus efeitos na economia." Nesta circunstância, compreende-se que os ativos não são todos iguais. Os ativos financeiros assentes em negócios com cash-flows permanentes e que não são apenas histórias de crescimento futuro perdem menos. "Há a questão da taxa de juro que impacta mais as empresas de grande crescimento e que, no curto prazo, ainda não geram cash-flows positivos. É nesta altura que se diferenciam os ativos entre os que são mais resilientes aos ciclos económicos daqueles que estão mais vulneráveis e por isso os impactos nos mercados acionistas são bastante distintos", considerou Mário Carvalho Fernandes.
À emergência da inflação e ao aumento das taxas de juro sucedeu a guerra na Ucrânia, que abanou o mercado energético mundial. Esta tempestade perfeita de 2022 só não teve os efeitos da crise de 2008 porque, na opinião de Mário Carvalho Fernandes, "quer as autoridades monetárias quer os governos têm estado a atuar nos sítios onde há focos de dor". "
The Great Financial Reset
Em janeiro de 2022, o mercado obrigacionista tinha as rentabilidades "yields to maturity" muito negativas ou próximas do zero, mas dez meses depois a situação é bastante diferente. "Já se conseguem encontrar ativos com baixo nível de risco e com alguma rentabilidade, pelo menos em termos nominais, o que já é diferente do zero. Há um suporte para uma carteira diversificada, tendo uma parte dessa carteira em ativos que oferecem alguma segurança quer do capital quer da rentabilidade do capital, algo que não existia no passado", disse Mário Carvalho Fernandes. Na sua opinião, "apesar deste ambiente bastante arriscado e difícil, as perspetivas de futuro são melhores do que eram no início do ano".
Descrevendo a situação como um "cisne negro" em termos de evolução dos ativos financeiros, Mário Carvalho Fernandes explicou que "a destruição dos valores dos ativos transacionados nos mercados financeiros em 2022 acabou por ser muito superior à que tivemos em 2008, que ficou apelidada como grande crise financeira.
Em termos reais, após a inflação, as perdas ainda são mais relevantes. Em termos nominais, estas perdas de valor para os investidores foram ainda maiores porque foram delapidadas pela inflação, o poder de compra dos seus investimentos ficou deteriorado ainda em mais cerca de 10%. Estamos perante uma situação em que foi destruída uma grande percentagem da riqueza mundial e que poderá ter os seus efeitos na economia." Nesta circunstância, compreende-se que os ativos não são todos iguais. Os ativos financeiros assentes em negócios com cash-flows permanentes e que não são apenas histórias de crescimento futuro perdem menos. "Há a questão da taxa de juro que impacta mais as empresas de grande crescimento e que, no curto prazo, ainda não geram cash-flows positivos. É nesta altura que se diferenciam os ativos entre os que são mais resilientes aos ciclos económicos daqueles que estão mais vulneráveis e por isso os impactos nos mercados acionistas são bastante distintos", considerou Mário Carvalho Fernandes.
À emergência da inflação e ao aumento das taxas de juro sucedeu a guerra na Ucrânia, que abanou o mercado energético mundial. Esta tempestade perfeita de 2022 só não teve os efeitos da crise de 2008 porque, na opinião de Mário Carvalho Fernandes, "quer as autoridades monetárias quer os governos têm estado a atuar nos sítios onde há focos de dor". "
The Great Financial Reset
Em janeiro de 2022, o mercado obrigacionista tinha as rentabilidades "yields to maturity" muito negativas ou próximas do zero, mas dez meses depois a situação é bastante diferente. "Já se conseguem encontrar ativos com baixo nível de risco e com alguma rentabilidade, pelo menos em termos nominais, o que já é diferente do zero. Há um suporte para uma carteira diversificada, tendo uma parte dessa carteira em ativos que oferecem alguma segurança quer do capital quer da rentabilidade do capital, algo que não existia no passado", disse Mário Carvalho Fernandes. Na sua opinião, "apesar deste ambiente bastante arriscado e difícil, as perspetivas de futuro são melhores do que eram no início do ano".