Outros sites Medialivre
Notícia

A marca em que brilha o Alvarinho

A Soalheiro foi a primeira marca de Alvarinho a nascer em Melgaço. Hoje dá nome ao champanhe, ao enoturismo e às infusões, tendo como objetivo a valorização do território.

Negócios 23 de Março de 2021 às 14:15
  • Partilhar artigo
  • ...
Empresas Sustentáveis
Menção Honrosa Vinusoalleirus

Em 1974 a paixão pela viticultura levou João António Cerdeira, com o apoio do pai, António Esteves Ferreira, a plantar a primeira vinha de Alvarinho e a criar em 1982 a Soalheiro, a primeira marca de Alvarinho em Melgaço e que hoje é uma das principais marcas desta casta na sub-região de Monção e Melgaço.

Atualmente, os destinos da gestão da empresa estão nas mãos da terceira geração, os irmãos António Luís Cerdeira, enólogo, depois de ter cursado Enologia na UTAD em Vila Real, e Maria João Cerdeira, licenciada em Medicina Veterinária e que é responsável pela vinha, tendo promovido a sua certificação em agricultura biológica em 2004, e pelas infusões, uma das novas áreas de negócio. Contam ainda com o conselho da mãe, Maria Palmira Cerdeira.

"A Soalheiro é conhecida pelos vinhos, espumante, e pelo enoturismo que se pratica desde que eu me lembro na adega. Os vinhos e o enoturismo são encarados por nós como uma mesma estratégia de negócio, embora possa dizer que nos últimos anos o enoturismo representou cerca de 10% do volume de negócios. Já as infusões (alcachofra, alecrim, cidreira, hortelã-pimenta, hortelã, lúcia-lima, perpétua vermelha, tomilhos) estão ainda em fase embrionária, em fase de projeto de inovação, mas estamos otimistas quanto ao seu crescimento na nossa empresa. Todas estas áreas são complementares e estão ancoradas num valor que sempre foi central para nós desde o início, que é o respeito pelo território, a sua valorização", refere António Luís Cerdeira, enólogo da Soalheiro.

Mais exportações

O percurso da empresa Vinusoalleirus está ligado a esta casta e ao vinho Alvarinho. A empresa conta com 22 colaboradores, faturou, em 2019, 4,7 milhões de euros, tendo exportado 1,5 milhões de euros para cerca de 40 países.

A empresa teve de enfrentar a pandemia de covid-19 que afetou profundamente um dos principais canais de distribuição dos seus produtos que é o canal horeca, que tem sofrido grandes restrições sobretudo nos períodos de confinamento. Como diz António Luís Cerdeira são "parceiros com os quais temos feito este caminho ao longo dos anos e dos quais somos inseparáveis".

No outro prato da balança estão as exportações em que a posição da Soalheiro continuou a solidificar-se. Este caminho fez-se com base no crescimento orgânico e a um trabalho de vários anos, mas também, como sublinha António Luís Cerdeira, "por termos explorado canais, como as chamadas de vídeo, que nos aproximaram dos nossos parceiros espalhados por mais de 40 países pelo mundo".

António Luís Cerdeira salienta que depois de terem construído a sustentabilidade económica com as diferentes variedades de vinhos, hoje estão "cada vez mais focados na nossa sustentabilidade futura que é a sustentabilidade social e ambiental".

As vinhas, as castas e o sol As uvas de Alvarinho utilizadas nos vinhos são provenientes da Quinta de Soalheiro, onde se recorre a conceitos de produção que promovem a biodiversidade da fauna e flora local e em que a casta Alvarinho representa 90% das castas plantadas, e de diversas vinhas de pequena dimensão implantadas em solo de origem granítica entre os 100 e os 400 metros de altitude e localizadas em microclima muito particular no concelho de Melgaço, em que 70% das castas são Alvarinho. A boa exposição solar, local soalheiro, deu também o nome à parcela que esteve na origem da marca.