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"A palavra-chave é medir porque se financiarmos o sistema de saúde com base nos benefícios alcançados para o doente, e não apenas no número de interações com os profissionais de saúde, estaremos a diferenciar as opções que trazem mais benefício para os doentes", sublinhou Filipa Mota e Costa na abertura da 4.ª conferência Investir em Saúde, numa organização do Jornal de Negócios com o apoio da Janssen e da APAH (Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares).
"Temos tecnologia que nos permite tratar melhor a informação, com esta podemos medir, e com essa medição podemos tomar decisões com mais conhecimento e mais qualidade de forma a melhorar resultados, estimulando as boas práticas, promovendo a eficiência no sistema de saúde", afirmou Filipa Mota e Costa.
Com a partilha da informação é possível evitar que os doentes percorram verdadeiros labirintos do Serviço Nacional de Saúde, "porque se pode decidir melhor e em melhor tempo".
Os labirintos
Como referiu Filipa Mota e Costa, "o problema dos labirintos não é o de se encontrar a saída, é o tempo que se demora até encontrar essa saída, que no caso do doente significa que devia ser tratado no momento em que mais precisa de ser tratado".
Apesar do aumento do orçamento da saúde, a proporção de gastos com medicamentos tem "diminuído de forma expressiva em Portugal e alargando a diferença em relação à União Europeia. Em Portugal, o medicamento representa 14,6% da despesa total em saúde. É a componente da despesa que está mais controlada, mais escrutinada e mais bem avaliada", considerou Filipe Mota e Costa, diretora-geral da Janssen.
A gestora citou um estudo da McKinsey, com o apoio da Apifarma, no qual se refere que "a inovação terapêutica, em oito das patologias avaliadas pelo estudo, permite aos doentes manterem-se ativos gerando 240 milhões de euros de rendimento para si, para as famílias, para o país". A saúde não tem de ser vista como uma despesa do país, é um investimento nas pessoas, concluiu Filipa Mota e Costa.
OS PRÉMIOS INVESTIR EM SAÚDE
O prémio Investir em Saúde surgiu, segundo Filipe Mota e Costa, diretora-geral da Janssen, para fazer o reconhecimento das boas práticas em Portugal em três categorias: organização hospitalar, VBH e modelos centrados no doente. Esta categoria recebeu 68% das 50 candidaturas. O júri era constituído por Alexandre Lourenço, Maria do Céu Machado, Gonçalo Lobo, Filipa Mota e Costa e Francisco Rocha Gonçalves.
OS VENCEDORES
Organização hospitalar
Hospital de São Bernardo (Centro Hospitalar de Setúbal) pela Metodologia Lean Management no Bloco Operatório.
Modelos centrados no doente
Centro Hospitalar Universitário da Cova da Beira, com o projeto de telemonitorização de doentes com insuficiência cardíaca crónica.
VBH
Hospital Distrital de Santarém, com o projeto Centro de Cirurgia Bariátrica.
Prós e Contras do Valor em Saúde
Na 4.ª edição de Investir em Saúde, uma organização do Jornal de Negócios com o apoio da Janssen e da APAH, o debate sobre os passos dados e o que fazer baseou-se no formato do programa "Prós e Contas" da RTP 1. Realizou-se no Pavilhão do Conhecimento a 2 de outubro, com a moderação de Fátima Campos Ferreira, e a participação de Alexandre Lourenço, presidente da APAH, Ana Sampaio, presidente da APDII, Gonçalo Lobo, presidente da Abraço, Maria de Belém Roseira, ex-ministra da Saúde, Maria Céu Machado, professora da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, Ricardo Mestre, vogal da ACSS, Ana Londral, diretora do Laboratório Value for Health CoLAB, Cláudia Vaz, ex- ICHOM, Francisco Rocha Gonçalves, diretor Healthcare Technologies Management da Luz Saúde, Heitor Costa, diretor executivo da APIFARMA, Henrique Martins, presidente dos SPMS, João Marques Gomes, CEO da Nova SBE Health, Sílvia Rodrigues, vogal da ANF.